Matou acidentalmente com um tiro o irmão de 14 anos, sobreviveu à ditadura franquista e ao exílio em Portugal, assumiu o trono e foi amado pelos espanhóis. Pelo menos, até agora. Juan Carlos, monarca de Espanha há 37 anos, viveu em 2012 um dos piores anos de que terá memória, e acaba por personificar o estado em que o seu país se encontra. Vejamos.
Em Abril deste ano rebentava o escândalo da excursão ao Bostuana, em que o Rei não só foi ‘apanhado’ a caçar elefantes, como partiu a anca em virtude de uma queda, tendo que ser sujeito a uma intervenção cirúrgica. Aliás, a polémica em torno do safari assumiu o efeito bola de neve, desembocando no desmascarar de um caso extraconjugal, que, alegadamente, o Juan Carlos manterá há quatro anos com uma ‘amiga’ alemã de 48 anos.
Aliás, era por essa pessoa que se fazia acompanhar em África quando rebentou a controvérsia. Resultado? A sua mulher, Rainha Sofia, que estava na Grécia a passar férias com os irmãos, só visitou o marido três dias após a cirurgia durante uns curtos 25 minutos. Consta que estarão ainda desavindos, até porque, completando 50 anos de casados em 2012, não se lhes conhece qualquer celebração associada às Bodas de Ouro reais.
Por outro lado, logo no início do ano, estoirou mais um escândalo, desta vez envolvendo o seu genro, Iñaki Urdangarín, casado com a Infanta Cristina, que é acusado de desvio de fundos públicos. Ora, Urdangarín tem contado com o apoio incondicional da sua mulher, o que, em última análise, poderá ter que obrigar o Rei a retirar o título real à sua própria filha.
Também um dos netos de Juan Carlos, filho mais velho da Infanta Elena, divorciada desde 2010, deu que falar este ano quando disparou sobre o seu pé. O adolescente de 13 anos esteve hospitalizado na mesma altura em que o avô. O Rei regressaria passado uns meses ao hospital, mais precisamente em Novembro, para uma nova operação à anca.
E nem a princesa Letizia, ex-jornalista plebeia casada com o príncipe Felipe, tem sido poupada a críticas. As plásticas ao rosto que tem vindo a levar a cabo são entendidas como um sinal de vaidade pouco abonatório a seu favor. De resto, parece que os três irmãos, Elena, Cristina e Felipe, mal trocam palavras entre si, tendo sido o Natal o arauto do desconforto que se experimenta no seio da família real.