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Ter pesadelos é assustador. Mas será que faz mal à saúde?

Está assustado. Um ser estranho, um animal ou uma coisa está a persegui-lo. A criatura aproxima-se cada vez mais, e acorda sobressaltado, mesmo a tempo de escapar!

Ter pesadelos é assustador. Mas será que faz mal à saúde?
Notícias ao Minuto

22:00 - 23/05/18 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Terror

Pode parecer um cliché, mas os especialistas que estudam o sono e a ocorrência de pesadelos afirmam que este é o cenário típico que carateriza um sonho ‘mau’.

“Frequentemente existe uma ameaça de morte, de ferimento ou de aniquilação, e você está a tentar escapar”, afirma Tore Nielsen em declarações à revista norte-americana TIME, professor de psiquiatria na Universidade de Montreal e diretor do Laboratório do Sonho e do Pesadelo, dessa instituição. Caso tenha experienciado um acontecimento traumático – um acidente de carro ou combatido numa guerra, por exemplo – também é comum que os seus pesadelos se baseiem nessas situações específicas.

Todavia, os pesadelos chegam em várias formas e feitios, afirma Nielsen. Em alguns casos, o cenário ou acontecimentos que ocorrem durante um sonho ‘mau’ podem ser inocentes, no entanto as emoções de quem o vive são certamente de terror, repulsa e de extrema ansiedade, explica. E por essa razão, quando os pesadelos ocorrem frequentemente, podem então provocar problemas de saúde reais.

“Quando se tem muitos pesadelos, à volta de um por noite, tal pode levar a stress e a insónias”, alerta Michael Nadorff, também em entrevista para a revista TIME, professor de psicologia da Universidade Mississippi State, nos Estados Unidos, e diretor do Laboratório do Sono, do Suicídio e do Envelhecimento daquela escola.

“Para quem sofre com estes episódios constantemente, é comum que tente ativamente não dormir e evitar o sono, de forma a se acautelarem dessas situações”, diz. “E quando têm um pesadelo, geralmente não dormem o resto da noite”, acrescenta.

O sono perdido tem implicações massivas na saúde, garante. A falta crónica de sono pode estar na origem de várias condições mentais e físicas, como a depressão ou doenças cardíacas. Nadorff acredita ainda que a ocorrência constante de pesadelos pode levar, nos casos mais extremos, a pensamentos suicidas e até a tentativas de colocar fim à vida.

O especialista explica que os pesadelos tendem a ser mais prevalecentes entre quem sofre de depressão e de ansiedade, ou de outras desordens do foro mental.

Várias pesquisas também já demonstraram que tratar clinicamente a incidência destes episódios pode levar a melhorias significativas no sono destas pessoas, aliviar sintomas de stress pós-traumático e novamente nos casos mais graves evitar o suicídio – o que sugere que estes sonhos ‘maus’ não são apenas um efeito secundário dessas condições, afirma Nadorff.

Todavia, atenção. Ter pesadelos nem sempre é nocivo.

Em muitos casos, podem ajudar quem sonha a atenuar algumas das ansiedades que experiencia no dia a dia. Pesquisas anteriores já apuraram que os pesadelos podem auxiliar a gerir o stress. “Sabemos desde a época de Freud, que as nossas preocupações se refletem nos nossos sonhos”, diz Nielsen. Anotar e “trabalhar as vivências de” certos sonhos ‘maus’, com um terapeuta, pode ajudar e potenciar a resolução de traumas e a adquirir uma perspetiva mais ampla sobre as nossas emoções e medos, garante o médico.

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