Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 23º

Obesidade prevalece por cá: "As preocupações com a imagem são sazonais"

Qual a realidade da obesidade em Portugal? Estará o problema a crescer ou a é hoje merecedor de uma consciência? Para responder a estas e outras questões, o Notícias ao Minuto falou com a endocrinologista Mariana Monteiro.

Obesidade prevalece por cá: "As preocupações com a imagem são sazonais"
Notícias ao Minuto

09:30 - 22/08/18 por Mariana Botelho

Lifestyle Especialista

A perceção que se tem sobre o corpo tem vindo a mudar. Defende-se cada vez mais uma prática de exercício físico que não se cinge às melhorias físicas, mas de saúde, e defende-se a ideia de ‘corpos reais’.

Ainda assim, é inegável afirmar que no verão as preocupações com o corpo crescem. Como refere Mariana Monteiro, “a procura de medidas para a perda de peso são tipicamente sazonais, aumenta sempre que as temperaturas sobem e quando o verão se aproxima”. O motivo prende-se principalmente com o facto de, durante o verão, estarmos fisicamente mais expostos, na praia e não só, o que deixa muitos desconfortáveis, mesmo que não tenham excesso de peso.

Quando as medidas são seguidas de forma consciente e com o apoio de especialistas, devem ser apoiadas. Aliás, os meses que antecipam o verão é uma das alturas do ano em que as inscrições no ginásio mais aumentam e muitos são os que por lá continuam após a estação mais quente.

Mas, por outro lado, também são muitos os casos em que o excesso de peso é uma realidade que põe a saúde em risco. Conhecer esta realidade no país foi o que nos levou a falar com a endocrinologista Mariana Monteiro, que confirma que Portugal conta com uma das prevalências de obesidade mais elevadas da União Europeia e o número tende a aumentar: “Na avaliação mais recente do estado nutricional da população, realizada entre 2015 e 2017 verificou-se que quase 60% da população portuguesa tem peso excessivo”, seja obesidade ou pré-obesidade, refere a especialista.

Maus hábitos alimentares e diminuição da atividade física

São estas as principais causas para o aumento da obesidade nos últimos anos que advêm da falta de informação, já que a maioria dos que sofrem de obesidade em Portugal tem um nível educacional básico, aspeto que se associa à prevalência da população obesa que está desempregada, reformada ou é inativa, o que os afasta de um estilo de vida saudável e ativo.

Esta falta de informação de que se fala faz com que o riscos não sejam vistos como tal. Embora a Organização Mundial de Saúde reconheça a obesidade como doença, tal não é de conhecimento público. Por isso, torna-se necessário alertar para o problema. Diz a especialista que “a obesidade é uma causa importante de mortalidade e está mais do que comprovado que diminui a esperança de vida. Como se não bastasse, a obesidade diminui substancialmente a qualidade de vida dos indivíduos afetados ao aumentar o risco de desenvolvimento prematuro de várias doenças, tais como a diabetes, as doenças cardiovasculares e vários tipos de cancro”.

Assim que o problema é reconhecido, torna-se mais fácil contorná-lo: perder peso e manter o peso saudável atingido “é muito positivo a todos os níveis” e permite que se previna doenças cardiovasculares bem como “diminui drasticamente o risco de cancro e mortalidade por cancro”, aponta a médica.

De referir que, em casos mais extremos, a cirurgia bariátrica poderá ser uma opção para o tratamento, algo complexo e que “irá depender do grau de excesso de peso, presença de doenças associadas e resposta aos tratamentos anteriores”, diz Mariana Monteiro, que salienta que “a intervenção do médico no tratamento da obesidade tornou-se mais fácil e eficaz porque se conhecem os mecanismos hormonais que regulam o apetite.”

Antes da cirurgia, há que tentar a perda de peso por alteração de hábitos alimentares. “A esmagadora maioria dos doentes que chegam a uma consulta de Endocrinologia por causa de obesidade já experimentou inúmeros planos e suplementos alimentares sem sucesso e por esse motivo procuram a ajuda especializada” refere a especialista, provando que quem procura ajuda já não tem esperança nas ‘dietas milagre’.

E nas crianças, como contornar o problema?

Uma alimentação saudável desde cedo é essencial, mas a obesidade em menores é tão preocupante quanto na população adulta a nível nacional, sendo que, entre 1980 e 2015, o número de jovens com menos de 20 anos com excesso de peso aumentou de 3 para 8%, aponta a endocrinologista que ressalva o tratamento mais complexo nos casos infantis: “Uma regra de ouro no tratamento da obesidade pediátrica é assumir que não é possível intervir na criança descontextualizada da família e da sua rede social, sendo obrigatório estabelecer um trabalho de equipa com os profissionais de saúde com treino especializado na matéria para se ser bem-sucedido”, conclui.

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório