Claudia Cardinale, uma das atrizes mais icónicas italianas, morreu em Paris, França, aos 87 anos esta terça-feira, dia 24 de setembro. A artista, mais conhecida por protagonizar nos filmes 'A Pantera Cor de Rosa' (1963) e 'Aconteceu no Oeste' (1968), foi lembrada por Manuel Luís Goucha, que lhe dedicou uma mensagem na sua página de Instagram.
"Claudia Cardinale. Morreu a bela de Tunes. Assim foi eleita em 1957. Um ano depois já era em Roma, essa 'cascata de telhados rosa e ocre'", começou por escrever o apresentador da TVI.
"Habituada que estava a viver em África no silêncio e na contemplação muito estranhou o jeito inflamado dos italianos. 'Tudo aquilo me parecia absurdo, como se tivesse aterrado na lua!'. A pouco e pouco foi espiando a sua nova cidade e sua gente. 'Vivia num pequeno apartamento com um grande terraço. Sentia a cidade a respirar a meus pés! À noite quando a modorra se apodera da cidade, ficava dali a observá-la horas a fio. Roma deslumbra e atordoa!'", continua.
"Em Roma descobriu o cinema. Durante muito tempo recusou-se a fazê-lo, depois virou como que uma doença, pegou-se-lhe à pele, invadiu-lhe a alma. Com Fellini aprendeu a sonhar mas também é graças a Visconti, a Monicelli, a Comencini … que faz parte da história do cinema", diz ainda.
Entretanto, Manuel Luís Goucha lembra o dia em que teve a oportunidade de entrevistar a famosa artista. "Entrevistei-a na TVI há 32 anos. Hoje dizem as notícias que morreu! Como assim, se continuo a vê-la, sempre que queira, nas pantalhas?"
A artista, cujo nome verdadeiro é Claude Joséphine Rose Cardinale, nasceu a 15 de abril de 1938 na Tunísia. Filha de imigrantes de Sicília (Itália), trabalhou com alguns dos maiores atores e realizadores, como Luchino Visconti, Federico Fellini, Richard Brooks, Henri Verneuil e Sergio Leone.
Cardinale foi descoberta em 1957, com 19 anos, após ganhar o título de 'Italiana Mais Bonita na Tunísia', num concurso. O prémio viria a ser o seu bilhete para a fama: uma viagem ao Festival de Filmes de Veneza, escreveu a publicação The New York Times num artigo de 2023.
Foi aí que Franco Cristaldi, na altura um dos produtores mais importantes de Itália, viu Claudia Cardinale pela primeira vez e transformou a vida da jovem, que, rapidamente, se tornou numa das atrizes mais cobiçadas no país.
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