Charlize Theron critica ataques a drag queens em cerimónia
A atriz Charlize Theron criticou esta madrugada os ataques que têm sido dirigidos à comunidade de drag queens nos Estados Unidos, durante a primeira Celebração do Cinema e Televisão LGBTQ+ da Critics Choice Association em Los Angeles.
© Getty Images
Fama Charlize Theron
"Eles estão aqui e sempre estiveram aqui", afirmou a atriz vencedora de um Óscar, que apresentou à série sobre drag queens 'We're Here' o prémio de Reality TV.
"A verdade é que estão a aumentar a visibilidade de algo que existe há séculos, e fazem-no numa altura em que, infelizmente, o ódio e a violência persistem na nossa sociedade diariamente", lamentou Charlize Theron.
"Um coro de vozes opositoras e ruidosas querem fazer-vos acreditar que vocês não deviam existir", continuou. "Mas sejamos honestos: não há ninguém mais ruidoso que uma drag queen com uma missão".
A atriz reconheceu que o momento é difícil mas que não se pode desistir de lutar e fez referência às dezenas de leis que estão a ser aprovadas para restringir ou proibir espetáculos de drag queens em estados como Tennessee e Kentucky. "Drag não é um perigo para as crianças", afirmou Charlize Theron.
Na edição inaugural da cerimónia, que decorreu esta madrugada no Fairmont Century Plaza, vários apresentadores e premiados salientaram a necessidade de defender os direitos da comunidade LGBTQ+ e a importância da sua representação em Hollywood.
Um dos distinguidos foi o lusodescendente Abe Sylvia, por ser o criador e showrunner da série 'Palm Royale', protagonizada por Kristen Wiig.
"Palm Royale é, no fundo, uma fantasia gay", disse o cineasta, descendente de emigrantes açorianos. "O meu papel como criativo foi modelado pelo meu desconforto com o conformismo", apontou, agradecendo à Apple TV+ por ter dado o espaço e os recursos necessários para trazer a série para a luz do dia.
O prémio ao lusodescendente foi entregue por Ricky Martin, que interpreta Robert em 'Palm Royale' e a considerou "a série mais incrível do ano".
Ron Nyswaner, criador de 'Fellow Travelers' (Skyshowtime) foi o premiado que aludiu mais diretamente à situação política, falando sobre a campanha para as eleições de novembro.
"Temos de nos lembrar que Roy Cohn, que destruiu milhares de vidas nos anos 50, foi o mentor de um dos candidatos presidenciais", apontou o criativo, referindo-se ao advogado que auxiliou o senador McCarthy na perseguição de homossexuais e foi mentor de Donald Trump na sua juventude.
"Isso devia aterrorizar-nos. Esse candidato prometeu usar a presidência para perseguir os inimigos", afirmou Nyswaner, referindo-se a Trump. "Temos de nos preocupar com a democracia".
Com premiados ilustres como George Takei (prémio de Justiça Social), Nathan Lane (Prémio Carreira) e RuPaul (Trailblazer), a cerimónia distinguiu também uma das atrizes transexuais mais aclamadas do momento, Nava Mau, que interpreta Teri no sucesso da Netflix 'Baby Reindeer', recebeu a estatueta de revelação.
"A cerimónia de hoje é um testemunho do que é possível quando nos elevamos e investimos uns nos outros", afirmou Mau. "Merecemos que acreditem em nós. Merecemos que invistam em nós".
A primeira edição do evento foi apresentada pela comediante Sherry Cola e vai ter transmissão no primeiro serviço de streaming LGBTQ+ dos EUA, HereTV.
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