João Aleluia, filho de Luís Aleluia, esteve hoje, dia 3 de outubro, à conversa com Cristina Ferreira no programa 'Dois às 10'. Numa tocante entrevista, o jovem lembrou a enorme ligação que tinha com o pai, que morreu a 23 de junho de 2023, aos 63 anos.
João começa por confessar que uma das coisas que o "chateia" foi não ter conseguido se despedir como queria do pai, uma vez que no dia anterior ao falecimento os dois discutiram.
A despedida aconteceu no funeral, num momento em que João pediu para ficar a sós com o pai.
"No funeral o caixão estava fechado e eu pedi para abrirem para me despedir realmente, porque era uma coisa que estava dentro de mim a chatear-me. Precisava de ter essa conversa com ele. Foi ali que percebi mesmo o que tinha acontecido", confessa.
João descobriu que Luís Aleluia tinha morrido através de um amigo
As circunstâncias em que João descobriu que o pai tinha morrido não foram as melhores. Conforme confidenciou a Cristina, este só soube do falecimento depois de um amigo lhe ligar a dar os pêsames.
"Um amigo meu ligou-me a dar-me os pêsames e eu perguntei porquê e ele disse-me que era por causa do meu pai, que tinha morrido. Desliguei o telefone e abri o Instagram. A primeira coisa que me aparece é o Herman José a postar sobre a morte do meu pai e foi aí que eu percebi as coisas", realça.
"Fico desesperado, porque não sabia do meu pai há muito tempo. Vou para casa, começo a chorar, ligo ao meu primeiro para ir ter comigo", descreve.
Nesse dia, João entrou em contacto com um amigo cujo pai trabalhava nos bombeiros e foi aí que recebeu a derradeira confirmação.
"Tinha um amigo que o pai trabalhava nos bombeiros na parte dos corpos e disse-lhe: 'se for verdade diz-me alguma coisa' e ele ligou-me e disse 'estou com o teu pai agora'. Aí caiu a ficha", realça.
O processo de luto de João: novos desafios e uma relação próxima com o irmão
Os tempos que se seguiram após a morte de Luís Aleluia foram bastante "difíceis", conforme realçou João. "Fiquei em casa de família, amigos... Em minha casa não estava porque tinha muitas fotografias do meu pai, era muito complicado".
"Na minha perspetiva tentei lidar com a situação e aprender a viver afastando-me o máximo possível das coisas que me faziam relembrá-lo", faz saber, notando que a mãe, Zita Aleluia, fez o contrário.
Foi também neste tempo que João construiu uma relação diferente com o irmão. Se até ao momento não se dava bem com ele, a situação mudou após a morte do pai.
"Eu e o meu irmão só nos começámos a dar, a tratarmo-nos como irmãos depois da morte do pai. Queríamos lutar e chateávamo-nos por tudo e por nada. Não sabia lidar com ele. Era o pai que resolvia e separava. Agora não há o pai e tivemos de resolver isso sozinhos. Agora somos mais unidos que nunca", faz saber.
"O meu pai deixou de cuidar dele para cuidar de nós", diz filho de Luís Aleluia
Tendo ele próprio lutado contra uma depressão, João considera que Luís Aleluia "deixou de cuidar dele mesmo para cuidar da família". "Não nos apercebemos. Ele sempre foi um bom ator. Nunca vi o meu pai triste", lamenta.
"Acho que o meu pai queria encontrar paz que não encontrou em vida", diz ainda, garantindo que em nada o culpa relativamente às circunstâncias da morte e que "está a ficar mais tranquilo quanto ao assunto".
"Está tudo bem, dentro dos possíveis. Claro que a mãe não gosta de certas decisões que tomo na minha vida, mas já não sou um bebé e agora tenho de decidir o que tenho de fazer ou não", completa.
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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos autodestrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades (todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende):
Atendimento psicossocial da Câmara Municipal de Lisboa
800 916 800 (24h/dia)
SOS Voz Amiga - Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio
800 100 441 (entre as 15h30 e 00h30, número gratuito)
213 544 545 - 912 802 669 - 963 524 660 (entre as 16h e as 00h00)
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h)
808 237 327 (entre as 15h e as 22h, número gratuito) | 210 027 159
SOS Estudante - Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio
239 484 020 - 915246060 - 969554545 (entre as 20h e a 1h)
Telefone da Esperança
222 080 707 (entre as 20h e as 23h)
Telefone da Amizade
228 323 535 | 222 080 707 (entre as 16h e as 23h)
Aconselhamento Psicológico do SNS 24 - No SNS24, o contacto é assumido por profissionais de saúde
808 24 24 24 selecionar depois opção 4 (24h/dia)
Linha Nacional de Prevenção do Suicídio e Apoio Psicológico (24h/dia)
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