Itália/Eleições: Instabilidade política não ameça 'rating' do país
A agência de notação financeira DBRS considerou hoje que o resultado das eleições de domingo em Itália não ameaça o 'rating' do país, lembrando que a instabilidade política é um traço comum da política italiana.
© Reuters
Economia DBRS
"Na opinião da DBRS, o resultado das eleições italianas não deverá ter um impacto imediato no 'rating' soberano, em BBB alto, Estável, apesar de ter originado um parlamento dividido", lê-se numa nota divulgada hoje pela agência canadiana.
"Apesar de as negociações poderem levar a governos instáveis, este traço é comum na política italiana", acrescenta-se no comunicado, que aponta para três "potenciais cenários interessantes".
A DBRS diz que estes cenários, excluindo novas eleições ou um Governo de unidade nacional, incluem uma coligação minoritária de centro-direita, uma coligação de vários partidos, liderada pelo Movimento Cinco Estrelas (M5S), com o Partido Democrata ou outros e, por último, uma coligação populista liderada pelo M5S com a Liga.
O pragmatismo, concluem, "deve superar as propostas irrealistas apresentadas durante a campanha", considera a DBRS, que conclui que "a moldura orçamental da União Europeia e o bom histórico da Itália na apresentação de excedentes primários orçamentais [antes dos juros] devem mitigar os riscos de uma deterioração significativa das finanças públicas".
As forças políticas conhecidas como antissistema, eurocéticas e de extrema-direita alcançaram uma votação histórica nas eleições legislativas italianas de domingo: o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista) tornou-se no partido mais votado com cerca de 32,6% dos votos, enquanto a coligação formada pela Forza Italia (FI, direita) do antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e a Liga de Matteo Salvini (extrema-direita) obteve 37%.
No entanto, no seio desta coligação, a Liga, a formação eurocética e anti-imigração de Salvini, conseguiu superar significativamente a Forza Italia de Berlusconi, 17,4% contra 14%.
Tanto o M5S como a Liga reivindicaram hoje o direito de formar governo, excluindo qualquer aliança "eurocética" entre as formações políticas.
Uma vez que nenhuma das forças obteve uma maioria absoluta parlamentar, os líderes políticos vão ser forçados a negociar e antevê-se um período longo e complexo que pode durar meses.
Esta situação naquela que é a terceira economia da zona euro deixa na expetativa toda a Europa, nomeadamente os parceiros na União Europeia (UE).
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com