O novo tratamento para o tipo de tumor cerebral conhecido por glioblastoma multiforme está ainda a ser aplicado apenas em ensaios clínicos, mas os resultados que advém de um estudo internacional de 11 anos já são, de acordo com os investigadores e médicos envolvidos, “notavelmente promissores” e alguns dos pacientes envolvidos chegaram a viver mais de sete anos após aquela intervenção.
O glioblastoma multiforme, é um dos tipos de tumor cerebral mais agressivo e comum que afeta a população adulta, sendo atualmente tratado cirurgicamente, e seguidamente com sessões de radioterapia e quimioterapia.
Já o novo tratamento funciona através da extração das células dentríticas (substâncias que têm um papel fundamental no funcionamento do sistema imunitário) do sangue dos pacientes, misturando-as com marcadores do tumor antes das injetar de novo no corpo, de modo a servir de ‘arma’ de ataque contra o próprio cancro.
Em média, os pacientes que receberam esta terapia viveram entre 15 a 17 meses a mais.
Porém, quase um terço, 100 de 331 pacientes que participaram no ensaio clínico, provenientes do Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e Canadá, foram classificados como sendo “sobreviventes prolongados”, e viveram em média 3,4 anos após se submeteram à nova terapia.
O professor de neurocirurgia, Keyoumars Ashkan, no Hospital Universitário de King’s College, em Londres, e um dos 69 coautores do estudo, disse sobre os resultados que ainda são considerados provisórios: “Dão uma nova esperança aos pacientes e aos clínicos que se debatem com esta doença terrível e fatal”.
E acrescentou: “Apesar de ser necessário aguardarmos até que os dados finais estejam disponíveis, o artigo científico publicado hoje aponta para uma descoberta potencialmente revolucionária no tratamento do glioblastoma multiforme”.