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Complicações vasculares da Diabetes: Prevenir para evitar

Isabel Mangas, médica endocrinologista do Centro Hospitalar Universitário do Porto, em representação da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC), partilhou com o Lifestyle ao Minuto um artigo de opinião sobre o tema.

Complicações vasculares da Diabetes: Prevenir para evitar
Notícias ao Minuto

09:30 - 15/11/18 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Doença

A ONU reconheceu a diabetes mellitus (DM) como uma doença crónica, debilitante e com elevados custos, principalmente quando associada a complicações graves.

O número de pessoas afetadas em todo o mundo com DM reflete a magnitude do problema. Segundo os dados da IDF, existem atualmente cerca de 425 milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo. Em Portugal, segundo a mesma fonte, estima-se que a prevalência de diabetes na população adulta seja de 13,9%. Isto significa que mais de um milhão de portugueses neste grupo etário tem DM.

A DM é uma doença caracterizada por uma hiperglicemia crónica resultante de deficiência na secreção e/ou ação da insulina. A DM tipo 1 ocorre em 5-10% dos doentes com DM e é devida a uma destruição autoimune das células beta pancreáticas. A DM tipo 2 (DM2) é responsável por cerca de 90 a 95% dos casos de DM, mas a sua etiologia não é completamente conhecida: sabe-se que não há destruição autoimune das células beta pancreáticas e que os doentes não têm outra causa conhecida de diabetes (doenças do pâncreas exócrino, destruição pancreática, fármacos…).

A DM2 pode permanecer não diagnosticada por muitos anos: a hiperglicemia desenvolve-se gradualmente e, em estados iniciais, não é suficientemente grave para o doente apresentar sintomas. Isto contribui para que, em todo o mundo, uma em duas pessoas com diabetes ainda não esteja diagnosticada. Desde o início da doença até ao desenvolvimento dos sintomas, estes doentes apresentam um elevado risco de desenvolverem complicações micro e macrovasculares. A deteção precoce, o diagnóstico e o tratamento podem salvar vidas e prevenir ou retardar significativamente as complicações devastadoras relacionadas com esta doença como a doença renal crónica, a retinopatia, a neuropatia, a doença cardíaca e a doença cerebrovascular, nomeadamente o acidente vascular cerebral (AVC) .

Atualmente, há evidência de que, em muitos casos, a DM2 pode ser prevenida e tratada adotando-se um estilo de vida saudável:

(1) uma alimentação saudável, focando-se na qualidade dos alimentos ingeridos – substituir hidratos de carbono (HC) refinados por HC complexos; preferir como fonte de proteínas o peixe, as aves e as leguminosas, evitando as carnes vermelhas; evitar gorduras saturadas e gorduras trans e aumentar o consumo de ácidos gordos ómega 3 e 6;

(2) redução da ingestão de sal, principalmente em doentes com DM e HTA;

(3) redução do consumo de álcool;

(4) abstinência tabágica;

(5) atividade física no mínimo de 150 minutos semana de exercício moderado a intenso. O principal objetivo destas alterações é diminuir a adiposidade visceral e, deste modo, diminuir a insulinorresistência, o que permite melhorar o perfil glicémico, lipídico e metabólico. Para a maioria dos doentes com DM, o grande desafio é, precisamente, esta mudança no estilo de vida, pelo que é fundamental o empoderamento do doente.

Muito pode ser feito para prevenir, melhorar a qualidade de vida e reduzir a morbidade e mortalidade das pessoas que vivem com DM.

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