O Governo já lançou o concurso para a construção e exploração do terminal de cruzeiros, um projeto do arquiteto Gonçalo Carrilho da Graça orçado em 22 milhões de euros. O projeto deverá ser adjudicado até ao final do ano e as obras deverão demorar até 15 meses.

Companhias de cruzeiros contactadas pela Lusa veem como positiva a construção do novo edifício, que vai permitir colmatar a falta de capacidade da capital para acolher navios, em particular os que iniciam ou terminam a sua rota em Lisboa.

O terminal da Rocha Conde d'Óbidos, em Alcântara, não tem espaço suficiente para, por exemplo, guardar a bagagem dos mais de 4.000 passageiros que habitualmente embarcam nos paquetes.

O novo terminal "muda em primeiro lugar as condições de acessibilidade", disse à Lusa o diretor geral da Royal Caribbean, Francisco Teixeira, numa entrevista a bordo do paquete Independence of the Seas, numa passagem por Lisboa durante uma viagem a partir de Southampton (Inglaterra).

"Este navio chegou às 8:00 e sairá por volta das 17:00. É preciso tirar 4.000 pessoas de bordo e voltar a tê-las aqui. Precisamos de um terminal onde esse serviço possa ser prestado no menor tempo possível para que os turistas tenham o maior tempo possível para usufruir da cidade", referiu o responsável.

O espaço, acrescentou, "é muito bem-vindo para a indústria" e poderá "fazer incrementar o negócio e diversificá-lo".

Também Eduardo Cabrita, diretor da MSC Cruzeiros, defendeu que o novo terminal "vai certamente melhorar a movimentação de passageiros, aumentando a capacidade e fluidez da operação e dando melhores condições" aos turistas.

"Obviamente, isto traz vantagens ao porto de Lisboa como destino, tornando-se cada vez mais atrativo para estar na rota de cada vez mais navios de cruzeiro", apontou.

O diretor da MSC elogia a "modernidade e autenticidade" de Lisboa, já considerada como um dos dez destinos preferidos dos passageiros de cruzeiros, segundo o Observatório de Turismo de Lisboa.

"Chegar ou sair de Lisboa a bordo de um cruzeiro é sem dúvida uma experiência inesquecível, mas é necessário continuar a trabalhar para ter condições marítimas para aumentar o tráfego, melhorar as infraestruturas e criar parcerias estratégicas que permitam crescer e receber cada vez mais e maiores navios em todos os portos de escala do país".

A Um Mundo de Cruxeiros, que representa cerca de 30 empresas, afirmou esperar que "as companhias passem a optar mais frequentemente pelos cruzeiros com partida e chegada a Lisboa", disse Ana Bento, responsável de operações em Portugal.