Em 2020, Raquel Tavares surpreendeu o público ao revelar que queria deixar de cantar. Numa conversa honesta e difícil que teve com Cristina Ferreira, quando a apresentadora ainda estava na SIC, a fadista mostrou-se cansada e numa fase dolorosa da sua vida. "Antes de ser figura pública, sou artista. Antes de ser artista, sou gente, sou pessoa", alegou na altura.
Confessando que "estava muito sozinha" e que sentia que "não tinha construído nada", a artista notou igualmente que não conseguia lidar com o mediatismo.
"Eu sou fadista naquele tempo em que ser-se fadista não era espetacular, não era 'cool', não era uma coisa moderna, não era um 'statement' interessante”, afirmou.
Entretanto, Raquel Tavares embarcou em outras aventuras profissionais, sobretudo enquanto apresentadora de televisão. No entanto, quis o destino que a artista regressasse ao seu grande amor: o fado.
Raquel Tavares prepara-se para lançar um novo álbum e dar concerto no Coliseu de Lisboa
Cinco anos depois da difícil decisão, eis que Raquel Tavares reencontrou o seu amor pelo fado. Visivelmente feliz, a cantora esteve à conversa com João Baião e Diana Chaves no programa 'Casa Feliz' desta quinta-feira, dia 25 de setembro, a quem revelou que irá lançar um novo álbum em dezembro, pouco antes do seu concerto no Coliseu de Lisboa.
"Há cerca de um ano e meio, mais coisa, menos coisa, decidi que me apetecia voltar a cantar. Porque sim, porque me apetecia cantar", começou por dizer.
"Decidi gravar um novo álbum, que deverá sair ainda este ano, que vem no seguimento de um percurso, talvez um pouco inusitado, que é um Coliseu que decidi marcar para dezembro e o álbum deverá sair antes", informa.
"Tenho feito este caminho de forma pautada, com alguma discrição, que acho que também é necessário voltar devagarinho para me testar e perceber até onde é que pretendo ir e de como é que as pessoas me iam receber", disse ainda, notando que, inicialmente, optou por dar concertos no estrangeiro, neste caso em Espanha e na América Latina, de maneira a perceber como é que se sentia em palco.
"Comecei fora. Fui para a América Latina com o Festival do Fado. Foi uma forma de perceber como é que estava, não cantava há muito tempo, há quase cinco anos, e quis ir lá fora, porque ninguém me conhece, ninguém sabia de nada, e tão somente precisava que olhassem para mim como uma fadista, sem histórico. E como me senti bastante bem pensei: estou pronta", realça.
Para Raquel Tavares, o Coliseu de Lisboa é uma sala muito especial, com um enorme significado na sua vida. "O histórico que aquilo tem, as pessoas que lá vi cantar, comecei com 12 anos a ver a noite de fados, era uma miúda".
"Vou fazer o Coliseu da forma que sempre quis: ou seja, no centro. Não vou fazer o espetáculo no palco, mas na arena, portanto vai ser muito mais próxima", diz ainda, afirmando que o espetáculo terá uma vertente muito tradicional do fado.
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