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"Quando volto a Portugal pensam que não tenho estado a trabalhar"

Hana Sofia Lopes nasceu e viveu no Luxemburgo até aos 19 anos, mas as raízes são portuguesas. Mudou-se para Lisboa para estudar na Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo depois feito parte do elenco de novelas da SIC. Ao mesmo tempo, tem estado com um pé lá fora, onde tem dado continuidade à sua carreira. 

"Quando volto a Portugal pensam que não tenho estado a trabalhar"

Foi quando decidiu licenciar-se em Portugal que Hana Sofia Lopes passou uma temporada no país da família. Foi a sua primeira vez em Lisboa. "Cheguei sozinha. Lembro-me que no dia em que passei as provas [da Escola Superior de Teatro e Cinema], no hotel estava a dar o funeral do Michael Jackson. Fiquei e adorei os dois anos", lembrou em conversa com o Fama ao Minuto

"Mas quando passei as provas nada me garantia que ia entrar. Era muito difícil. Dei tudo e correu bem. Foi maravilhoso", realçou.

No terceiro ano do curso, decidiu fazer Erasmus na Academia Real Superior de Arte Dramática, em Madrid, e esteve também no Conservatório Nacional Superior de Arte Dramática de Paris para fazer uma pós-graduação. "Quando acabei isso tudo, assinei um contrato para duas novelas na SIC – 'Mar Salgado' e 'Coração d'Ouro'. Foram os meus primeiros trabalhos", recordou. 

Hana Sofia Lopes diz que é "uma introvertida que vive a vida de um extrovertido", e a parte de viajar "é coisa que está no seu ADN". Por isso, sempre com um pé lá fora, Hana Sofia Lopes acabou por conseguir somar vários trabalhos em países diferentes e é assim que tem levado a sua carreira, tema central da entrevista com o Fama ao Minuto, mas sem esquecer as suas raízes. 

Quando se mudou uma temporada para Lisboa, a família estava toda lá fora?

Não tinha cá ninguém. Uma prima que só conheci quando me mudei para cá. É engraçado porque tenho muito em comum com essa minha prima que também gosta muito de cinema. Íamos ver concertos, exposições. De resto, a minha família toda está no Luxemburgo ou no Canadá. E em Portugal eles são do norte, de Chaves, não é propriamente aqui ao lado [de Lisboa].

Então já tinha vindo ao Norte de Portugal?

Já! Quando éramos pequeninos era aquele clássico de muitas vezes passarmos o verão em Chaves, o querido mês de agosto [risos]. Mas mesmo assim, para os meus pais, uma coisa que desde sempre foi muito importante foi a questão da língua portuguesa. Lá em casa sempre se falou português, o meu pai via as notícias em português… Ele não suportava quando nós utilizávamos palavras francesas – o que é normal, consigo perceber porque estamos num ambiente que só falam uma língua e depois é difícil só falar a língua dos pais.

Isso foi assustador porque era o primeiro ano em que estava a trabalhar e foi logo o papel numa longa-metragem com o John Hannah, o Julian Sands, o Anthony LaPaglia e o Federico Castelluccio

E por que razão decidiu licenciar-se em Portugal? Foi uma escolha sua?

O meio da representação não é propriamente um meio fácil. Pensei estudar num sítio onde no final tivesse uma licenciatura. Nem que tudo corra mal ou um dia já não queira ser atriz, posso sempre fazer um mestrado e depois ter um trabalho mais "normal". Depois pensei que em França tinha de fazer o exame de entrada com muita antecedência, e não queria ficar um ano parada.

Também era a questão de os meus pais não gostarem propriamente da ideia de eu ser atriz. Eles não percebiam muito bem porque desde sempre fui boa aluna, podia ter feito tudo e escolhi fazer isto. Para eles foi uma decisão um bocadinho difícil de compreender, então pensei que se fosse estudar no país de origem deles, provavelmente, ia atenuar um bocadinho o choque. E também tinha uma terceira razão que era o facto de precisar deste treino de língua portuguesa. Se não, não teria sido capaz de trabalhar em Portugal porque falava português, mas não como agora. Amei a questão de ter mais uma língua, mais um mercado de trabalho.

Quando estava no Conservatório de Paris foi quando se cruzou com o realizador italiano Marco Sarafini e entrou no filme 'Toy Gun'?

Sim a Vicky Krieps recomendou-me – que agora está a fazer uma carreira enorme em Hollywood, entrou no filme 'Phantom Thread' ('Linha Fantasma') do Paul Thomas Anderson. Fiz um filme com ela quando tinha 23 anos, com um pequeno papel, conheci-a e depois ela recomendou-me para fazer o 'Toy Gun'.

O Marco veio ver o meu espetáculo no Conservatório de Paris, gostou muito e contratou-me para fazer o filme. Isso foi assustador porque era o primeiro ano em que estava a trabalhar e foi logo o papel numa longa-metragem com o John Hannah (que tinha feito o 'Four Weddings and a Funeral' e tantos outros filmes), o Julian Sands (que tinha feito o 'A Room With A View'), o Anthony LaPaglia e o Federico Castelluccio (que tinha feito os 'Sopranos'). Ou seja, só atores com um currículo gigante e eu no meio deles - era a primeira vez que fazia um filme, tinha 25 anos. E fiz esse filme ao mesmo tempo em que estava a fazer a novela 'Coração d'Ouro'.

Quando comecei a fazer teatro, as pessoas começaram a dizer, 'tu afinal também sabes fazer teatro'. E eu a pensar, já viste o meu currículo?

Mas como fazias para conciliar?

Gravava de segunda a quarta-feira em Lisboa, depois quinta, sexta e sábado na Bélgica. No domingo voltava [para Lisboa]. Foi assim durante três ou quatro semanas. Mas também na novela não tinha o papel de protagonista. Era elenco fixo, mas quando não és protagonista gravas tipo três vezes por semana. Mesmo assim, foi fixe eles conseguirem conciliar os dias todos. Foi muito trabalho, foi doloroso. Ia chorar à produção a pedir por favor para me deixarem fazer o filme. Mas também foi bom estar a fazer novela porque já tinha essa estaleca, apesar de ser uma coisa completamente diferente.

Na novela quem fazia de meu pai era o Miguel Guilherme, a minha madrasta era a Rita Blanco, ou seja, o primeiro trabalho com atores de topo… Empurram-te assim para a água fria… É muito difícil mas, ao mesmo tempo, quando tens experiências difíceis há qualquer coisa no cérebro que te faz pensar que consegues fazer tudo. Quando cheguei ao filme estava tão ocupada que nem tinha tempo para estar stressada ou com medo.

Ao início quando fazia teatro tinha muito aquele 'frio na barriga'. A primeira peça que fiz foi um monólogo de Fernando Pessoa, o 'Livro do Desassossego', que fiz em francês no Luxemburgo. Eu sozinha durante uma hora. Nervosismo como esse não recomendo a ninguém. O lado bom é que perdi cerca de quatro quilos, estava muito stressada. Não podia ter sido mais difícil. Quando me encontro em situações assim, penso 'como é que eu vim cá parar' (risos).

Essa oportunidade de fazer o monólogo foi te dada ou fazia parte da formação?

Foi uma pessoa que me conhecia e já tinha visto muitos projetos onde eu tinha entrado, e depois convidou-me. Ela sabia que eu era de origem portuguesa e pensou que seria a pessoa certa para fazer esse monólogo – e viu que eu tinha essa parte da formação também. Muitas vezes metem as pessoas um bocadinho em caixas. Se fazes televisão, vais fazer televisão, tu fazes cinema… Faço um bocado de tudo e às vezes isso mete-me um bocado de confusão, mas gosto desses desafios.

Quando estava a fazer televisão notei que também no Luxemburgo as pessoas começavam a ter um bocadinho de preconceito. Tu és a atriz que faz televisão… Quando comecei a fazer teatro as pessoas começaram a dizer, 'tu afinal também sabes fazer teatro'. E eu a pensar, já viste o meu currículo? Estive em três conservatórios, obviamente que sei fazer teatro, mas também gosto de fazer televisão.

No Luxemburgo faço parte de uma minoria, então é muito importante as crianças e adolescentes quando vão ao teatro poderem ver alguém com quem se identificam, e não só loiras de olhos azuis

Então profissionalmente a carreira começou nas novelas, depois chegou o cinema e o teatro?

Foram novelas, o filme 'Toy Gun', e depois quando acabei a novela tive de decidir porque não podia estar em todo o lado ao mesmo tempo. Pensei que se continuasse a fazer novelas, daqui a dez anos iria estar a fazer novelas e não teria feito mais nada. Seria uma pena por causa das línguas e tinha essas outras oportunidades.

Quando acabei o 'Toy Gun' e a novela voltei para o Luxemburgo para fazer duas séries, para as quais já me tinham convidado. Entretanto, surgiram dois filmes, um com o Bruce McDonald (que era canadiano), 'Dreamland'. Quando me disseram que a protagonista era a Juliette Lewis eu pensei que era uma piada porque toda a gente sabe que sou mega fã dela, fanática mesmo. Depois fiz um filme em Espanha… Isto tudo também vai surgindo porque as pessoas veem-te num projeto e depois convidam-te… E como falo essas línguas, as pessoas também sabem isso. 

Fiz esse filme e a seguir fiz uma peça que foi a tal do Fernando Pessoa, e depois dessa peça ouve imensos encenadores do Luxemburgo que vieram ver esse monólogo e foi um 'boom' de peças. Depois aconteceu um milagre.

Então? Que milagre?

Estava a trabalhar no Luxemburgo em teatro, a fazer peças mais clássicas, e o diretor artístico do teatro nacional do Luxemburgo disse-me se eu gostava de fazer uma peça em França. Disse que sim – eu estudei em Paris por isso sabia o quão difícil é entrar no mercado francês, eles são muito fechados. 

Li a peça, 'Habiter le temps' ('Viver no Tempo'), e comecei a chorar baba e ranho. Fiquei muito emocionada. Sou uma fã das antiguidades, tudo o que tenha a ver com o passado. E a peça trata disso, de traumas que passas de uma geração à próxima. Há três gerações em palco e vês como as coisas se repetem. E fala também no sentido do que estamos aqui a fazer, existencialista. Pensei que a pessoa que ia fazer aquilo ganhava a lotaria. Fiz a audição mas a pensar que não ia ter hipóteses. Fui mega relaxada, o encenador é uma super estrela do teatro francês, Michel Didym, e tem a reputação de ser muito rígido e duro.

Estava a fazer o monólogo e ele ao mesmo tempo estava a falar com o assistente. Nem estava a ver a minha audição. Parei a meio e disse que a audição tinha acabado porque estava a falar e ele nem sequer me estava a ouvir. Disse-lhe que se ele não quisesse ver para dizer que ia ter com uma prima que vivia lá. Ele olhou para mim, começou-se a rir e disse para eu começar de novo. Depois fui para casa a pensar que ele ia ligar para o diretor artrítico do Luxemburgo e dizer-lhe que sou uma besta.

Passado dois meses, estava em Cascais na praia com os meus amigos quando toca o telefone e era ele para me dizer que gostava muito que eu fizesse o papel na peça. Perguntei se estava a ligar para a pessoa certa. Disse logo que sim, mas foi a primeira vez que senti um misto de alegria e terror ao mesmo tempo porque sabia o difícil que era esta peça, ainda para mais para o papel principal.

E depois, como correu?

Quando aceitei, começo a ver os e-mails da produção e os nomes dos outros atores, por exemplo, uma das atrizes principais era a Maïwenn, que é uma atriz mais conhecida como realizadora e que tem agora o filme 'Jeanne du Barry' com o Johnny Depp. Depois começaram os ensaios, foi muito duro, ainda para mais foi durante o tempo da Covid. Estava a ensaiar em Paris mas só havia o quarto de hotel e a sala de ensaio. Não se podia ir para lado nenhum. Foi horrível. [Por causa da pandemia] não estivemos muito tempo em cena com a peça, mas para mim mudou qualquer coisa. 

Agora nesta temporada tinha dito que não ia fazer teatro, mas acabei por aceitar uma [peça] porque disseram que escreveram para mim. É da Sophia de Mello Breyner, 'A Menina do Mar', que vamos fazer em francês no Luxemburgo. 

No Luxemburgo faço parte de uma minoria - há muitos portugueses que vivem no Luxemburgo - então é muito importante as crianças e adolescentes quando vão ao teatro poderem ver alguém com quem se identificam, e não só loiras de olhos azuis. Achei interessante essa ideia, e depois também há partes da peça em que falo em português. Vou fazer essa peça e outra ao mesmo tempo, não me perguntem como. 

Como conseguiu adquirir conhecimento em tantas línguas? 

No Luxemburgo é um bocado normal. Lá aprendes luxemburguês, francês e alemão. O espanhol aprendi porque estive a viver em Madrid. Quando me mudei para Madrid, na minha turma ninguém sabia falar outras línguas. No início pensei que era horrível, mas depois foi a melhor coisa que me aconteceu porque aprendi muito espanhol. O inglês porque a família da parte da minha mãe vive no Canadá, por isso quando era pequenina ia muito ao Canadá de férias no verão. E também tenho um bocado de ouvido para as línguas.

Quando volto a Portugal pensam que não tenho estado a trabalhar. É engraçado ver que quando estás muito na imprensa as pessoas tratam-te de uma maneira, mas depois quando acham que não estás a trabalhar tratam-te de outra maneira

E de todos os projetos que fez até aqui, qual destaca negativa e positivamente?

Acho que na vida tudo é uma lição. Mesmo os projetos que podem parecer super negativos, percebes o que é que não funcionou e levas isso como experiência para a próxima vez.

O melhor projeto tenho de dizer que foi a tal peça francesa, porque acho que para um ator o ideal seria fazer projetos em que se estivesse sentado como espetador, gostaria de ver. E também pelo grau de dificuldade. Foi a primeira vez que a meio do projeto pensei em desistir. Foi tão difícil, o encenador era tão rigoroso… Foi muito complicado e consegui até ao final, e depois as críticas foram ótimas e abriu-me portas - porque conheci a Maïwenn, de quem hoje sou amiga, e outras pessoas. E também me deu muita confiança.

E negativamente?

Se calhar aqueles projetos no início de carreira em que ainda estava com medo de ser eu mesma, de não me afirmar. Também tem a ver com a idade. Hoje em dia já é um bocadinho diferente. Há algum tempo estava a trabalhar com um encenador que falava mal para a assistente ao ponto de a fazer chorar. E é daquelas coisas em que não gostamos de estar à volta disso. Depois está uma energia muito negativa na sala e não há razão para ser assim.

Eu não paro de trabalhar, é uma coisa de loucos. Mas quando volto a Portugal, as pessoas que só me conhecem de ter feito as novelas há cinco anos pensam que não tenho estado a trabalhar. E depois é engraçado ver que quando trabalhas muito ou estás muito na imprensa as pessoas tratam-te de uma maneira, mas depois quando acham que não estás a trabalhar tratam-te de outra maneira. Isso é sempre muito curioso.

Se eu quisesse ser uma estrela de Instagram, ou não sei o quê, tinha ficado cá e feito novela atrás de novela. Mas não é o que gosto de fazer, eu gosto de contar histórias.

A nível de trabalho, tendo experiência em vários países, acredito que a forma de trabalhar seja diferente? 

Por acaso, não. Chego à conclusão que os problemas que as pessoas têm são os mesmos, as queixas são as mesmas de uns países para os outros. As pessoas, no fundo, têm mais em comum do que aquilo que pensam. Claro que há pequenas diferenças, por exemplo, quando estava a fazer a novela, de manhã chegava e dava um abraço ao assistente. Quando estou a fazer uma série na Alemanha não dou nenhum abraço a nenhum assistente, vão ter outra leitura disso. 

As pessoas têm uma ideia de que o emigrante, não sei, se calhar não tem um nível de cultura igual aos que estão cá

É mais uma diferença cultural?

É! O que noto é que as pessoas têm muitos preconceitos. Por exemplo, uma vez estava a fazer uma série em Berlim e atrasei-me um dia. O assistente mandou a boca, a brincar, a dizer 'pensas que estás em Portugal'. E eu disse logo que quando estava a fazer novela [em Portugal] e tinha de chegar às 8h da manhã, se às 8h05 ainda não estivesse lá o assistente já me estava a ligar a perguntar onde é que eu estava. As pessoas é que não têm noção. 

A única coisa que tenho que dizer é que na Alemanha, Luxemburgo ou até em França quando têm que pagar a dia 10, é dia 10. Em Portugal isso às vezes pode atrasar. Às vezes não é bem diz 10, às vezes atrasa um bocadinho em coisas mais burocráticas que podem ser um bocadinho diferentes.

É óbvio que o processo de trabalho é diferente se estás a fazer uma novela, um filme ou uma peça. Até dentro das peças varia muito. Mas chego à conclusão de que o espetáculo tem sempre a ver com a personalidade do encenador. Claro que tens de ter uma sensibilidade para te integrares. Se eu chegasse à Alemanha e desse beijos e abraços a toda a gente, também iriam achar estranho. 

Quando estava a trabalhar em novela, fazia um esforço gigante para nunca ninguém notar que não tinha vivido a minha vida inteira em Portugal, trabalhava muito a língua… Não queria ficar com a etiqueta de imigrante. Às vezes fico com a impressão que as pessoas têm um bocadinho de preconceito. 

Achas que há um peso no nome imigrante/emigrante? 

Sim. As pessoas têm uma ideia de que o emigrante, não sei, se calhar não tem um nível de cultura igual aos que estão cá. Por exemplo, quando uma pessoa diz uma palavra numa língua estrangeira dizem logo que está a querer mostrar que sabe falar mais línguas. Não é isso. É normal que quando te queres expressar haja uma palavra ou outra [que sai].

Quando era mais nova, aos 25 anos, e estava a fazer novela, parecia que era o fim do mundo quando me enganava numa palavra. Era dura comigo, mas também foi bom porque quando te puxas até ao limite consegues chegar a projetos. Ou então seria para uma personagem de uma estrangeira, e não queria mesmo. 

Não querias o rótulo?

Isso. É óbvio que no Luxemburgo nasci e cresci lá, falo sem sotaque nenhum, mas a verdade é que tenho Lopes no apelido. E às vezes noto que os papéis que oferecem lá, especialmente em cinema e televisão, têm sempre a ver com alguma coisa de imigração. Acho que ainda há um caminho a percorrer. Sou dos atores que mais trabalha no Luxemburgo, não me posso queixar. A única coisa que noto é que às vezes, independentemente de quem encena, essa visão tem de ser um bocadinho desenvolvida. E em Portugal, acho que se tivesse sotaque iria acontecer a mesma coisa. Iriam sempre dar-me o papel da estrangeira. 

No dia seguinte aparece a Diana Chaves com dois sacos cheios de roupas dela e disse: 'está aqui, escolhe o que quiseres e depois devolves no final'. Vesti um macacão branco que era da Diana

E houve algum episódio mais caricato nos bastidores que te tenha marcado?

Tanta coisa… Quando cheguei a Portugal para fazer a novela 'Coração d'Ouro', sabia que só ia para o ar passado três meses. Cheguei com a roupinha básica e a minha mala com as minhas coisas iria chegar uma semana ou duas depois. Mal chego a Portugal, a minha agente liga-me a dizer que iam fazer uma apresentação à imprensa no dia a seguir. Estávamos a ensaiar e disse isso às minhas colegas. A Diana Chaves ouviu, disse para eu me levantar para ver uma coisa, e depois disse para não me preocupar com a roupa que ia tratar disso. No dia seguinte aparece a Diana com dois sacos cheios de roupas dela e disse: 'Está aqui, escolhe o que quiseres e depois devolves no final'. Vesti um macacão branco que era da Diana. Há tantas histórias, negativas, positivas, tanta coisa. 

Qual é o teu maior objetivo de carreira?

Chegar ao ponto onde faço só projetos em que se estivesse na cadeira do público, gostaria de ver. Como toda a gente, já tive de fazer coisas em que pensei, ninguém venha ver isto [risos]. E isso também é difícil de saber porque no início do projeto nunca podes saber. Podes pensar que vai ser uma coisa e no final é outra.

No fundo ter possibilidade de poder escolher o projeto que faz? 

Mais do que poder escolher, é escolher os projetos com os quais tu te identifiques pelos textos e também, cada vez mais, pelas pessoas. É um meio que atrai todo o tipo de pessoa e às vezes há pessoas que, se calhar, têm algumas coisinhas para resolver… Às vezes há pessoas com mau feitio e tudo isso, e às vezes é um bocado complicado. E continuar também a poder trabalhar em todas as partes. Assim concilio a paixão pelas viagens com o trabalho.

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