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"Não é preciso conformarmo-nos com versão de Hollywood do que é um herói"

Jacob Batalon esteve em Portugal na Comic Con e conversou com a imprensa.

"Não é preciso conformarmo-nos com versão de Hollywood do que é um herói"
Notícias ao Minuto

08:45 - 19/12/22 por Marina Gonçalves

Fama Jacob Batalon

Foi para divulgar a série 'Reginald The Vampire' que Jacob Batalon se deslocou à Comic Con Portugal, onde esteve presente numa conferência de imprensa. 

Assim que leu o guião pela primeira vez, diz, o que mais despertou a sua atenção foi a mensagem que passa. "Logo no primeiro [episódio] retratamos muito claramente que as pessoas que não são socialmente aceites são muito provocadas, criticadas e vão-se muito abaixo por isso. Gosto muito que seja engraçada e muito sombria ao mesmo tempo, com muitas reviravoltas cómicas. E é muito louca, muito ousada e inesperada – o que para mim é uma coisa boa", realçou. 

A série chega ao SYFY Portugal logo no início do próximo ano, no dia 2 de janeiro, e o ator contou que 'Reginald The Vampire' "é basicamente sobre uma pessoa comum que se torna num herói". 

"Acho que a mensagem subjacente é que não precisamos de nos conformar com a versão de Hollywood do que é um herói – podem parecer-se comigo ou com qualquer outra pessoa e ainda ganhar o dia –, e para mim é realmente positiva. O resumo mais prático é que me tornei vampiro por acidente e sou uma espécie de 'ovelha negra' da comunidade de vampiros de Akron, no Ohio, e o chefe dessa comunidade basicamente quer ver-me morto porque não sou... giro", acrescentou. 

Ele é uma pessoa comum, que acaba por representar as inseguranças de todos nós em relação a não nos encaixarmos no molde de beleza e atratividade de Hollywood

A série é baseada nos livros 'Fat Vampire' e Jacob Batalon contou que "leu as duas primeiras obras e achou-as muito interessantes. No entanto, ressalva que "já não estamos tão antiquados, pelo que acha muito bem ter-se atualizado o diálogo". 

"Na verdade, o autor dos livros tem uma pequena participação na série – mas não sei se alguém vai conseguir ver, é um detalhe muito pequenino, mas ele estava muito animado para ser essa personagem", partilhou. 

Questionado sobre se se identifica com a sua personagem, dando vida a Reginald, afirmou: "Acho que muitos de nós nos identificamos". 

"Ele é uma pessoa comum, que acaba por representar as inseguranças de todos nós em relação a não nos encaixarmos no molde de beleza e atratividade de Hollywood. Nesse sentido, com certeza que me identifico", destacou. 

Exploramos mais o lado humano de ser um vampiro, ao contrário dos vampiros típicos a que todos estão acostumados

Além de interpretar uma personagem, Jacob Batalon é também produtor executivo da série. "Adoro ser o chefe de todos [risos]. Não, não, mas é muito bom ter este papel. Realmente queria passar esta mensagem e colocar muito de mim nisto, e foi muito bom estar do outro lado da câmara, estar por dentro das coisas, é muito interessante. Há muitas reuniões pela manhã das quais não gosto muito... e coisas muito estranhas também – do género, que chapéu deveria a personagem usar hoje? Ou que cama deveria estar no quarto dela? Escolhia sempre a opção mais barata", disse. 

Comparando 'Reginald The Vampire' com outras produções de vampiros, o ator realçou que "a maior diferença é o Reginald", a sua personagem. 

"Em tantas histórias de vampiros, ninguém se parece realmente com ele, e nenhuma das personagens é como ele em termos de personalidade, também, são todos meio taciturnos, sombrios e assim 'sexuais'. O Reginald é um tipo normal e eu acho isso muito bom. Além de que nós exploramos mais o lado humano de ser um vampiro, ao contrário dos vampiros típicos a que todos estão acostumados", explicou. 

Assisto a muitas coisas de vampiros para tentar fazer tudo o que não estão a fazer nelas

No primeiro episódio, Reginald repete a frase para si mesmo: "Se continuares a fazer o mesmo que sempre fizeste, continuarás a ter o mesmo que sempre tiveste". Levando a ser questionado: Agora que a sua vida mudou drasticamente, como é que esta frase muda a sua perspetiva?

"Este é o tipo de frase 'central' que veremos durante toda a série. O Reginald é muito... tudo o que lhe acontece é causado por ele mesmo. Então, quando avançarem na história, vão perceber que ele é uma pessoa um pouco má. Mas a verdade é que todos nós acabamos por sê-lo, à nossa maneira realmente humana. Não somos todos inteiramente bons ou inteiramente maus. Ele vai errar muito e essa citação vai surgir muitas vezes", respondeu. 

Para interpretar Reginald, diz, "trabalhou muito antes de a série começar". "E assisto a muitas coisas de vampiros para tentar fazer tudo o que não estão a fazer nelas, para ser completamente o oposto de tudo o que está a acontecer", partilhou ainda, confessando também que ser um vampiro não era um "desejo", mas sim "ser a estrela de uma série". 

E será que vai haver algum romance na vida deste vampiro? "Sim. Acho que a vida amorosa do Reginald na série se torna bastante complicada em vários aspetos. Não só porque ele se torna um vampiro, mas porque faz muitas asneiras. É aí que começamos a descobrir se gostamos dele ou não. Vai fazer algumas coisas tóxicas". 

Há muitas restrições. Não podemos ficar a menos de dois metros uns do outros e não podemos tocar-nos

A série já foi lançada noutros países e o Fama ao Minuto perguntou: O que estão as audiências a dizer sobre ela? Quais são os pontos positivos e os menos positivos?

"Não sou pessoa de ler muitas críticas. Muitos dos meus amigos e familiares gostam, mas também conheço muitas pessoas que não gostam de mim... então, é difícil dizer. Mas acho que, no geral, as pessoas estão a gostar muito! O final da temporada passou [nos EUA] há uns dias, e mal posso esperar para que todos aqui vejam, porque é uma loucura". 

Referindo-se ao mundo de Hollywood do pós-pandemia, Jacob Batalon relatou que "há muitos" desafios. "Há muitas restrições. Não podemos ficar a menos de dois metros uns do outros e não podemos tocar-nos, não podemos respirar o mesmo ar, temos de usar máscaras, somos testados a cada par de dias... é mais ou menos assim. É muito mundano, não tem nada de especial – ninguém nos dá uns xaropes secretos para não ficarmos mal, ok?". 

Estou a escrever a minha própria série de 'Star Wars' agora e isso é muito bom

Falando do seu maior desafio enquanto ator de Hollywood, destacou que "foi quando ainda estava na escola de teatro, a aprender a ser vulnerável em frente a outras pessoas". 

"É fácil escondermo-nos quando não queremos estar no centro das atenções, mas como atores e artistas, estamos no centro das atenções o tempo todo, não importa se queremos ou não. Assim, acho que temos realmente de deixar as pessoas 'entrar', porque elas não são estúpidas e sabem dizer se somos bons ou maus atores. Então, acho que é isso: acostumar-me à ideia de que as pessoas veem todos os meus lados é provavelmente a coisa mais assustadora, porque tenho muito medo de pessoas", confidenciou.

E o que é que Jacob Batalon gostaria de alcançar na sua carreira? "Estou a escrever a minha própria série de 'Star Wars' agora e isso é muito bom. Estou a procurar por toda a “força” e os sabres de luz e todas essas coisas boas. Mas não sei... acabei de fazer um filme de terror na Sérvia, estou a fazer todo o tipo de coisas que acho interessantes. Imagine, se tem um guião maluco, eu quero fazê-lo. Já não me importo realmente, só quero fazer coisas divertidas". 

Estou muito feliz por estar aqui em Portugal, conhecer pessoas diferentes é incrível

O ator - que ficou conhecido pelo papel de Ned Leeds nos filmes do 'Homem Aranha' - não deixou ainda de dizer se prefere gravar para cinema ou televisão.

"Depende do tipo de filme que se está a fazer, mas se é do 'Homem-Aranha', por exemplo, passamos um dia inteiro a gravar uma página e meia no máximo, que são basicamente cenas de ação. Mas na televisão filmamos oito ou nove páginas de diálogo, e não apenas cenas de ação, e por isso gosto da carga de trabalho – realmente gosto de me sentir útil. Acho que a televisão é mais divertida – é mais como uma peça de teatro, porque temos de fazer muitas coisas", explicou. 

Por fim, partilhou a "melhor lição que tirou de cada trabalho que fez" até hoje: "Aprendi que a fama é muito inconstante. Aprendi que adoro joias e que viajar pelo mundo é provavelmente a melhor coisa que alguém pode fazer. Sentia-me tão bloqueado do mundo, e agora que estou noutros países o tempo todo, é uma experiência completamente diferente. Estou muito feliz por estar aqui em Portugal, conhecer pessoas diferentes é incrível. E, de novo, todos os países têm ótimas joias. É muito bom". 

Leia Também: Visitantes da Comic Con procuram experiências, recordações, um autógrafo

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