Infraestruturas e renováveis entre oportunidades na América Latina
A secretária geral Ibero-Americana, Rebeca Grynspan, elencou hoje as infraestruturas, as energias renováveis, a educação e o turismo como as principais áreas em que as empresas portuguesas e espanholas devem apostar na América Latina.
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Economia Empresas
"Nos próximos anos, queremos recuperar a taxa de crescimento e precisamos de imensos investimentos, nomeadamente nas infraestruturas, setor em que queremos duplicar o volume de investimentos", disse Rebeca Grynspan, durante a sua intervenção no I Encontro de Negócios Ibero-Americano, que decorre hoje em Lisboa, organizado pela AIP.
"Queremos quadruplicar o investimento em ciência e Investigação & Desenvolvimento, e também precisamos de ajuda nos setores das energias renováveis, educação e turismo, que são fundamentais para o crescimento económico da região, e esta é uma grande oportunidade para as empresas portuguesas e espanholas", acrescentou a antiga vice-presidente da Costa Rica.
Na intervenção que marcou a abertura do Encontro, Rebeca Grynspan vincou que a América Latina atravessa um momento de "desaceleração económica e não de crise" como a que viveu nos anos 1980.
"Este ano vamos crescer 1%, é o primeiro ano de crescimento desde 2014, mas vivemos um período de desaceleração e não de crise porque a verdade é que a maioria dos países ibero-americanos cresceram, ainda que em menor grau que nos anos anteriores, exceto o Brasil e a Argentina, que tiveram crescimentos negativos mas afetaram a região", vincou a responsável.
As lições, garantiu, foram aprendidas e a América Latina está pronta para "um novo capítulo nas relações comerciais" com Portugal e Espanha: "Aprendemos a gerir melhor a desaceleração do crescimento, não tivemos impacto na dívida nem crises orçamentais, e estamos mais forte na gestão macroeconómica e em termos sociais", disse a secretária geral Ibero-Americana.
Rebeca Grynspan lembrou que a taxa de crescimento destas economias será de 3% no próximo ano, mas vincou que "não é suficiente", defendendo que a região precisa "crescer o dobro para manter os ganhos sociais das décadas passadas", nomeadamente a criação de uma classe média que pela primeira vez é mais numerosa que o número de pessoas em situação de pobreza.
"Pela primeira vez, hoje em dia temos uma classe média mais numerosa que as pessoas que estão por baixo, 34% da população está na classe média, contra 28% que está abaixo da linha da pobreza, mas há um grande número de pessoas que consideramos vulneráveis, que estão entre estes dois estratos" e 70 milhões saíram da pobreza nos últimos 15 anos, disse a responsável.
Onde Portugal pode "ajudar muito" é na melhoria da educação, um setor cuja população universitária duplicou nos últimos 15 anos, mas também na diversificação produtiva e no melhoramento da produtividade da região", concluiu a economista costa-riquenha.
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