Quando era Pequenino: "Apesar das guerras, tive uma infância feliz"

É um dos nomes mais conhecidos da comédia em Portugal, natural de Luanda, Angola. Hoje é o convidado da rubrica 'Quando Era Pequenino', do Fama ao Minuto. Reconhece-o?

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© Disponibilizada por Gilmário Vemba

Marina Gonçalves
09/08/2025 07:53 ‧ ontem por Marina Gonçalves

Fama

Quando Era Pequenino

Já sabe quem é hoje o nosso convidado? Gilmário Vemba é um ator e comediante angolano e um dos nomes mais conhecidos em Portugal no mundo humorístico. 

 

Natural de Luanda, Angola, é por cá que o artista tem vindo a dar cartas, tendo já feito parte de vários projetos. 

Mais recentemente, Gilmário Vemba ficou com o papel de apresentador do programa '5 Para a Meia-noite' e também tem integrado a equipa de convidados do 'Taskmaster'. 

Mas não fica por aqui e tem novidades 'em carteira'. Gilmário Vemba é um dos atores que integram o elenco do novo filme de Leonel Vieira, 'O Pátio da Saudade', que chega aos cinemas no dia 14 de agosto.

Gilmário Vemba é hoje o convidado da rubrica semanal 'Quando Era Pequenino', do Fama ao Minuto, onde partilha algumas recordações da infância.

O prato favorito na infância (e quem o preparava) e a comida que não gostava e que agora gosta?

Quem o preparava era a minha avó Joana, infelizmente já não está entre nós. Ela preparava-me uma sandes de quiteta - é um marisco, uma espécie de amêijoa, um bocadinho mais grossa. A minha avó vendia isso, era como ela ganhava a vida, ia sempre para o mar buscar aquilo e depois preparava e vendia às pessoas. Era conhecida no bairro do Cazenga como a 'avó Joana da Quiteta' e todos os dias de manhã antes de ir à escola ela preparava-me essas sandes com kissangua, e era a minha comida favorita. 

Não havia nenhum alimento particularmente que não gostasse. Também na altura em que cresci com escassez alimentar não tinha a oportunidade de gostos alimentares, era comer.

Quem era a pessoa que mais admirava?

O meu avô, Lázaro Vemba, pai do meu pai e que foi o meu mentor. Passei muito tempo com ele também, e ele fez muito pela minha adolescência, pela formação de caráter, porque era o meu conselheiro, era quem me dizia o que fazer, como agir... Tanto que dei o nome dele ao meu filho, o meu único rapaz. Admirava-o muito.

Quais as melhores férias quando era pequenino?

Era sempre na casa dos avós, principalmente na casa da minha avó, a avó Domingas. Um beijinho à avó Domingas que é a mãe da minha mãe. Ali, eu reunia-me com os meus primos e gostávamos das mesmas coisas, que era cantar, atuar e ouvir histórias. Nas férias, a casa da minha avó estava cheia de netos e tinha uma tia que era contadora de histórias. Tínhamos, literalmente, as histórias à volta da fogueira, e isso era imperdível, era uma ansiedade... Íamos para casa da avó Minga e ficávamos lá.

A que dia voltava na infância? E porquê?

Não consigo me lembrar de um dia específico, mas gostava de voltar aos tempos em que eu e os meus amigos corríamos sem autorização dos nossos pais para a praia. Íamos descalços, a correr e muitos sem saber nada. Era uma liberdade total. O ir e vir era uma aventura - porque o ir era aquela vontade de mergulhar e o voltar era aquele medo de encarar as nossas mães, porque sabíamos que íamos lavar, íamos apanhar uma boa surra, mas também estávamos tão felizes que valia a pena. Nadávamos, brincávamos, dávamos as nossas cambalhotas e depois íamos levar com as chineladas da nossa mamã [risos]. Mas valeu a pena.

Complete a frase: Se voltasse à minha infância, nunca… Não sei, porque apesar de todos os apesares e apesar das desgraças, das guerras, tive uma infância muito feliz, porque nós éramos muitos amigos, jogávamos bola o dia todo, brincávamos às culinárias o dia todo, com o pouco que a gente apanhava por ali... Tenho boas memórias da minha infância.

Se calhar agora, como adulto, penso que podia morrer, que era perigoso, mas a festa, a diversão nunca faltou, mesmo no meio da desgraça. Éramos crianças felizes porque éramos crianças da comunidade. As vizinhas todas cuidavam de nós, e nós cuidávamos uns dos outros. Éramos amigos, jogávamos à bola das 12h às 17h e fazíamos uma paragem de vez enquanto para beber uma água ou comer qualquer coisa. Não sei o que é que eu nunca faria. Não há nunca. 

Notícias ao Minuto Gilmário Vemba© Instagram_mr_filadagodaaa / Disponibilizada por Gilmário Vemba  

Leia Também: Quando era pequenino: "Parti os meus dentes da frente"

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