Will Smith confessou que pensou em matar o pai, Willard Smith, num ato de desespero para salvar a mãe, Caroline Bright, da violência doméstica de que sofria. A revelação consta no seu livro de memórias, 'Will', que será lançado a 9 de novembro.
"O meu pai era violento, mas ele também estava em todos os jogos, peças e recitais. Ele era alcoólico, mas estava sóbrio em todas as estreias de cada um dos meus filmes. [...] Ele ouvia todas as gravações. Visitou todos os estúdios. Com o mesmo perfeccionismo intenso com que aterrorizava a sua família, colocava comida na mesa todas as noites da minha vida", afirmou, cita a revista People.
O ator, de 53 anos, relatou ainda um episódio de violência a que assistiu quando tinha apenas nove anos. "Quando tinha nove anos, vi o meu pai soquear a minha mãe na lateral da cabeça com tanta força que ela desmaiou. Vi-a cuspir sangue. Aquele momento, naquele quarto, provavelmente mais do que qualquer outro momento da minha vida, definiu quem eu sou".
E continuou: "Dentro de tudo o que fiz desde então - os prémios e elogios, os holofotes e a atenção, os personagens e as risadas - houve uma subtil série de desculpas à minha mãe pela minha inércia naquele dia. Por falhar com ela naquele momento. Por não ter conseguido enfrentar o meu pai. Por ser um cobarde".
Will Smith prometera a si mesmo que "quando fosse grande o suficiente" iria "vingar" a mãe tirando a vida ao progenitor e houve mesmo um momento em que sentiu vontade de cumprir a promessa.
"Uma noite, enquanto eu delicadamente o empurrava do seu quarto em direção à casa de banho, uma escuridão surgiu dentro de mim. O caminho entre os dois quartos passa pelo topo das escadas. Quando era criança, sempre disse a mim mesmo que um dia vingaria a minha mãe. Que quando fosse grande o suficiente, quando fosse forte o suficiente, quando eu não fosse mais um cobarde, iria matá-lo", afirmou.
E rematou: "Fiz uma pausa no topo das escadas. Eu poderia empurrá-lo para baixo e facilmente sair impune".
O pai de Will Smith, um veterano do exército dos Estados Unidos, morreu há cinco anos, pouco tempo depois de ter sido diagnosticado com cancro.
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