'Solum' é o novo filme de Diogo Morgado, que estreou na semana passada. Uma longa-metragem, de ficção científica, rodada em várias ilhas dos Açores.

Em conversa com o Fama ao Minuto, o ator falou-nos sobre este novo projeto, confessando que já está com os olhos no futuro e que não vai ficar por aqui no que diz respeito ao mundo cinematográfico. 

De referir que 'Solum' chega aos cinemas depois do ator e realizador ter lançado a comédia 'Malapata', em 2017. 

No ano passado já nos tinha confidenciado que iria estrear este ano um "filme de ficção científica completamente fora da caixa". "Arrisco-me a dizer: nunca antes em Portugal", afirmou na altura. Agora que foi lançado, o feedback corresponde às expectativas? 

Quando falei em fora caixa referia-me ao facto de ser um filme incomum de se produzir em Portugal e julgo que este filme tem do ponto de vista visual aspectos que não me lembro de ter visto em produções portuguesas anteriores. Não que o que foi feito seja original mas sim inédito no que é feito em Portugal. Nessa medida o feedback tem sido muito positivo. As pessoas têm saído das salas muito surpreendidas positivamente com o que acabaram de ver.

Um filme que se baseia num reality show onde os concorrentes lutam pela sobrevivência numa ilha deserta. Em que se inspiraram para escrever o argumento?

O filme não se baseia num reality show. O aspecto do reality show no fundo é apenas um ponto de partida da história, pouco depois do filme começar percebemos que o que está em jogo é muito mais do que um concurso, e que na verdade o que está a acontecer é muito mais importante e global. 

Tanto eu como o meu irmão Pedro quando estávamos a escrever o argumento queríamos alertar sem sermos moralistas, entretermos sem sermos fúteis, queríamos homenagear os filmes que são referência para nós e ao mesmo tempo criar uma história original, rodar num local que fosse um grande protagonista e surpreender o público. Acho que o argumento final é resultado de tudo isso.

Apesar de ter optado por um filme em inglês, diz não acreditar que este filme seja um dos candidatos aos Óscares, mas sonha com esse reconhecimento?

Não, de todo. Quando fiz referência ao Óscar referia-me ao facto de acreditar que o argumentista ou cineasta que irá levar um filme feito em Portugal à nomeação ao Óscar, encontra neste momento um mercado de cinema monocórdico, e que só criando mais hipóteses e tornando o cinema em Portugal mais ecléctico e convidando as entidades privadas a reconhecer o cinema como potencial, só aí estarão reunidas as condições para termos mais hipóteses de levar Portugal à nomeação para um Óscar. Não digo que seja um filme como o 'Solum', mas acreditamos que sejam filmes destes que contribuam para que estejam reunidas as condições.

Estamos perante a segunda longa-metragem realizada por si e pelo seu irmão, dois filmes muito diferentes. Já estão a pensar num terceiro projeto? Já há alguma ideia em cima da mesa?

Na verdade eu e o Pedro escrevemos o argumento. Depois eu realizei e o Pedro produziu. Tal como aconteceu na nossa primeira longa ('Malapata'). Sim na verdade já estamos a trabalhar num próximo filme. Mais uma vez um filme que pretende surpreender. Oxalá tenhamos os apoios necessários para o fazer acontecer.

Veja o trailer do filme: