Centeno: Confiança entre governos é essencial para reformar o euro
O ministro da Finanças de Portugal e presidente do Eurogrupo defendeu hoje que "instituições [europeias] incompletas geram resultados incompletos", insistindo na necessidade de haver confiança entre os governos europeus para aprofundar a reforma do euro.
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Economia Previsão
"O Eurogrupo é um grupo difícil, não são pessoas fáceis, mas podemos levar a discussão para o desenho institucional e temos os instrumentos para o fazer, temos de gerar confiança à volta da mesa e os resultados virão", disse Mário Centeno durante a sua intervenção no debate que decorre nos Encontros da Primavera, em Washington, sobre a reforma da zona euro.
O ministro das Finanças português voltou a defender a união bancária como essencial, lembrando que é preciso "aproveitar os bons resultados económicos recentes e potenciá-los para o futuro" e argumentou que "instituições incompletas geram resultados incompletos".
Num debate em que participam também os ministros das Finanças de Itália e da Alemanha e o antigo secretário das Finanças norte-americano Jack Lew, moderado pela diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, a necessidade de uma união bancária e de novas regras para lidar com o sistema financeiro europeu foram alguns dos principais temas.
"Concordo com a questão da confiança", disse o ministro das Finanças da Alemanha, exemplificando com a tese de John Rawls sobre a Justiça: "Um ministro das Finanças alemão tem sempre de pensar nas decisões que toma a nível europeu como se pudesse acordar no dia seguinte como ministro das Finanças da Itália", exemplificou Olaf Scholz.
"A capacidade de enfrentar uma crise e ter instrumentos para a vencer é o objetivo comum", resumiu, depois de defender a criação de um fundo monetário europeu.
"A experiência de Portugal é muito importante para lidar com a reforma da zona euro", disse Centeno, lembrando a descida de 20% no crédito malparado no ano passado e os indicadores económicos positivos que Portugal tem revelado nos últimos trimestres.
O ministro das Finanças de Portugal, de resto, foi apresentado como governante de um país que "saiu bastante bem da reestruturação, como os números mostram".
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