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Porque nos sentimos moralmente ofendidos com quem não quer ter filhos?

A publicação canadiana Vice falou com a autora de um novo estudo que incidiu sobre um tema que, surpreendentemente, ainda é polémico – porque é que muitos de nós nos sentimos indignados quando alguém decide que não quer ter filhos?

Porque nos sentimos moralmente ofendidos com quem não quer ter filhos?
Notícias ao Minuto

13:00 - 28/05/18 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Estudo

De acordo com um estudo publicado no periódico Sex Roles, ainda existem muitos indivíduos que se sentem indignados com quem decide não ter filhos, mesmo que se tratem de completos estranhos.

Desde a década de 1970, que uma percentagem elevada e crescente de mulheres têm optado por não ter filhos. Mais ainda, um número crescente de casais está a optar por animais de estimação em vez de crianças.

Estudos anteriores já tinham discernido que estes homens e mulheres são geralmente vistos de forma negativa pela sociedade. E Leslie Ashburn-Nardo, professora de psicologia na Universidade de Purdue Indianopolis, nos Estados Unidos, decidiu investigar o porquê destas perceções prevalecerem atualmente, mesmo à medida que a taxa de natalidade continua a diminuir nos países desenvolvidos.

Ashburn-Nardo e a sua equipa, recrutaram 197 estudantes de psicologia para participarem naquele estudo. Após lhes ter sido dito que a experiência estava relacionada com o sentido de intuição e com o quão adequadamente conseguiam prever o futuro, foi-lhes contada uma de quatro versões de uma anedota sobre a decisão de um casal casado em ter ou não crianças, com variáveis que incluíam o género e se já tinham zero ou dois filhos.

Os investigadores pediram-lhes depois para classificarem o quão preenchidos acreditavam que os indivíduos eram. Foram-lhes também colocadas outras questões cujas respostas tinham potencial para revelar em que extensão (se alguma) os participantes sentiam reprovação, raiva, ultraje, irritação ou repúdio pelos sujeitos apresentados.

Não só os participantes encararam os indivíduos (homens e mulheres) sem filhos como “significativamente menos psicologicamente preenchidos, comparativamente a quem tinha dois filhos”, nota Ashburn-Nando, como também reportaram “uma maior indignação moral contra esses sujeitos”.

Dados estes que, segundo a investigadora, revelam que para muitos a parentalidade ainda é considerada como algo imperativo: “Noutras palavras”, diz o estudo, “não ter filhos é visto como atípico e errado”.

O interesse em ter filhos é “um estereótipo tanto prescritivo como descritivo para homens e mulheres”, escreve a investigadora. “Quando as pessoas violam essas normas e expetativas, tais como a parentalidade e interesse em crianças… existem potencialmente consequências graves para esses atos… Essa revolta é justificada nas mentes dos observadores porque consideram que estes indivíduos não estão a cumprir os papéis que se esperam deles”.

Infelizmente, é pouco provável que esta estigmatização desapareça, alerta Ashburn-Nardo. “Sempre que se trata de algo imperativo (e ter filhos foi algo imperativo nos últimos séculos e até milénios) a liberdade de escolha é retirada. E as pessoas são levadas a crer que ‘é assim que as coisas devem ser’”.

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