Henrique Cymerman esteve esta terça-feira, dia 7 de outubro, no programa 'Casa Feliz' à conversa com Diana Chaves. Fazendo parte da SIC desde o seu início, há 33 anos, o jornalista correspondente do médio oriente recordou o seu percurso profissional.
"Acho que é uma coisa curiosa. Estava a pensar que a SIC é a coisa mais estável da minha vida, mais do que os meus casamentos, dura mais anos", disse em tom de brincadeira, não contendo o riso.
"É uma eternidade, realmente, e estou muito orgulhoso de ser parte deste clube", disse ainda.
A chegada a Israel de Henrique Cymerman a Israel
A aventura de Henrique Cymerman em Israel começou quando este tinha apenas 16 anos. Vindo diretamente do Porto, o jornalista começou a trabalhar num Kibutz - comunidade agrária coletiva israelita - tendo desempenhado as mais diversas tarefas. "Imagina, pôr vacinas às galinhas ou ser padeiro uma temperatura de 35º, mas apaixonei-me e decidi ficar", recorda, notando que na altura enviou um telegrama aos pais com duas palavras: "Fico Israel".
O conflito israelo-palestino
O 'Enigma de Israel' é o novo livro do jornalista, que considerou que "não há tempo a perder" no que diz respeito à resolução do conflito entre Israel e a Palestina.
"Estamos numa situação que é tão grave que é preciso propor soluções e o que me atrevo neste livro é a propor uma solução para o médio oriente, para o futuro, como eu o vejo depois de várias décadas a acompanhar. Estive metido em vários acordos de paz que foram assinados em 2020. Sou um dos poucos do lado israelita que todas as semanas vai ao lado palestiniano", refere.
"A minha preocupação aqui é que região vamos deixar para as próximas gerações. Tenho lá filhos, netos, bisnetos e quero que tenham paz", notou.
A profunda amizade que tinha com o Papa Francisco
Henrique Cymerman lembrou ainda a amizade que construiu com o Papa Francisco ao longo de 12 anos, de quem era muito próximo.
"Ele tinha aquela coisa que queria distinguir e a mim recebia-me no apartamento dele, não nos lugares de protocolo. Acho que foi mais do que um amigo nos últimos três anos, tivemos uma relação de mais de 12 anos. Ainda não sou capaz de falar dele no passado, é muito doloroso. Até quando soube que ele tinha falecido, foi uma surpresa terrível. Senti pela primeira vez na minha vida, desde os meus 17 anos, uma coisa que senti no dia em que me anunciaram que o meu pai tinha morrido, muito jovem, aos 56 anos. Realmente era uma espécie de figura paterna, havia entre nós um respeito total e absoluto", disse.
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