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"Só pensava 'tenho um cancro e é invasivo'. Ficas sem chão"

Foi transmitida na noite de domingo uma entrevista especial do programa 'Alta Definição'. Desta vez foi com Bárbara Guimarães que Daniel Oliveira esteve à conversa, tendo abordado as fases difíceis que a apresentadora viveu.

"Só pensava 'tenho um cancro e é invasivo'. Ficas sem chão"

Bárbara Guimarães está de regresso ao pequeno ecrã. Logo após a estreia do seu novo programa, '24 Horas de Vida', a SIC transmitiu a entrevista concedida pela apresentadora em que esta abordou os temas que a deixaram longe dos holofotes nos últimos anos: o cancro, os tratamentos, o divórcio e a luta em tribunal contra o ex-marido, Manuel Maria Carrilho.

Após os primeiros sinais de que algo não estava bem a nível de saúde, Bárbara foi tirar as dúvidas. Recebeu, por email, o resultado da biopsia que lhe dava conta de um tumor. “Só pensava ‘eu tenho um cancro e não deve ser bom porque é invasivo’. Ficas sem chão. Eu nunca tinha pensado que isto me pudesse acontecer. Nós achamos sempre que somos invencíveis e que isto acontece aos outros”, descreveu.

A primeira pessoa a quem contou foi à mãe e tornou o assunto público em agosto de 2018. Um dia antes da operação, a 16 de agosto, houve um momento que para sempre ficará na memória: Bárbara iria para a sala de operações no dia seguinte, enquanto os filhos seguiam de férias com o pai. “Quando me despedi dos meus filhos tive de respirar, sair do carro e respirar fundo”, recordou.

Ainda antes desse momento, houve uma conversa para pôr o filho mais velho a par da situação antes que as especulações circulassem. “Ele chorou, ficou revoltado. Chorámos os dois”, contou a apresentadora, acrescentando: “Ao longo deste processo fiz questão de não passar o peso dos tratamentos, como é que uma pessoa vai ficando... Passar sempre alegria, fazer coisas com eles. [...] Tudo menos o problema”.

No entanto, acabou por levar consigo os filhos para os tratamentos de radioterapia, que fez durante dois meses, de segunda a sexta-feira, depois de seis meses de quimioterapia. “Deixava-os na salinha das crianças no IPO e ia fazer radioterapia que era rápida”, lembrou.

Também conhecida pelo processo mediático de alegada violência doméstica de que seria vítima por parte do ex-marido, Bárbara Guimarães lembrou os vários anos que passou em tribunal e como isso, diz, afetou a sua saúde: “Recorri à justiça porque foi a ferramenta que achei necessária para travar determinadas situações”, começou por dizer, frisando o quão duro foi ver a família e amigos em tribunal. “Foi um processo de seis anos na Justiça […], quando recebi esta notícia [do cancro], rapidamente na minha cabeça pensei ‘claro, eu andei aqui a pôr para dentro os meus sentimentos, as minhas dores. Sofri pelos outros, pelos meus filhos e por mim’. E como foi tão interior, acho que o corpo gritou e disse ‘tens de expelir isto e foi essa a maneira, com cancro de mama’”, fez sobressair.

Recorde-se que o casamento de 12 anos de Bárbara Guimarães com o antigo ministro da Cultura chegou ao fim em 2013, altura em que o rosto da SIC apresentou uma queixa na PSP por violência doméstica. Daquela união nasceram Dinis Maria, agora com 16 anos, e Carlota, de 9 anos.

Abordando a fundo a queixa judicial que apresentou contra o ex-marido Manuel Maria Carrilho, a apresentadora não poupou nas críticas à Justiça: “Sinto que estamos ainda nas antípodas de sermos defendidos judicialmente de casos de violência doméstica, de casos pessoais”. Por isso, a apresentadora sugeriu que casos de violência doméstica deveriam ser avaliados por juízes de forma exclusiva “porque é um sofrimento a duplicar todo o processo que depois se desenrola nos tribunais”.

Ao falar novamente sobre o cancro, Bárbara recordou o momento em que sofreu uma infeção - que ao início os médicos não sabiam de onde vinha -, já depois dos tratamentos, e que nessa altura foi de novo ‘ao chão’, quando estava prestes a levantar-se da primeira queda. “Tu estás a levantar-te e a renascer e cai-te o mundo quando ouves ‘tenho uma má notícia: Isto pode ser um linfoma…’. E eu há duas semanas e tal internada no hospital, pensei: ‘vou morrer’. E tu aí pensas logo neles [nos filhos]. E dizes: preciso de lhes dar qualidade. Se eu não estiver aqui, como é que vai ser?”, descreveu. Foi nessa altura que decidiu fazer o testamento. "Devemos fazê-lo, mas até devemos fazê-lo com muita tranquilidade sem passar por isto”.

Uma batalha dura que decidiu enfrentar com leveza, tentando “relativizar” a questão, pois só assim é que teria forças para si e para dar aos seus. O mais difícil de tudo, frisou, é “deixares de poder fazer aquilo que sempre pudeste e teres dores”. “Eu que gosto de andar descalça, deixei de sentir sensibilidade nos dedos. Caiem-te as unhas. Acontece-te tudo. Não tens sensibilidade nenhuma, o cansaço…”, exemplificou, partilhando que partiu muitos saleiros por não ter sensibilidade nas mãos.

Parte do segredo em processos como este, considerou, passa por ter sempre “alguém”. “Este caminho nunca pode ser um caminho solitário. Tens de ter sempre alguém ao teu lado, tens de ter sempre aquele apoio, o abraço, o afeto para sentires que consegues. E é tão importante porque tudo aquilo que vais sentindo és tu, é teu, tu sofres, mas tens de ter ali alguém ao lado contigo que te compreenda”, enfatizou.

De referir que a apresentadora da SIC namora atualmente com o empresário Carlos Pegado, uma pessoa que também esteve a seu lado. 

Bárbara Guimarães falou ainda abertamente sobre o futuro e o destino, deixando claro aquilo que pretende: “gostaria de ser cremada, que as minhas cinzas fossem para o mar, do Furadouro”.

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