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Rita Marrafa de Carvalho acusa ex-namorado de "bullying agressivo"

A jornalista falou pela primeira vez sobre os "maus-tratos psicológicos" de que diz ter sido vítima.

Rita Marrafa de Carvalho acusa ex-namorado de "bullying agressivo"
Notícias ao Minuto

13:00 - 05/06/21 por Notícias ao Minuto

Fama Rita Marrafa de Carvalho

Depois de uma longa reflexão e algumas dúvidas, Rita Marrafa de Carvalho ganhou coragem e, sem medo das consequências negativas que a sua decisão poderia ter, revelou publicamente ter sido alvo de "maus-tratos psicológicos" por parte de um antigo companheiro. 

"Há um tipo de violência que não se vê na pele. Não se prova a olho. Não se fotografa numa esquadra e não se mede em tribunal. Há um género de violência que não é crime, que não condena ninguém, que não está inscrita no Código de Processo Penal. Os maus-tratos psicológicos são a forma mais discreta e subtil de exercer poder e humilhação", começa por afirmar.

"Existem entre casais formas de bullying encapotado e agressivo, disfarçado de incentivo, camuflado de investimento, travestido de apoio. A forma mais abjecta e patológica de humilhar aquele com quem se vive e obrigá-lo a ser o que não é.
Partilhei um ano e meio de vida com um e só há pouco tempo me apercebi que foi demasiado", lamenta, referindo-se ao seu caso em concreto. 

A jornalista da RTP percebeu mais tarde, em  plena consciência, que aquilo que ouviu e sentiu "foi bodyshaming".

"Por ser algo tão pouco debatido, por ser algo que costumamos encarar como reparos de somenos importância, tendemos a menosprezar os danos internos que causam. Aprendi a rir quando me dizia '𝒎𝒂𝒔 𝒗𝒂𝒊𝒔 𝒓𝒆𝒑𝒆𝒕𝒊𝒓?' ao almoço. Ou quando tirava uma fatia de queijo de entrada e sentia o olhar reprovador acompanhado do '𝒕𝒂𝒎𝒃é𝒎 𝒕𝒆𝒏𝒔 𝒂í 𝒕𝒐𝒎𝒂𝒕𝒆 𝒄𝒉𝒆𝒓𝒓𝒚'. Já engoli com mais dificuldade um amuo quando vestia uma camisa que resultava num '𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒅𝒆𝒎𝒂𝒔𝒊𝒂𝒅𝒐 𝒋𝒖𝒔𝒕𝒂 𝒏𝒐𝒔 𝒃𝒓𝒂ç𝒐𝒔 𝒆 𝒏ã𝒐 𝒕𝒆 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓𝒆𝒄𝒆' ou a diária insistência '𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 é 𝒒𝒖𝒆 𝒗𝒂𝒊𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒖𝒎 𝒈𝒊𝒏á𝒔𝒊𝒐. 𝑺ó 𝒕𝒆 𝒇𝒂𝒛𝒊𝒂 𝒃𝒆𝒎'. Ou os términos dos abraços da manhã, que se pontuavam com um '𝒔ó 𝒕𝒆 𝒇𝒂𝒍𝒕𝒂 𝒑𝒆𝒓𝒅𝒆𝒓 10 𝒒𝒖𝒊𝒍𝒊𝒏𝒉𝒐𝒔'", continua, tornado públicas as muitas frases que a magoaram. 

"Deixou de haver qualquer esgar de condescendência quando, perante uma foto minha com 50 quilos, suspirou '𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒗𝒊 𝒆𝒔𝒕𝒂 𝒇𝒐𝒕𝒐 𝒂𝒑𝒂𝒊𝒙𝒐𝒏𝒆𝒊-𝒎𝒆 𝒑𝒐𝒓 𝒆𝒔𝒕𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂. 𝑷𝒐𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒗𝒐𝒍𝒕𝒂𝒓 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒆𝒔𝒕𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂'. Eu era aquela pessoa. Nunca o deixei de ser", continua, dando conta de que o ponto final na relação aconteceu durante uma ida à praia.

"[...] Na praia, sentados na areia, com a brisa quente de julho, olhando os outros corpos que desfilavam molhados, me disse '𝒕𝒆𝒏𝒉𝒐 𝒏𝒐𝒋𝒐 𝒅𝒆 𝒃𝒂𝒏𝒉𝒂𝒔'. Gelei por dentro. '𝑺𝒊𝒏𝒕𝒐 𝒏𝒐𝒋𝒐 𝒅𝒆 𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒈𝒐𝒓𝒅𝒂'. Semicerrei os olhos: '𝑻𝒂𝒎𝒃é𝒎 𝒕𝒆𝒏𝒉𝒐 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒄𝒉𝒂𝒎𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝒃𝒂𝒏𝒉𝒂𝒔. 𝑰𝒏𝒄𝒐𝒎𝒐𝒅𝒂-𝒕𝒆'”... sem respirar fundo ou equacionar que o peso das palavras têm a velocidade de um cometa e o poder destrutivo de um governo de Trump, respondeu com rapidez '𝒔𝒊𝒎, 𝒊𝒏𝒄𝒐𝒎𝒐𝒅𝒂'. Comecei a flectir as pernas para dali sair enquanto ouvia '𝒔𝒂𝒃𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒕𝒆𝒏𝒔 𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒂 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒆 𝒏ã𝒐 𝒕𝒆 𝒕𝒆𝒏𝒔 𝒆𝒔𝒇𝒐𝒓ç𝒂𝒅𝒐'. Sacudi a areia das nádegas enquanto ouvia '𝒔𝒂𝒃𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒂𝒎𝒐 𝒎𝒂𝒔 𝒏ã𝒐 𝒎𝒆 𝒔𝒊𝒏𝒕𝒐 𝒃𝒆𝒎 𝒄𝒐𝒎 𝒐 𝒕𝒆𝒖 𝒑𝒆𝒔𝒐'. Peguei na toalha, vesti a t-shirt S e os calções M, enquanto ouvia '𝒗𝒂𝒊𝒔-𝒕𝒆 𝒆𝒎𝒃𝒐𝒓𝒂? 𝑯á 𝒂𝒔𝒔𝒖𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒕𝒂𝒃𝒖? 𝑵ã𝒐 𝒔𝒆 𝒑𝒐𝒅𝒆 𝒇𝒂𝒍𝒂𝒓 𝒅𝒐 𝒑𝒆𝒔𝒐? 𝑵ã𝒐 𝒕𝒆𝒏𝒔 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒍𝒉𝒐𝒔?'. Coloquei os óculos escuros, e do alto dos meu metro e 65 e 63 quilos respondi '𝑺𝒊𝒎. 𝑵ã𝒐 𝒎𝒆 𝒔𝒊𝒏𝒕𝒐 𝒃𝒆𝒎 𝒂𝒐 𝒑é 𝒅𝒆 𝒕𝒊.'", é desta forma que o episódio é relatado por Rita, que optou por manter em segredo a identidade da pessoa a que se refere.

"Nesse dia, soube, claramente, que a toxicidade daquela pessoa transbordava o seu próprio corpo, aspirava o ar circundante, condensava-se em seu redor. Nesse dia, não havia mais sorrisos para lhe dar. Não havia nada para oferecer. Deste tipo de violência poucos falam. Poucos confessam. Poucos partilham. Suaviza-se, pinta-se de incentivo o bullying, maquilha-se o bodyshaming, escondem-se défices de caráter", lamenta.

Com esta experiência, a jornalista diz ter aprendido "que a agressão estética pode começar em casa, nas mãos de quem gostamos, entre as paredes onde vivemos".

Ainda que sem revelar a identidade do ex-companheiro a que se refere, Rita Marrafa de Carvalho dá conta de que este escreve agora sobre feminismo e racismo.

"E o que me fez sorrir, meus caros, perceber esta ilustre ironia: o bully, que pela minha vida passou, escreve agora sobre feminismo e racismo, sobre o bem e o mal, a tolerância social e cultural, na farsa dos dias com que se burla e aos outros", afiança.

Por fim, um conselho que espera inspirar todas as mulheres que viveram ou vivem situações como a que agora relata: "Ao final do dia, um axioma único se impõe com uma premissa singular: não há amor sem amor-próprio. Não há amor no desamor. Não há amor onde o meu amor não cabe. Porque em amor, não se pedem larguras, não se exigem padrões, não se convencionam estereótipos. Um amor XL será sempre cego a todas as medidas".

Veja abaixo a publicação completa:

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