Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram, no final do dia de quinta-feira, o pré-acordo a que tinham chegado a comissão de trabalhadores (CT) e a administração da fábrica de Palmela na semana passada. O “sim” recebeu mais de 73% dos votos no referendo que decorreu durante praticamente todo o dia.

Com a aprovação do pré-acordo, os trabalhadores da Autoeuropa vão aceder a uma série de mais-valias pelas quais têm reivindicado desde outubro do ano passado. Entre as alterações, agora aprovadas pelos funcionários, consta um aumento salarial de 3,2% com retroativos a outubro de 2017 e que será refletido já no recibo de março, com um mínimo de 25 euros, disse à agência Lusa um elemento da CT.

Além disso, foi acordado também um prémio no valor de 100 euros ou 200 euros em abril de 2018 conforme a antiguidade do trabalhador.

Mas há mais. Para lá das negociações salariais, a CT garantiu também, na semana passada, a passagem de 250 contratos a termo para contratos efetivos, bem como a “garantia do emprego durante a vigência do acordo”.

O pré-acordo entre a CT e administração incluía também, segundo a agência Lusa, uma melhoria das condições para as mulheres grávidas, que podem optar por horário fixo e durante a gestação receber mensalmente um subsídio equivalente a 10% do salário base.

Haverá ainda o pagamento de seis bolsas de estudo para filhos de trabalhadores que estejam no ensino superior.

Nada se sabe a partir de agosto

O pré-acordo aprovado pelos trabalhadores abrange um conjunto de questões que faziam parte do caderno reivindicativo da CT, mas nada adianta em relação aos novos horários de trabalho que serão implementados a partir de agosto, quando a fábrica entrar num regime de laboração contínua.

Depois da rejeição de dois pré-acordos sobre os novos horários pela grande maioria dos trabalhadores, a administração e a CT decidiram deixar para mais tarde - abril ou maio - as negociações sobre os horários que deverão vigorar a partir de agosto.

Nos últimos meses, a fábrica de automóveis da Autoeuropa contratou cerca de 2.000 trabalhadores, tendo agora um efetivo de 5.700 trabalhadores, para dar resposta ao volume de produção previsto para o novo veículo Volkswagen T-Roc, com uma produção estimada de 240.000 unidades até final deste ano.