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No Dia Mundial do Linfoma, saiba mais sobre o raro linfoma de Hodgkin

Por ser tão raro, o linfoma de Hodgkin é também desconhecido da maior parte das pessoas e, em particular, dos jovens adultos, faixa etária em que se regista um pico da incidência desta doença. Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, e no Dia Mundial do Linfoma, Isabel Barbosa, presidente da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas, explica tudo o que deve saber sobre este tumor.

No Dia Mundial do Linfoma, saiba mais sobre o raro linfoma de Hodgkin
Notícias ao Minuto

08:00 - 15/09/18 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Entrevista

"O primeiro sintoma do linfoma de Hodgkin é, muitas vezes, uma tumefação, que, por norma, não causa dor. Outros sintomas podem incluir a sudação frequente, especialmente durante a noite, febres elevadas inexplicadas, perda de peso, cansaço, tosse ou falta de ar e comichão persistente em todo o corpo", alerta a presidente da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas, Isabel Barbosa. 

Na Europa, são diagnosticados anualmente cerca de 18 mil casos de linfomas, sendo que os homens têm um risco ligeiramente superior de desenvolverem este linfoma.

Entre os fatores de risco associados destacam-se o historial de infeção pelo vírus Epstein-Barr, a imunodeficiência associada a infeção por VIH, a transplantação de orgãos sólidos ou progenitores hematopoiéticos, a utilização de fármacos imunossupressores e antecedentes de doenças autoimunes, além dos possíveis fatores genéticos.

Atualmente, os tratamentos utilizados curam cerca de oito em 10 doentes com linfoma de Hodgkin. Nas últimas décadas, registou-se um desenvolvimento da investigação nessa área, que tem permitido grandes progressos, tendo-se verificado um aumento da sobrevivência aos cinco anos. 

Para os casos difíceis de tratar (como os que não respondem ou recidivam ao tratamento), a investigação tem procurado melhorar o tratamento e, recentemente, a imunoterapia mostrou ser uma alternativa terapêutica relevante.

Leia a entrevista de Isabel Barbosa e entenda todas as caraterísticas e facetas deste tumor potencialmente letal. 

Os sintomas do linfoma são comummente observados noutras doenças menos graves, como a gripe ou outra infeção viralPode explicar aos nossos leitores em que consiste o linfoma de Hodgkin?

O linfoma é um tipo de cancro no sangue que afeta as células do sangue chamadas linfócitos. Os linfócitos são um tipo de glóbulo branco e fazem parte do sistema imunológico, que defende o organismo contra infeções.

Quando têm linfoma, alguns dos linfócitos não funcionam adequadamente, não se desenvolvem completamente (imaturos) ou dividem-se de uma forma anormal. Esses linfócitos anormais podem acumular-se nos gânglios linfáticos, fazendo com que inchem e formem um nódulo.

O linfoma de Hodgkin é uma forma rara de linfoma caracterizada por uma célula tumoral anormal específica - Reed Sternberg - não presente em outras formas de linfoma.

Existe mais do que uma variante deste linfoma?

Existem alguns subtipos dependentes do tipo de células associadas.

Em que idade costuma surgir?

O pico de incidência atinge dois grupos distintos: os jovens adultos (20-25 anos) e adultos por volta dos 60 anos.

Afeta mais os homens ou as mulheres?

Apresenta-se, mais frequentemente, no sexo masculino.

As suas causas são mal conhecidas, mas existem estudos que demonstram uma associação à infeção pelo vírus Epstein-Barr, presente em mais de 50% dos casos de doença de Hodgkin.

Quais são os sintomas deste linfoma?

Os sintomas do linfoma são comummente observados noutras doenças menos graves, como a gripe ou outra infeção viral.

O primeiro sintoma é, muitas vezes, uma tumefação, que, por norma, não causa dor. Outros sintomas podem incluir a sudação frequente, especialmente durante a noite, febres elevadas inexplicadas, perda de peso, cansaço, tosse ou falta de ar e comichão persistente em todo o corpo.

E quais são os fatores de risco que propiciam o aparecimento desta doença?

Há algumas coisas que não podemos mudar que afetam o risco de alguém ter um linfoma, como idade e sexo. Por vezes, há fatores externos que podem ter um impacto, como ter certas infeções virais ou a exposição a níveis muito altos de radiação.

Há tratamento para esta condição?

Em geral, a doença de Hodgkin é tratada com quimioterapia ou radioterapia, ou ainda, uma combinação de tratamentos. Mais recentemente, pode incluir a imunoterapia com novos medicamentos que identificam marcadores na superfície das células afetadas e as destroem.

A transplantação de medula óssea (transplantação hematopoiética) é também um possível tratamento para estes doentes.

Pode ser fatal?

Pode, embora seja extremamente raro acontecer. A maioria dos doentes é curada com os tratamentos atuais.  

Qual a taxa de sobrevivência para os doentes que sofrem com esta patologia?

A incidência (número de novos casos por ano) tem estado estável, enquanto a taxa de sobrevivência tem vindo a crescer extraordinariamente.

O prognóstico é diferente para cada tipo de linfoma e para cada doente. Muitos fatores diferentes podem afetar o prognóstico - como a idade, saúde geral e o tipo de linfoma.

Quais são as principais dificuldades que os doentes afetados pelo linfoma de Hodgkin enfrentam?

As principais dificuldades podem ocorrer com os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, que têm alguns efeitos adversos para os doentes. Contudo, estes efeitos são temporários e, no final dos tratamentos, os doentes recuperam e têm boa qualidade de vida.

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