Trocou a vida planeada, diante de uma secretária e um computador, pela paixão que sempre fez o seu coração bater mais forte: a televisão. Contra todas as expetativas, formou-se em Comunicação Social mas a verdade é que foi a representação o seu primeiro grande amor.
Estudou teatro nos Estados Unidos da América e chegou a Portugal pronto a bater a todas as portas em busca de reconhecimento. Os pequenos papéis valeram-lhe entrada direta para a TV e não foi preciso esperar muito até saltar para a antena da TVI.
Seis anos depois de ter assumido a missão de mostrar que é mais do que um menino bonito, o apresentador está prestes a estrear-se num dos seus maiores desafios profissionais. João Montez é o novo apresentador de 'Querido Mudei a Casa' e contou-nos todos os pormenores desta aventura que agora começa em entrevista ao Fama Ao Minuto.
O João Montez é hoje conhecido do grande público enquanto apresentador, mas a verdade é que o seu percurso começa com a representação.
Certo, o meu percurso começa com a representação. Tinha alguma curiosidade relativamente à área, mas nunca dei o devido interesse a esse meu lado. Decidi que ia ter uma vida super planeada no que diz respeito à estabilidade e projetava esse futuro de uma forma muito concreta. No entanto, acabei por tirar comunicação social, que como é óbvio tem aqui um cunho muito presente neste momento na minha vida porque é a área onde trabalho todos os dias. Ainda assim, os primeiros passos dados neste meio acabaram por ser através de participações pequenas em novelas.
O não assumir desta paixão pela representação prendia-se com a incerteza que acaba por estar associada a esta profissão?
Não, confesso que não tinha muito essa noção. A televisão sempre esteve presente na minha vida, mesmo quando quase nem dava por ela. Durante vários anos acabei foi por projetar a minha vida de uma forma completamente diferente, achando que um dia estaria, sei lá, num escritório em frente a um computador a analisar tabelas, a mexer em números. E isto não poderia estar mais longe da verdade porque tudo o que fui fazendo me foi encaminhando para a área em que hoje trabalho e é realmente uma paixão, seja a representação ou a apresentação. Esse lado de não dar a devida atenção a esses fatores inegáveis prendia-se com o facto de querer um projeto de vida diferente, se calhar até mesmo pelo tipo de educação incutida pelos meus pais e por familiares próximos. Acabei sempre por levar a coisa como: 'ah sim, também me interesso por representação mas vou fazendo aqui uns workshops'. Até achei que não iria tirar comunicação social.
Foi uma experiência que, confesso, de início acabou por ser bastante dura. Foi um choqueMas a certa altura o João levou essa paixão um bocadinho mais a sério, até porque se mudou para os Estados Unidos da América para estudar representação e frequentar um ano de conservatório na New York Film Academy (em Los Angeles)?
Quando comecei a estudar percebi que o caminho era por aqui. É comunicação que quero seguir. Comecei realmente a dar também ouvidos a tantas opiniões de pessoas que me rodeavam e com as quais tenho uma ligação, pessoas que já há muito me diziam: tu és comunicação. Comecei a dar o devido valor a essas opiniões e a meio caminho do meu percurso académico surgiu a oportunidade de trabalhar em rádio. Fi-lo de uma forma completamente apaixonada e lá estive durante dois anos, primeiro na Cidade FM, depois na Meo Sudoeste.
O que acontece depois é que, numa altura em que fico mais desperto para esta área, percebi que a representação também se inseria muito bem aqui e que todo o percurso no que diz respeito a workshops e a formações mais pequeninas, feitas ao longo da minha vida, se calhar, podiam ter aqui algum espaço e encaixar-se de forma perfeita. Foi aí, e não tendo nada a perder, que decidi apostar numa formação mais séria e é aí que se dá a ida para os Estados Unidos. Procurei uma escola académica onde o curso fosse realmente relacionado com a representação e foram os anos mais felizes da minha vida.
Era precisamente isso que lhe ia perguntar. Como é que correu esse tempo lá fora?
Foi incrível. Foi uma experiência que, confesso, de início acabou por ser bastante dura. Foi um choque, nunca tinha vivido sozinho e muito menos tinha estado distante de família e amigos… e tão distante, a milhares e milhares de quilómetros, do outro lado do mundo. A nível de vivência acredito também que contribuiu muito para a maturidade que entretanto fui alcançando. Depois dessa fase mais difícil, numa fase inicial, soube dar a volta e aproveitei bem o curso e todas as vivências anexas aos Estados Unidos e ao sítio onde eu vivia - Los Angeles.
Bati e continuo a bater a portas que acho que podem ser abertasEm Los Angeles o João ainda fez alguns trabalhos, depois quando chega a Portugal sentiu um choque de realidade por perceber que não foram assim tantas as portas que se abriram mesmo tendo em conta a sua formação?
Depende um bocadinho da perspetiva. Quando cheguei a Portugal vinha ciente de que nos EUA tinha encontrado algumas das ferramentas que aqui me iriam permitir abrir portas e portas essas que achava importantes. Algumas dessas ferramentas acabaram por ser cruciais para o caminho que fui traçando até hoje. Logo de início, e começamos sempre de forma humilde, nunca há papéis pequenos, como costumo dizer, mas comecei com pequenas participações em novelas e depois deu-se a participação no ‘Curto Circuito’. Este casting deu-me logo um indicador para conseguir perceber que o meu caminho seria não só na representação mas também na apresentação televisiva - que me encheu completamente as medidas.
O ‘Curto Circuito’ acabou por ser uma escola porque foi um casting de seis meses em que apresentávamos programas quase semanalmente. O período de regressar a Portugal até, por exemplo, ao casting do ‘Curto Circuito’ durou seis meses. Do meu ponto de vista, acabou por ser intenso mas rápido.
A pergunta surgia pelo facto de o João já ter referido em entrevistas anteriores que teve de bater a várias portas para conseguir afirmar-se.
Ah, sim. Acho que a sorte dá muito trabalho, portanto tem mesmo de existir um lado persistente para alcançar objetivos e dar resposta às ambições. E aí sinto que sim, bati e continuo a bater a portas que acho que podem ser abertas e sempre de acordo com as minhas capacidades. E essas portas depois de abertas sabem sempre a conquistas, que são saboreadas de forma diferente porque têm um fator de luta e de persistência associadas. Faz a diferença no final do dia sentir que tivemos de suar a camisola para as coisas acontecerem.
Gostava de ter um papel completamente diferente que surpreenda tudo e todosO 'Curto Circuito' foi como me disse uma grande escola, mas não acabou por ser também uma primeira grande desilusão? O João chegou à final do casting para ser o novo apresentador do programa, mas acabou por não ser o vencedor.
Sim e não. Como o casting demorou tanto tempo, foi um período de seis meses consecutivamente com tarefas e com responsabilidades no ar, acabou por ser um processo que na minha cabeça se assimilou a um estágio. Mas sim, morrer na praia, como eu costumo dizer, nunca ninguém gosta. Apesar de sentir uma ligeira desilusão na altura, consegui perceber que a bagagem e a aprendizagem que tive naquele período valeu e muito. Prova disso é o facto de ter conseguido alcançar outros trabalhos depois… o facto de estar na TVI. Acho que tudo acontece por uma razão e tudo tem acontecido por uma razão na minha vida.
Com esta entrada da apresentação na sua vida, a representação ficou para segundo plano ou é uma área na qual gostaria de voltar a apostar?
Quase todos os anos digo isto: é este ano que vou conseguir concretizar essa conciliação de áreas. Já há algum tempo mostro vontade de as conciliar, têm surgido algumas oportunidades mas não tem sido possível para já... pelo menos não da forma que queria que acontecesse. Há sempre a possibilidade de pequenas participações e às quais digo sempre que sim, porque realmente me enche muito de felicidade. No entanto, gostava, e se Deus quiser vou concretizar, de ter um papel completamente diferente que surpreenda tudo e todos. Mas para isso é necessário tempo, é necessária disponibilidade e uma grande gestão de horários para conciliar a apresentação e a representação. Todos os anos digo que vou conseguir, ainda não foi desta [risos].
Não é, portanto, por falta de oportunidades que não o vemos mais vezes a representar?
Não. Quer dizer, falta de oportunidades por também não as procurar. Muitas vezes costumo dizer isto: se realmente me focasse neste momento na área da representação teria o tempo necessário para essas oportunidades acontecerem e para essa realização ser possível, mas como todos os anos, felizmente, tenho muito trabalho na parte da apresentação televisiva acabo por deixar a representação de lado. Mas se me pedir para escolher uma das duas não vou conseguir.
Sabia que era um convite que anexava responsabilidade e o meu sim teve de ser ponderadoDepois do ‘Curto Circuito’, surge a oportunidade de apresentar o programa das madrugadas da TVI – ‘Ora Acerta’. Um formato muitas vezes visto com algum preconceito, mas que na verdade é bastante exigente para o apresentador. Foi para si a escola que faltava?
Foi passar de uma escola, o ‘Curto Circuito’, para outra escola. É uma hora e meia no ar, em direto, a lidar com uma série de condicionantes associadas, muitas vezes uma produção que, para lá de trabalhar tarde, acaba por ser minimizada ao máximo porque o programa não pede mais. Acabou por ser uma experiência curta, só estive seis meses a fazer esse programa, e ainda assim deixou-me ferramentas do improviso e o facto de, como já devem ter percebido, falar bastante [risos]. Acho que tudo isto acaba também por moldar o apresentador que tenho vindo a ser e que quero ser. Nunca vou esquecer, e sou humilde o suficiente para nunca esquecer, como se começa e acho importante todos esses pequenos e grandes passos que nos fazem perceber como é que aqui chegámos.
E como é que se dão os passos seguintes, aqueles que o levaram a dar o salto para projetos cada vez mais importantes na TVI?
No fundo acabou sempre por ser uma aposta do canal e de pessoas que, de uma forma ou de outra, viram em mim capacidades e valências. Esse salto dá-se com algum orgulho, mas também sinto que era o processo natural das coisas, pelo menos era assim que eu desejava. Rapidamente começo a fazer um género de daytime e mais tarde, mas não assim tão tarde, o ‘Somos Portugal’ - que tem sido a minha casa ao longo destes últimos anos. Sendo que, no último ano, o ‘Sábado na TVI’ posso dizer que acabou por ser uma fase em que, além de ter crescido, aprendi bastante a nível profissional e acredito que, como até fomos colocando, tanto eu como a Mónica Jardim, o dedo em alguns dos conteúdos e a ideia era mesmo essa, acabou por marcar uma fase em que só me é permitido a partir de agora uma evolução. Essa evolução claro que se dá indo a jogo, jogando, jogando até um jogo diferenciado através de formatos versáteis. O salto acaba por ser um processo natural.
Enquanto esteve no 'Ricas Quintas' e 'Somos Portugal', formatos semelhantes, alguma vez se sentiu impaciente por não surgirem outras oportunidades?
Já fui menos paciente do que sou hoje, essa impaciência da altura, caraterística de um miúdo mais tenrinho, como se costuma dizer, fazia com que quisesse fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Com o passar dos anos tenho aprendido, e principalmente nesta área, que é a paciência que nos trás consolidação. É bom estruturarmos toda a base para, com calma, projetarmos um percurso mais estável, é isso que tenho conseguido ao longo dos últimos anos. É lógico que há diferenças, no início queria tudo um bocadinho mais rápido, mas acho que é normal, fazia parte. Nunca fiquei completamente desiludido ou tristíssimo, era mais a vontade de um miúdo que tem muitos sonhos e ambições. Sou um bocadinho assim a nível de personalidade, gosto de tudo bem feito e para ontem. Ainda sou assim, mas de forma mais ponderada.
É um colega e respeito isso, logo não faço qualquer tipo de comentárioO João foi muito recentemente escolhido para apresentar a nova edição do programa 'Querido Mudei a Casa'. Como é que recebeu este convite?
É sempre engraçado dizer que não se está à espera, e realmente não estava. Quando me ligaram e ouvi o convite estava longe, mas longe de pensar que pudesse ser para ficar aqui com uma herança. E que herança esta do ‘Querido Mudei a Casa’, que acaba por ter quase 16 anos de história e é um programa que faz parte do panorama televisivo dos portugueses. Sabia que era um convite que anexava alguma responsabilidade e, claro, o meu sim teve de ser ponderado. Tive de avaliar todos os aspetos que vinham com o convite, mas o entusiasmo foi geral.
Já faço o ‘Somos Portugal’ há alguns anos e senti que existia essa vontade minha e por parte de quem me acompanha de: 'ok, vamos lá parar'. No meu crescimento profissional e até como pessoa ao longo destes seis anos as coisas acabaram por acontecer umas atrás das outras e chega um momento em que precisamos de definir para onde estamos a ir, o que queremos fazer e onde nos queremos centrar. Já me sinto preparado para outros desafios? Sim, já sinto. O ‘Somos Portugal’ é e vai ser sempre a minha casa e é outra grande escola televisiva que tantas vezes é desvalorizada. São seis horas de direto. Mas já sentia que conseguia conciliar com outros desafios. Este convite foi recebido com muito carinho, mas também, como hoje digo, estou mais ponderado e então pensei bastante no sim.
Sente que tem o perfil certo para este programa?
Quero acreditar que as pessoas que me fizeram o convite acham isso, primeiro até do que eu. Acho que no fundo, e sei porque é que me está a perguntar isso, como é óbvio, vão sempre existir fatores comparativos... nesta área sobretudo. Faz parte e até certo ponto é mesmo compreensivo. No entanto, se alguém achou que este convite me assentaria, só tenho um dever que é provar a essas pessoas e ao público que assim o é. E acho que vão gostar do que vão ver e daquilo que estamos a preparar.Nestas filmagens já tem sido um bocadinho isto que tem acontecido. Quero fazer, faço, mas faço malComo é que o João reagiu aos comentários menos positivos que surgiram nomeadamente por parte do antigo apresentador do programa, Gustavo Santos, que considerou que não teria o perfil indicado para este formato?
Às vezes sou um bocadinho desatento a estas questões e se alguém me enviar vejo, mas vejo e pronto… Nem sequer fico com opinião nenhuma. É um colega e respeito isso, logo não faço qualquer tipo de comentário.
Já há data para a estreia da nova temporada de 'Querido Mudei a Casa'?
Há mas não está totalmente fechada. Será no início de outubro, isso é certo.
O apresentador nos primeiros dias de gravações de 'Querido Mudei a Casa' © Reprodução Instagram / João Montez
Como é que estão a correr as gravações?
Estão a correr bem, muito bem. Tenho sido bem recebido por parte de uma equipa de queridos e queridas, que têm sido isso mesmo, muito próximos e muito acolhedores com esta nova ferramenta. Esta ferramenta que agora faz parte da equipa das obras, que sou eu. Mesmo antes de iniciar as gravações desta nova temporada já tinha sido confrontado com o facto de muita gente me dizer: Eles são uma equipa, mas para lá de equipa são uma família e há bons e maus momentos. Aquilo é um programa de remodelações, de mudanças, de decoração, mas não te esqueças também que é um programa género reality show. E é curioso que é mesmo isso que tenho vindo a sentir ao longo destas três semanas de gravações.
E vamos vê-lo a colocar mãos à obra?
Vamos ver o João a fazer tudo, tudo o que compete numa obra. Isto é basicamente a história da minha vida em casa, sei a teoria, tenho muita vontade de fazer, chega ao momento faço... e faço asneira. Nestas filmagens já tem sido um bocadinho isto que tem acontecido. Quero fazer, faço, mas faço mal. Tenho felizmente uma equipa que me tem vindo a ensinar e a tentar colocar-me com mãos de pessoa que realmente consegue fazer uma obra decente.
Bebés e casamento? "Já esteve mais longe de acontecer"A Inês Gutierrez, sua namorada, teve um papel importante na decisão de abraçar este projeto?
Sim, tem sempre. A Inês para além de ser a pessoa que é a minha maior confidente, está por dentro da minha vida profissional e sabe dar uma perspetiva de alguém que trabalha na área mas que tem uma opinião diferente da minha. Quando este convite surgiu, a Inês fez-me perceber o vínculo que foi criado com o canal, o passo que estava a dar e também me ajudou a ter consciência da herança que tem este programa. E deu-me toda a motivação para conseguir a partir daqui conciliar projetos ao mesmo tempo, dentro da estação e não só. A opinião de alguém que vive e trabalha connosco faz a diferença.
E como é que é trabalhar com a namorada?
Até à data não tem qualquer tipo de aspeto negativo, ou pelo menos não tem acontecido nada que nos indique o contrário. Se estivermos os dois a trabalhar juntos, como já aconteceu no ‘Somos Portugal’, a Inês sabe claramente o que estou a pensar só de olhar para mim. E essa afinidade, essa proximidade, só é possível com alguém que partilha a minha vida pessoal. Mas também há um outro lado, quando entramos para o nosso refúgio, a nossa casa, temos de fazer aquele exercício de deixar ali presente e bem demarcada uma linha muito ténue que significa a partir de agora o trabalho fica lá fora e isto é a Inês e o João em casa. Acho que vamos ter sempre esta vontade de separar muito bem as águas e só assim é que funciona.
Muito recentemente o João referiu que enquanto casal a quarentena foi um prova de fogo superada com distinção. Superada esta prova, para quando os bebés e o casamento que estão prometido há já algum tempo?
Já estão prometidos há muito tempo, não é? [risos] Nós estamos cada vez mais focados no nosso percurso profissional e à medida que esse percurso vai sendo construído e cimentado parece que cada vez mais estamos focados nele. Essa outra parte de casamento e filhos vai ficando para segundo plano, o que não quer dizer que não exista muita, mas mesmo muita vontade em que isso aconteça. Neste momento ainda estamos a avaliar todos os aspetos. Será que é uma boa altura? Será que essa boa altura alguma vez existirá? Posso pelo menos dizer que já esteve mais longe de acontecer. Portanto, se calhar, um dia destes são surpreendidos.
Enquanto um dos rostos da TVI, que clima se vive numa estação televisiva que está a ser renovada desde o regresso de Cristina Ferreira?
Tenho sentido e acho que isto é comum, pelo menos a opinião é transversal aos apresentadores e às caras da estação, que existe claramente uma união que arriscaria dizer que até à data não foi sentida. Pelo menos da minha parte, não foi sentida de tal forma. Neste momento estamos realmente unidos e focados num projeto pelo qual temos muito carinho, que no fundo é a TVI e o sucesso do canal. Além de, como se tem ouvido dizer, a TVI ter memória, também tem futuro e esse futuro passa precisamente pelas caras que hoje estão no canal mas também pela opinião e carinho do público que vê um canal há vários anos e que viu estas pessoas crescer. Acho que vivemos um clima feliz no canal.
"Não quero ser conhecido como o menino bonito da TVI", esta frase foi dita pelo João ainda no início da sua carreira.
É verdade, essa frase já tem tantos anos.
Hoje pergunto-lhe, de que forma gostava o João Montez de ser reconhecido entre o público?
Gostava de ser reconhecido como uma pessoa idónea, que batalhou bastante para ter um lugar e que esse lugar é por mérito, porque as pessoas reconhecem o talento e o trabalho. Tento ser fiel aos valores e princípios que me foram incutidos. Claro que é difícil nesta área fazer um caminho em que isto seja uma verdade absoluta todos os dias, mas batalho para que isso aconteça e para não passar por cima de ninguém. É essa a minha personalidade, é assim que sou. Educado, trabalhador, e não quero ser mais do que sou, quero sim que percebam a criatividade associada à minha personalidade e o talento. Muitas vezes é o capital afetivo por parte do público que nos vê que faz a diferença e acho que esse capital afetivo tem sido indicador de que estou no caminho certo. É é por isso que gostava de ser reconhecido.