Acontece com 64% das grávidas: a capacidade de memória e foco diminuem bastante, em comparação com o seu estado antes da gravidez. O porquê de tal acontecer é algo vago e misterioso para a maioria dos especialistas da área que procuram uma resposta biológica para a chamada ‘gravidez psicológica’.
Não é pouco óbvio que, durante a gravidez, imensas sejam as alterações por que passa a mulher a todos os níveis, e o cérebro não será exceção. Jodi Pawluski, especialista em saúde mental materna, explica que tais alterações são como uma forma de preparação para os primeiros anos de vida do bebé, nomeadamente os dois primeiros anos após o nascimento.
Quanto à relação com a memória (ou falta dela), a investigadora admite não encontrar justificação, nem tão pouco o fizeram anteriores estudos. É de salientar, no entanto, um estudo prático feito em 2008 onde ficou provado que, quando testada a memória de mulheres grávidas por comparação com não grávidas, os resultados assemelham-se, contudo, quando a tarefa proposta foi sugerida na própria casa de cada mulher, aí sim notou-se uma quebra na memória e foco das grávidas. Tal leva a crer que é todo o ambiente alterado e mudança de rotina que afeta mentalmente a futura mãe, em suma, é a própria vida a ajustar-se à nova dinâmica familiar.
Em casos em que a gravidez afeta a mente da mulher em demasia, pode resultar em depressão por consequência de se sentir incapaz de lidar com todas as mudanças da melhor forma, por isso, a par do apoio que qualquer mulher merece nesta fase, importa atentar a necessidade de não transmitir a ideia de que a mulher é incapaz ou inválida.
Por parte das grávidas, devem também ter consciência de que, embora não haja provas científicas, a gravidez psicológica é algo real, e por isso não há mal em admitir que precisa de ajuda ou, pelo menos, alguma calma na rotina diária.