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Max Fercondini trabalhou como ator e agora vive em barco. "Não é luxuoso"

Esteve largos anos a trabalhar como ator no Brasil, mas tudo mudou e dedicou-se às aventuras pelo céu, pela terra e, agora, pelo mar. Lançou recentemente, em Portugal, o livro 'Mar Calmo Não Faz Bom Marinheiro' e está pronto para continuar a navegar.

Iniciou uma carreira de ator aos 14 anos, ramo onde esteve durante mais de uma década até ter visto o contrato com a TV Globo chegar ao fim, em 2014. Para Max Fercondini, atualmente com 37 anos, este foi um fator "muito importante" na mudança de vida. Nesse momento acabou por colocar em primeiro lugar os projetos pessoais.

O gosto pelos aviões não era desconhecido, tendo-se habilitado como piloto privado em 2007, aos 22 anos, altura em que "despertou o seu interesse pelas aventuras". "Só que quando desenvolvi o projeto fiquei sete anos com ele parado porque estava a fazer uma novela atrás da outra. De repente, tive essa rutura [rescisão do contrato]", recordou. E foi aí que decidiu abraçar por inteiro o céu. Aos 29 anos realizou a sua primeira expedição aérea pelo Brasil.

Em televisão já tinha adquirido conhecimentos e experiência como apresentador, realizador e todas as funções que precisava para gravar 'Sobre Asas'. Entretanto, além do céu, viveu momentos únicos por terra com uma autocaravana, tendo percorrido mais de 21 mil quilómetros com a expedição 'América do Sul Sobre Rodas'. "Foi uma expedição que me deu oportunidades incríveis", afirmou.

"Chamo as minhas viagens de expedições porque elas têm um propósito diferente ao turismo, que é o que está mais associado a viagens. Estava a investigar projetos - na expedição aérea, projetos socioambientais, e na terrestre é um pouco mais da cultura da América do Sul", explicou. 

Em conversa com o Fama ao Minuto, entre os dias mais marcantes, lembra-se de ajudar a escavar um fóssil de um dinossauro com 90 milhões de anos, ou até de quando escalou um dos vulcões mais ativos da América do Sul, o Villarrica.

E depois do céu e da terra... só lhe faltava o mar. A aventura 'Sobre as Ondas' começou a ser 'traçada' em 2017, quando comprou o veleiro Eileen, em Barcelona. Isto depois de se ter separado da mulher Amanda Richter, pessoa que o tinha acompanhado nas expedições anteriores e com quem esteve junto durante largos anos.

Max Fercondini trouxe depois o barco para Portugal, um desejo que conseguiu realizar, e vive em cima da água há cinco anos. Por que razão escolheu o nosso país? "A parte histórica interessava-me muito, mesmo", confidenciou.

Na literatura, o meu próximo projeto são as aventuras do 'Mini Max' - que é transformar o Max real num personagem de desenho animado

Não é a sua primeira vez em Portugal?

Tinha vindo em 2008. Foi muito curioso porque fui contratado para ser o rei do Carnaval da Mealhada. Foi a minha primeira vez cá. Não conhecia Portugal, tinha uma impressão só do que era passado, falado pelas pessoas, mas conheci um país muito bonito, de uma gastronomia incrível…

Mas em 2008 encontrou um povo "mais triste", como refere no livro?

Exatamente. Apesar de Portugal ter-me encantado, senti as pessoas tristes, amarguradas. Acho que foi a crise e ainda tinha reflexos muito grandes, e percebi isso nas pessoas. Quando cheguei em 2018, dez anos depois, tive uma impressão completamente diferente. Um país vibrante, especialmente Lisboa que é uma cidade bastante cosmopolita, tem gente de todos os lugares, com muita riqueza cultural… Diversidade mas com um investimento que o Governo fez, não sei exatamente…

Mais adaptado ao turismo?

Também, mas não só ao turismo, em outros aspetos. Foi algo bastante diferente de quando tive o primeiro contacto com Lisboa e com Portugal. E aí veio a Covid e fez com que eu ficasse mais tempo aqui do que imaginava. A ideia de escrever o livro surgiu um pouco nesse momento. Comecei o livro pelo final, pelo diário de bordo da primeira travessia do Atlântico - já cruzei três vezes o Atlântico. Mas na primeira travessia fiz o relato do dia a dia, hora a hora, e esse material ficou muito rico. Fui partilhando com as pessoas - obviamente não consegui partilhar ao longo da viagem porque na travessia tínhamos Internet mas muito limitada. E vi que o interesse das pessoas era muito grande.

E agora que lançou o livro, o que se segue?

Agora estou pronto para poder voltar a navegar e voltar ao Mediterrâneo, que é o meu próximo objetivo, e continuar a gravar os meus projetos. 

Continuar a lançar novos livros?

Não só. Tenho vontade de escrever mais um livro, este é o meu segundo, o primeiro foi o 'América do Sul Sobre Rodas', baseado na expedição sobre rodas. Este livro ('Mar Calmo Não Faz Bom Marinheiro') é muito mais pessoal, é uma autobiografia e tem a questão da aventura.

O meu objetivo é continuar a fazer os programas, gravando o audiovisual - que é o que me encanta. Na literatura, o meu próximo projeto são as aventuras do 'Mini Max' - estou já a desenvolver, que é transformar o Max real num personagem de desenho animado. Quero que seja uma sequência de livros. Já tenho 11 sinopses, estou agora a trabalhar nesses textos. Histórias que têm uma pegada muito semelhante às referências que tive na minha infância - 'As Aventuras de Tintim', 'Indiana Jones'... 

Todas as pessoas querem saber como é que eu me mantenho. Nunca foi um luxo, nunca foi ostentação comprar o avião ou mesmo o barco. Existe todo o tipo de preço de aeronave e de barco

E isso também vai ao encontro do que diz no livro sobre a sua sobrinha ser uma inspiração, a quem dedica em especial esta obra? 

Exatamente, também. Gosto muito de conversar com crianças, aquele olhar mágico, a pureza... Vejo que as crianças, hoje em dia, a referência delas está muito associada ao que é o YouTube, os telemóveis... Quero ver se, através da literatura e dessas minhas referências, consigo despertar interesse nas crianças por viagem, cultura, história… Através da literatura e através, talvez, se este projeto tiver [força para isso], quem sabe um desenho animado. 

Esta ideia de comprar o barco resulta, não de historial de família, mas porque o facto de ter começado a trabalhar aos 14 anos deu-lhe aquela almofada de conforto para que pudesse seguir nesta aventura?

Sem dúvida! Todas as pessoas querem saber como é que eu me mantenho. Ainda mantenho o avião no Rio de Janeiro porque a minha mãe também é piloto e nós voamos, por isso eu tenho esse avião em sociedade com ela. Nunca foi um luxo, nunca foi ostentação comprar o avião ou mesmo o barco. As pessoas têm a ideia de que estes são bens luxuosos, muito caros. Na verdade, existe todo o tipo de preço de aeronave ou de barco.

No caso específico do barco, a questão é que hoje é a minha casa. Se as pessoas tivessem noção do custo de um barco para ser a tua casa e o custo que é comprar uma casa… Isto vale como a minha casa e o preço disto é 10% do valor de um imóvel fixo.

Acumulo experiências e não bens. Como comecei a trabalhar com 14 anos, fiz um 'pé de meia' que me dá esse suporte

Mora, de facto, no barco?

Eu moro, de facto, no barco! O meu custo aqui é a minha alimentação. Cozinho no barco, estou sempre no barco. Quando estou nas marinas pago uma [taxa] diária. Costumo dizer que hoje eu acumulo experiências e não bens. E depois, como comecei a trabalhar com 14 anos, fiz um 'pé de meia' que me dá esse suporte, essa estrutura para poder ter esses bens e dedicar-me às minhas expedições.

Tenho os meus investimentos no Brasil, que também me dão renda, e os trabalhos que faço são pontuais. Geralmente são trabalhos de publicidade no Brasil, palestras, eventos corporativos onde sou mediador ou palestrante… Uma vez ou outra, faço uma expedição específica para entregar a algum cliente. O que vendo hoje é o meu lifestyle.  

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© Max Fercondini  

A separação também foi um fator decisivo, como partilha no livro. Esta experiência no barco acabou por ser também uma terapia?

Sem dúvida! Questionei-me, inicialmente, se não seria uma fuga. Tinha muito desejo em continuar a fazer as minhas expedições, então foi importante não deixar os meus sonhos de lado porque eu partilhava esses sonhos com a minha ex-mulher. Nós os dois juntos apresentávamos o programa, gravávamos, não tínhamos equipa. Era muito intensa a nossa relação pessoal e profissional, amorosa e profissional. Mas descobri que o barco foi uma terapia. Quando somos um casal, assumimos muito a identidade daquela unidade de relacionamento. Os amigos pensam em nós como um casal, como um só. Para mim foi importante estar sozinho para resgatar a minha individualidade e me redescobrir como indivíduo. 

De todas as aventuras que viveu, qual foi a mais assustadora e que o fez temer?

A questão do medo é muito relativo. Há pessoas que têm medo de colocar os pés na água, na praia… Apanhei ondas de seis metros, ventos de mais de 60/7 quilómetros por hora nas navegações e isso trazia-me mais adrenalina do que medo.

Também tinha de agir e não havia espaço para o medo…?

Exatamente! Na travessia do Atlântico, uma vez que partes, voltar contra os ventos e contra a corrente é pior. É melhor ir em frente. 

No início tinha pouco experiência a navegar. Tinha todas as licenças necessárias para poder ser capitão do meu barco, mas isso não quer dizer nada. O que conta é a experiência. Quando comprei o meu barco em Barcelona, foi um movimento muito ousado. Sai para navegar sozinho num país que não conhecia. Houve um momento em que era tudo desfavorável e o barco parecia que não saía do lugar. Naquela situação, pensei 'o que é que estou a fazer aqui'. Passei por esse momento que não foi de amedrontamento, mas de questionamento - será que estou a fazer a coisa certa, o que é que estou a fazer neste lugar, será que isto não é uma fuga dos outros problemas que tive no Brasil?

O medo é bom porque faz com que nós respeitemos a natureza, especialmente o mar, neste caso. Geralmente temos medo do desconhecido. Quando vamos ter uma reunião de emprego, ficamos apreensivos ou com medo porque não sabemos como é que vai ser. Se conseguíssemos ver o futuro e soubéssemos que íamos ser contratados, acabaria o medo e íamos muito mais tranquilos. Por isso, quando fico com medo penso nos problemas que posso ter e, para cada problema, qual a solução que daria. Se sei que tenho a solução para esse determinado problema, então o meu medo diminui.

O que aprendi especialmente a navegar, porque não controlamos o mar, foi isso. É até inútil que tentemos controlar as coisas. Estou mais aberto ao que pode acontecer na minha vida. Para mim é muito forte a ideia de que o que está a acontecer neste momento, seja bom ou mau, é o melhor que me pode acontecer. Pego isso como referência à minha rescisão de contrato. Quando me demitiram na TV Globo, naquele momento fiquei muito chateado. Hoje, olhando para trás e ver tudo o que aconteceu, percebo que era o melhor que me podia ter acontecido porque olha onde cheguei, as coisas que conquistei. Assumo essa premissa para tudo o que acontece. Faço o meu melhor, o que posso, mas não fico a criar expectativas. 

Não me falta nada, nenhum conforto… O meu barco não é um barco luxuoso, é bastante confortável. E é relativamente grande para mim. Tenho aqui um T3

O mar dá-lhe uma liberdade que não tem em terra?

O barco é um espaço confiando, mas a piscina é muito grande. O contacto com a natureza que o barco proporciona...

Pode viver onde quiser…

O que é maravilhoso! Aqui na marina do Parque das Nações, as casas em frente custam um milhão e 800 mil euros, dois milhões... O meu barco não chega a 10% disso. Não vou entrar em detalhes do valor, mas é muito mais barato do que uma casa como estas daqui. Estou em cima da água e as pessoas que estão na casa olham a querer desfrutar da água… E eu estou aqui.

No momento em que me cansar desta cidade, vou para outra. Não me falta nada, nenhum conforto… O meu barco não é um barco luxuoso, é bastante confortável. É relativamente grande para mim, tenho três cabines e duas casas de banho. Tenho aqui um T3. Claro que com um espaço mais reduzido mas, ainda assim, acomoda bem, pelo menos, seis pessoas. Tenho tudo o que preciso de cozinha - tenho o forno, micro-ondas, frigorífico, fogão com três bocas… Adoro fazer os meus almoços e jantares na parte de fora do barco.

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© Max Fercondini  
O que mais me encanta nesta vida é o facto de poder soltar as amarras e seguir à hora que quiser. E há uma outra coisa boa que é, quando chegamos a uma cidade pelo mar, navegamos mais devagar do que uma bicicleta. Aquela questão da expectativa, da ansiedade, ela diminui porque consegues ver a cidade no horizonte mas vais demorar, pelo menos, umas oito horas até chegar lá. Isso faz com que me sinta merecedor de estar ali. Porque fui a conduzir com o barco até ali. O valor que se tem por chegar a uma nova cidade, um novo destino, é muito diferente da sensação que temos quando vamos fazer uma viagem de turismo em que entramos num avião e depois saímos no aeroporto.

Como é que a sua família reagiu a isto? Sei que a sua mãe teve de ver o barco para perceber se, de facto, conseguia viver nele, mas qual foi a primeira reação?

O meu pai já faleceu, sou muito ligado à minha mãe. Ela é super aventureira também. Vive em hotéis hoje em dia, está sempre a viajar, a casa dela no Brasil está alugada. Já está reformada, era ginecologista obstetra e aos 60 anos tirou a licença de piloto.

Na verdade, este lado aventureiro vem da sua mãe… 

Como diz o ditado, 'o fruto não cai longe da árvore'. A minha mãe é entusiasta com as minhas aventuras e apoiou-me em tudo… Sempre me incentivou neste projeto inicial que era trabalhar na televisão e depois, quando vim morar para o barco, também me apoiou bastante. Claro que sempre que lhe digo que vou cruzar de novo o Atlântico, ela fica preocupadíssima, pergunta logo se é preciso fazer isso de novo. Mãe é mãe, só muda de endereço, mas é tudo igual.

Ela incentiva-me muito, é parceira nisto tudo. É engraçado que depois de a minha mãe conhecer o barco, eu voltei ao Brasil porque tinha de fechar o meu apartamento e resolver algumas coisas. A minha mãe tinha ido para Espanha e nunca tinha ido a Barcelona, e ficou 10 dias sozinha no barco.

'Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar'. Essa frase para mim define muito a aviação

O que é que lhe traz o céu que o mar não traz?

'Só quem voa entende por que os pássaros cantam'. Acho que é isso que a aviação me traz. Essa perspetiva mais próxima do divino. Acredito que existe um Deus. Não sei como é que ele é, nem me questiono muito, mas quando estamos lá em cima, olhamos para o mundo de uma outra perspetiva.

Um exemplo muito interessante é lembrar-me precisamente de estar a viajar entre duas cidades no interior de São Paulo e olhava para uma cidade e pensava, deve ter o seu cartório, a sua igreja, o condomínio, as pessoas, os seus problemas, o seu trânsito… Olhei para o outro lado e pensei que aquela era uma outra cidade com a sua igreja, o cartório, com as pessoas a viver lá e a pensar nos seus problemas… A analogia, a metáfora disso tudo é que eu estava acima dos problemas. O que a aviação me traz que o mar não traz é isso, é estar acima das coisas.

Coloquei no livro uma frase muito simbólica de Friedrich Nietzsche: 'Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar'. Essa frase para mim define muito a aviação.

Notícias ao Minuto © Max Fercondini  

Não tenciona voltar à representação?

Sendo bem sincero, não fechei essa porta, pode ser que no futuro [volte] por um personagem ou por alguma coisa que seja, uma história que seja boa de contar… Mas acho que não. Isso está distante. A minha história de vida é tão boa, o que eu estou a fazer é tão bom, que é difícil ter um personagem que possa suprir ou competir com as experiências que estou a ter.

É claro que existe na literatura, ou mesmo personagens da vida real que geraram filmes e que são interessantíssimos, mas prefiro e gosto mais de me dedicar à minha história. A contar a minha história. E não ser lembrado como o Max que era o 'fulano' da novela tal. Não, é o Max que é o Max, aventureiro, que pilota aviões, que ajudou a escavar um dinossauro, que escalou vulcões, que cruza o Atlântico… É esse personagem que quero ser e é assim que quero ser lembrado.

Acho que o mais difícil é encontrar uma mulher que tenha disponibilidade para viver esta vida. Acho que é muito viável constituir família mesmo aqui no barco

Não sei se já pensou ou se pretende construir uma família? Viver num barco será uma logística diferente quando se vive sozinho do que com uma família…?

Aqui no Parque das Nações tem outros barcos que estão habitados, devo ter entre 12 a 15 vizinhos. Existem algumas famílias, apesar de nesta marina não haver nenhuma com crianças. Acho que o mais difícil é encontrar uma mulher que tenha disponibilidade para viver esta vida. Disponibilidade pessoal, profissional, psicológica para trocar o espaço de uma casa que é maior por um espaço confinado, mas com a possibilidade dessa liberdade que comentamos aqui. Poder trocar de cidade, de país, quando desejar. Ainda estou à procura desse amor.

A minha ideia é [continuar a viver no barco]. Imaginava ficar um ano e meio, já passaram cinco, e não me vejo a voltar a morar em terra firme nos próximos dez anos, pelo menos. Não sei se isso vai mudar no meu caminho, encontrar alguém que me vai fazer ponderar e mudar esta minha ideia, mas acho que é muito viável constituir família mesmo aqui no barco. Nas viagens que fiz, vejo famílias - homem, mulher e crianças num barco.

Gostaria de educar o meu filho num barco, mostrando e ensinando as coisas que aprendemos na escola solucionando problemas reais. Acho que devíamos ser mais ensinados a como pesquisar, a procurar informação, do que a decorar a fórmula matemática, do que decorar nomes de autores que só temos de estudar para passar na prova. 

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