Segundo o 'paper' 'A recuperação do crédito à habitação', de Rita Tavares da Silva, desde fevereiro de 2011 até abril do ano passado, baixou consecutivamente o capital médio em dívida no crédito à habitação (de 56.028 euros em fevereiro de 2011 para 51.512 em abril do ano passado).

Contudo, desde maio passado, a "tendência inverteu-se e o capital médio em dívida relativo a crédito à habitação tem vindo a aumentar", tendo sido de 51.690 euros em dezembro último.

O estudo promovido pelo Ministério da Economia, publicado no Boletim Mensal da Economia Portuguesa, diz ainda que "a avaliação bancária na habitação tem tido uma tendência semelhante à do capital médio em dívida no crédito à habitação, na medida em que tem vindo a registar crescimento nos últimos três anos".

Em dezembro de 2017, os bancos avaliaram em média o metro quadrado (m2) em 1.150 euros, o valor mais alto registado desde junho de 2011 e mais 17,2% do que o mínimo registado em março de 2013 (981 euros/m2).

"Quando as avaliações dos bancos aumentam, o montante que o banco está disponível para emprestar no respetivo crédito à habitação é maior, uma vez que a garantia hipotecária subjacente é de maior valor. Por sua vez, esta avaliação também reflete o valor de mercado dos imóveis, que ao aumentar pode também provocar um aumento do respetivo empréstimo concedido e, consequentemente, um aumento do capital médio em dívida no crédito à habitação", refere Rita Tavares da Silva.

A economista considera ainda que também a maior concessão de crédito à habitação tem impacto no aumento do capital médio em dívida.

O ano de 2017 foi ainda aquele em que mais novos créditos foram concedidos para compra de casa em sete anos, desde 2010, ao serem emprestados 8.259 milhões de euros.

Os novos créditos à habitação têm vindo a aumentar desde 2013.

Apesar disso, o 'stock' total de crédito à habitação concedido pelos bancos ainda continuou a diminuir em 2017, atingindo 93.216 milhões de euros, o mais valor mais baixo registado desde fevereiro de 2007, o que o estudo promovido pelo Ministério da Economia justifica por "o ritmo de crescimento dos novos empréstimos ainda ser inferior ao ritmo das amortizações dos empréstimos de anos anteriores".

Ainda assim, refere que essa diferença é cada vez menor, "com a taxa de variação anual a passar de -3,7% em novembro de 2016 para -1,2% em dezembro de 2017".