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Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos em França decidem manter greve

A greve hoje iniciada na Caixa Geral de Depósitos (CGD) em França vai manter-se, depois de ser "reconduzida por unanimidade" em assembleia geral dos trabalhadores, disse à Lusa a porta-voz da intersindical FO-CFTC, Cristina Semblano.

Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos em França decidem manter greve
Notícias ao Minuto

17:40 - 17/04/18 por Lusa

Economia FO-CFTC

"Na assembleia geral dos trabalhadores, em Paris, a greve foi reconduzida, por unanimidade, e não nos vamos desmobilizar", afirmou Cristina Semblano.

A representante sindical indicou que, hoje, a adesão à greve foi de 62,8% e que 15 agências estiveram fechadas e "16 impactadas, ou seja, com pessoal em greve mas não todos", de um total de 48 agências em França.

Fonte oficial do banco disse à Lusa que encerraram 14 agências e que continua o "diálogo".

"Em França temos 34 agências abertas, de 48, continuamos em diálogo com os trabalhadores e temos à disposição dos clientes que não tenham a agência aberta as plataformas digitais, computadores e aplicação de telemóvel CGD Online", disse a fonte oficial do banco público à agência Lusa.

Em Paris, a porta-voz da intersindical FO-CFTC afirmou que na quarta-feira vai haver uma videoconferência na sede da CGD em França com o diretor de recursos humanos do grupo e que na sexta-feira há uma reunião, também em Paris, entre os sindicatos e o membro do Conselho de Administração da CGD José João Guilherme.

"É preciso continuar a greve. Eles vieram cá ontem [segunda-feira] com mãos cheias de nada e, se desmobilizarmos, eles virão com as mãos com menos de nada", afirmou.

Na passada quinta-feira, foi votada uma "greve ilimitada" a partir de hoje, um movimento apoiado pelos sindicatos Force Ouvrière e CFTC, mas que não foi seguido pelos sindicatos CGT e CFDT que aguardam o resultado de negociações com a administração da CGD e a reunião de sexta-feira com a administração.

Os sindicatos Force Ouvrière e CFTC querem respostas sobre o futuro da CGD em França, onde há mais de 500 trabalhadores.

"Até agora têm-nos mentido e nós precisamos de saber. A sucursal está prevista para a venda, queremos saber o que se vai passar em relação aos trabalhadores e em relação à imensa comunidade portuguesa que vive em França", afirmou Cristina Semblano.

A porta-voz sindical sublinhou, também, que há reivindicações salariais, nomeadamente no que toca a "atrasos nos aumentos salariais por mérito e carreiras desde 2016", e "disfuncionamentos da sucursal com impactos na saúde física e mental dos trabalhadores".

"É também necessário que algo seja feito em relação às condições de trabalho. Nós temos aqui condições de trabalho absolutamente execráveis. As pessoas já não aguentam mais. Temos imensas baixas, muito pessoal com 'burn-out', pessoas que se queixam de assédio. Nós não podemos continuar com estas condições de trabalho", acrescentou.

O presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, disse em março, no parlamento, que a sua administração irá "lutar" para manter a operação do banco público em França, considerando que isso é "do interesse da Caixa, em resposta ao Bloco de Esquerda.

A intenção de a CGD sair de França foi noticiada em maio do ano passado.

Fonte oficial do banco público disse então apenas que naquele momento não estava "em curso, em França, um processo de redimensionamento de balcões ou um processo de venda da operação".

A redução da operação da CGD, incluindo fora de Portugal, foi acordada com a Comissão Europeia como contrapartida da recapitalização do banco público feita em 2017.

A Caixa Geral de Depósitos regressou aos lucros em 2017, com 51,9 milhões de euros positivos, depois de vários anos de prejuízos.

A sucursal de França contribuiu, em 2017, com 49,6 milhões de euros para o resultado líquido corrente da CGD.

Em 2017, a CGD encerrou as sucursais de Londres, ilhas Caimão, Macau Offshore e Zhuhai (na China), segundo informação do banco.

Além de em França, o banco público tem, no exterior, o BNU Macau.

O banco tem ainda operações na África do Sul (banco Mercantile), Brasil (Banco Caixa Geral - Brasil) e Espanha (banco Caixa Geral), que estão em vias de alienação.

As prioridades do banco para já são as vendas das operações no Brasil e em Espanha.

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