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"Pesa-me mais estar num canal com esta história do que as audiências"

Estivemos à conversa com Joana Teles.

"Pesa-me mais estar num canal com esta história do que as audiências"

Joana Teles é uma das caras mais conhecidas da RTP. Quis o destino que o 'bichinho' para a apresentação se manifestasse através de um concurso aberto para o país, numa altura em que se preparava para ser enfermeira. Decidiu arriscar e foi uma das 10 escolhidas.

Com uma disponibilidade e sorriso contagiantes, a apresentadora esteve à conversa com o Fama ao Minuto partilhando um pouco da Joana para lá do pequeno ecrã.  Vamos conhecê-la?

Como foi o desafio de estar à frente da 'Praça da Alegria'?

Foi extraordinário e agradeço esta oportunidade incrível. Obviamente que para qualquer apresentador é um voto de validade, de confiança. Já não fazia estúdio há alguns anos. É um formato de programa que eu gosto, muito próximo do público e que permite informar de forma mais descontraída. Não vejo como sendo um programa maçador, não senti isso de todo. Não acredito num daytime para uma determinada faixa horária, porque com a box agora é possível ver a qualquer hora.

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Uma publicação partilhada por Joana Teles  (@joanatelesrtp)

A televisão tem agora de se adaptar a essa possibilidade de escolha?

Sim. A televisão compete com redes sociais, com séries, com o cabo... cada vez mais as pessoas conseguem escolher aquilo que querem ver. O telespectador torna-se mais caprichoso e com razão. A televisão tem de ser versátil. Se esse desafio é conseguido? Isso tem de se ver dia-a-dia. Hoje já se escolhe pessoas com um peso nas redes sociais e é uma boa estratégia. Mas acho que a RTP1 consegue ser a televisão de todos e temos exemplos, como o 'The Voice Portugal'.

Pesa-me muito mais estar num canal com esta história soberba, do que a preocupação com as audiências Sendo a RTP1 um canal público, não há uma preocupação tão grande com as audiências como em outros canais, pois não?

Pelo contrário. Pessoalmente, é algo que gosto de ver e analisar. A missão da RTP é mostrar a diversidade cultural que temos. A corrida pela RTP é o conteúdo, é a televisão de território e sempre será. Eu gosto, claro, de ganhar. Mas entre o compromisso de ganharmos e sermos autênticos, a RTP1 terá de ser igual a si própria. Pesa-me muito mais estar num canal com esta história soberba, do que a preocupação com as audiências. Felizmente nos projetos onde tenho estado consigo o pleno dos dois mundos.

Quero aproveitar todas as oportunidades que me dão. Tendo-as ou não, elas teriam de vir e eu de analisá-las E se lhe fizessem uma proposta para ir para outro canal, aceitaria?

Estou na RTP há 13 anos, tenho 38 anos, como é evidente, sinto que estou no auge da minha carreira. Um apresentador não se faz só de talento, mas também de maturidade e das vivências da vida. Hoje consigo ter uma entrevista com outra sobriedade face à que teria aos 27 anos, é diferente. Sinto isto, mas sou altamente exigente comigo mesma e muito auto-crítica. Não querendo fugir à pergunta, quero aproveitar todas as oportunidades que me dão. Tendo-as ou não, elas teriam de vir e eu de analisá-las. Estou bem, sou muito feliz como apresentadora de televisão. O que eu quero é trabalhar e a RTP tem-me dado essas oportunidades, mas só o futuro saberá o resto.

Curiosamente, a apresentação surgiu na vida da Joana Teles numa dessas oportunidades que a RTP abriu para todo o país...

Para mim a televisão era o 'El Dorado' que jamais conseguiria conquistar, por isso, decidi ir para a área da saúde que também gostava muito. O 'bichinho' ficou lá... acabei por fazer enfermagem e foi precisamente num dos últimos estágios que recebo a notícia de que iria pertencer à RTP.

Em 2006, a RTP lançou um casting a nível nacional, que passou em antena, onde se procurava novos rostos. Participei de uma forma completamente inocente. Foi um ano e pouco de provas. Das mais de cinco mil pessoas que se inscreveram ficámos 10. Na véspera da gala dos 50 anos da RTP recebi um telefonema: 'Tenho uma notícia boa e uma menos boa para te dar. A boa é que és um dos novos rostos da RTP. E a menos boa é que amanhã tens de estar aqui em Lisboa para ser apresentada na gala'. A minha vida mudou a partir daí.

Hoje a figura do apresentador mudou, além de ter talento tem também de ter carisma, uma personalidade bem vincada Disse-me há pouco que atualmente tem outra maturidade. Em que aspetos?

Não sinto que era imatura, antes pelo contrário. Sinto que era muito madura, de tal forma que pouco de mim dava. Hoje a figura do apresentador mudou, além de ter talento tem também de ter carisma, uma personalidade bem vincada. Mas quando comecei não sentia isso. Era muito correta, de tal forma rigorosa que a minha identidade não vinha cá para fora. Atualmente, já sinto uma Joana mais descontraída, que pode acrescentar à conversa.

Mas quando trabalhava dessa forma era para se proteger?

Não, não era. Na altura o modelo de apresentador era aquela entidade que recebia os convidados. Estava ali como um veículo, servindo o entrevistado e o apresentador. De há uns anos para cá - e vejo isso com bons olhos - é que já é permitido ao apresentador, além de ser sério e correto, poder rir, por exemplo, de um engano que teve. Antes corrigia o erro e permanecia em silêncio. Hoje em dia já é permitido brincar um bocadinho com a situação. Por isso é que temos apresentadores que são figuras altamente mediáticas, precisamente pela pessoa que são.

Sempre prezei mais a minha privacidade, é a minha forma de estar. Não é uma crítica. Partilho muito mais o meu estilo de vida do que a minha vida E as redes sociais são importantes na construção dessa figura de apresentador mais próximo do público?

As redes sociais são uma ferramenta fortíssima de comunicação. Permitem que qualquer pessoa manifeste um talento que tenha. A figura de apresentador vai muito além daquilo que se quer passar. Se quer ser popular, é muito fácil chegar lá: é permitir que quem nos segue nas redes sociais se insira na nossa vida e nós partilhamos até os momentos mais íntimos em família. Se algumas pessoas gostam de ver? Sim, gostam. Mas não é a minha praia. Sempre prezei mais a minha privacidade, é a minha forma de estar. Não é uma crítica. Partilho muito mais o meu estilo de vida do que a minha vida. 

Daí a decisão de não mostrar os seus filhos?

É uma opção. Ou exponho ou não exponho. O meu trabalho em televisão está exposto, obviamente, porque é precisamente esse o objetivo, falar para várias pessoas, mas ponto final. Respeito quem o faz, mas não é a minha essência.

Por outro lado, ao expor o seu estilo de vida mostra que é bastante disciplinada. Normalmente acorda às 5h00 da manhã...

Tenho determinados objetivos dentro do meu dia que têm de ser alcançados. Essa questão de acordar cedo é porque preciso de tempo para mim, não só para meditar e praticar exercício físico, mas também para traçar o meu dia e o meu futuro. Não consigo parar, tenho de ter alguma coisa para fazer e que me acrescente. Se tivesse mais tempo e oportunidades, mais faria.

 Há quem diga que tempo é dinheiro, para mim é vida Precisamente, como é que há tempo para isso tudo?

Há uma frase que diz que o tempo é aquilo que nós fazemos dele. E de facto nós estamos sempre a correr atrás do tempo. Não há nada mais desesperante para mim do que chegar ao final do dia, tentar perceber o que aprendi e só ter respostas vazias. Tenho uma apetência para gerir o meu tempo de uma forma peculiar. Há quem diga que tempo é dinheiro, para mim é vida.

E à medida que se vai envelhecendo as prioridades mudam? Há uma diferença de mentalidade?

Acho que quando somos muito jovens queremos conquistar o mundo. Estamos numa busca incessante e muito saudável de procurar o nosso lugar. Com o tempo, como nos vamos conhecendo melhor, vamos fazendo uma lista de prioridades. Posso dizer que de três em três meses atualizo a minha com 10 coisas que são fundamentais e claro que a família ocupa o seu lugar. Vem muito da nossa auto-descoberta e de perceber o que nos faz feliz.

Estou com o meu marido há 15 anos. Um dos pilares que é inabalável é a amizade e o companheirismo É difícil manter uma família estruturada? Estando casada há oito anos há um trabalho contínuo, certo?

Estou com o meu marido há 15 anos. Um dos pilares que é inabalável é a amizade e o companheirismo. Onde ela falta não há futuro, quer seja numa relação de amigos, quer seja de marido e mulher. A partir do momento em que há esta amizade, há obviamente o respeito. Depois tudo o resto floresce. Como é que se mantém isto? Com amor, paixão, momentos só dos dois e com muita cumplicidade. É quando as pessoas procuram o mesmo e se complementam na sua lista de prioridades. Se eu sei que para fazer aquela pessoa feliz preciso de lhe dizer todos os dias que a amo, eu vou fazer isso. Este conhecimento mútuo é que penso que poderá ser a causa para não haver relacionamentos duradouros.

Se lhe dessem a possibilidade de fazer um programa ao seu gosto, aquele que quisesse, qual seria?

Escolheria um programa de daytime de comunicação com o público, quer fosse durante a semana ou ao fim de semana. Ter a oportunidade de estar num programa que acrescenta, que faz companhia, é isto que me satisfaz enquanto apresentadora. É ter a oportunidade de dar voz a pessoas com projetos incríveis. Aprecio mais este formato do que o entretenimento puro e duro. É mais a minha cara, porque estou ali com o público a servi-lo.

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