Maria Botelho Moniz em lágrimas. "Senti-me humilhada. Parem, parem"
A apresentadora falou sobre toda a polémica numa entrevista emotiva.
© TVI
Fama Maria Botelho Moniz
Maria Botelho Moniz abriu o coração esta terça-feira, 4 de abril, ao sentar-se diante de Manuel Luís Goucha para falar publicamente sobre a polémica em que se viu envolvida nos últimos dias.
A comunicadora viu a sua forma física ser comentada de forma ofensiva num texto de opinião de um jornalista, publicado pelo Correio da Manhã, tendo recebido nas horas que se seguiram uma enorme onda de apoio.
"O que mais me doeu foi ele escrever que desrespeito o meu público pela forma como me apresento", lamentou.
Maria diz ter consciência de quem é uma mulher robusta, que não encaixa nos padrões de uma mulher magra segundo a sociedade atual, mas atirou: "Não preciso que um homem que tem idade para ser meu pai me diga isso".
"Aquilo que não entendo é o porquê. Porquê a mim? Parece-me gratuito e não percebo o objetivo", confessou, sem conseguir conter as lágrimas. "Senti-me humilhada", disse.
As críticas sobre o peso duram há 18 anos
O rosto do programa das manhãs da TVI admitiu viver uma enorme pressão relativamente à sua imagem desde que deu início à sua carreira na televisão.
"Há 18 anos que leio coisas destas. Já tive menos 10, menos 5 quilos... foi sempre colocada em causa a minha imagem, nunca o meu profissionalismo", referiu.
"Já estou a ficar habituada e isso não é certo", acrescentou, admitindo que devido ao texto em questão e a toda a celeuma criada em torno do mesmo chegou a perguntar a uma amiga na tarde de ontem: "Estou assim tão disforme?".
"Ninguém é público o suficiente para ser humilhado desta forma. Isto é pura maldade e qual é o objetivo? É fragilizar-me?", questionou uma vez mais.
Maria disse nada ter "contra as magras e as imagens perfeitas", mas assumiu "enquanto apresentadora e espetadora", preocupar-se muito mais "com o que é dito do que com o que é apresentado".
"A televisão também é imagem, mas também é conteúdo", realçou, apelando a que passem a dar mais importância ao seu talento.
Maria assume dificuldades em encontrar roupa para o seu tamanho
"Nunca estou bem vestida, há quem vá adorar e quem vá odiar. O que me incomoda é a necessidade de expressar o não gostar de alguma coisa", explicou ao ser questionada por Goucha sobre as críticas constantes que recebe, até nas redes sociais, sobre as roupas que usa na condução do 'Dois às 10'.
A respeito destas críticas, e das que se apresentam no polémico texto de opinião dizendo que não são escolhidas as roupas certas para o corpo da comunicadora, Maria assumiu sem qualquer preconceito que não é fácil encontrar roupas que lhe assentem na perfeição.
"Não visto um 34, nem um 36, neste momento um 38 não me serve. Preciso de seis roupas por semana. Nós utilizamos muita roupa todas as semanas e não há loja ou marca de roupa que tenha saída para tanta roupa", explicou.
"Não há muitas vezes o meu tamanho, porque são tamanhos feitos em pouca quantidade. É muito mais difícil encontrar roupa que me fique impecável do que para alguém que veste o 36", admitiu ainda.
"Fui o caminho daqui a Queluz a chorar"
"O meu valor não tem a ver com o numero da etiqueta das minhas calças. Parem, parem", apelou em lágrimas Maria Botelho Moniz, as mesmas lágrimas que na segunda-feira lhe correram pelo rosto assim que terminou de apresentar em direto o 'Dois às 10'.
Após acabar a emissão do programa da manhã, Maria saiu dos estúdios da TVI em Bucelas e foi reunir-se com Cristina Ferreira. O caminho foi duro e ficou marcado por uma descarga emocional.
"Fui o caminho daqui a Queluz a chorar. Foi a descarga emocional de uma pressão que não é justa. Porque é que tenho de estar a fazer um programa de televisão e a pensar o que podem estar a escrever sobre mim?", lamentou.
"Estou cansada, estou mesmo cansada", disse, referindo-se aos comentários constantes relativos à sua imagem (sejam eles em textos de opinião ou nas redes sociais).
"Este artigo é aquilo que me dizem todos os dias numa escala mais pequena. E dói, claro que dói", confessou.
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