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A morte do filho "foi uma tristeza profunda, mas também um alívio"

José Wallenstein foi pai pela primeira vez há cerca de 30 anos, de um menino que sofria de Trissomia 21 e que morreu aos cinco meses devido a complicações cardíacas.

A morte do filho "foi uma tristeza profunda, mas também um alívio"

© Global Imagens

Notícias ao Minuto
11/03/2023 17:44 ‧ há 2 anos por Notícias ao Minuto

"Fui à luta, com ou sem Trissomia, é teu filho. E filhos para mim são as coisas mais importantes". Estas foram as palavras de José Wallenstein quando em conversa com Daniel Oliveira recordou a morte do primeiro filho, Simão, que morreu aos cinco meses. O menino, que nasceu com Trissomia 21, faleceu por causa de complicações cardíacas, associadas à doença. 

"Fiz o máximo que podia para o ajudar a ultrapassar o que fosse possível", afirmou, acrescentando que "não pode fazer nada" para impedir que o filho morresse e "a natureza decidiu por si".

Na altura, há 30 anos, "os pais não podiam estar com os filhos, o que lhe fazia certa confusão". 

"Ligaram do hospital a dizer que ele tinha falecido. Tive um misto de sentimentos, uma profunda tristeza", contou. "A perspetiva era sobreviver, ser operado e ter uma vida com um filho com Trissomia 21, com tudo o que isso representa. Eu vejo, é difícil. Felizmente, e isto pode ser estranho dizer, mas a natureza resolveu o problema", desabafou. 

"Tive um misto de sentimentos. A perda de um filho é uma coisa terrível, a coisa pior, mas ao mesmo tempo [foi] uma sensação de alívio. Isso digo com toda a honestidade", confessou. 

"Pode ser estranho eu falar disto desta maneira, [mas] já passaram 30 anos, já consigo falar com alguma distância. Sendo honesto, foi uma tristeza profunda mas também um alívio", explicou, referindo também que "isto é uma sensação que se vai construindo consoante se vai fazendo o luto". 

Reforçando que "iria dar a melhor qualidade de vida ao filho, caso sobrevivesse, não deixa de pensar que se calhar foi melhor assim. Eu não fiz nada, foi a natureza que fez por mim", frisou. 

No entanto, não deixa de realçar que "foi o momento mais triste da sua vida". "É um bocado de nós que se vai embora. É uma coisa que fica para sempre. O meu querido Simão está aqui no meu coração para sempre", salientou. 

Agora com 63 anos, José Wallenstein começa a pensar mais na morte e a preocupar-se com esta questão, esperando "não sofrer muito". "Gosto muito de viver, adoro a vida", partilhou. 

Além de se preocupar com o facto de poder não conseguir acompanhar o crescimento dos filhos, o sofrimento, frisa, é também um grande motivo de preocupação. Aliás, diz, espera que a lei da eutanásia seja aprovada e, caso venha a estar em sofrimento, recorrerá a essa medida. 

Leia Também: José Wallenstein sobre irmãos. "Não sei se não teria matado um deles"

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