Défice situou-se em 3% do PIB com a CGD. Sem recapitalização foi de 0,9%
Impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos levou o défice a fixar-se nos 3%. Porém, sem essa contabilização o défice situou-se em 0,9%, confirmando as expectativas do Governo.
© Reuters
Economia INE
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) anunciou, esta segunda-feira, que o défice de 2017 se situou em 3% do produto interno bruto (PIB) em 2017, contabilizando o impacto da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Porém, sem esse efeito, o défice no total do ano passado foi de 0,9%, superando as expectativas do Governo das principais entidades europeias.
"Este resultado inclui o impacto da operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no montante de 3 944 milhões de euros, que determinou um agravamento da necessidade de financiamento das AP em 2,0% do PIB", pode ler-se no relatório do INE.
O valor total da recapitalização da CGD, que decorreu no 1.º trimestre de 2017, atingiu 4.444 milhões de euros, dos quais 3.944 milhões de euros, ou 2,0% do PIB, foram suportados pelo Estado português, revela o INE.
O Governo, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimavam que o défice orçamental em 2017 ficasse próximo de 1,1%, enquanto o Conselho de Finanças Públicas (CFP) e a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) eram ligeiramente mais otimistas e previam um défice de 1% do PIB.
"Considerando duas casas decimais, o défice das AP foi 2,96% em 2017 e o impacto da recapitalização da CGD foi 2,04%. Em consequência, excluindo este impacto, a necessidade de financiamento das AP cifrou-se em 0,92% do PIB", refere a agência de estatísticas.
O défice de 0,9% representa praticamente metade do valor registado em 2016, que foi de 2%.
"O Eurostat preconiza um registo da capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no défice que está errado: é contrário à decisão da Comissão Europeia, contraria os tratados europeus e não representa condignamente o investimento feito na CGD, pelo seu acionista o Estado português", disse o ministro das Finanças, Mário Centeno, na conferência de imprensa que se seguiu à divulgação dos números do défice de 2017.
[Notícia atualizada às 11h23]
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