SATA Internacional com prejuízo de 20,6 milhões até setembro de 2017
A Sata Internacional, que engloba as operações da companhia aérea para fora dos Açores, fechou o terceiro trimestre de 2017 com um prejuízo de 20,6 milhões de euros, estando ainda por fechar as contas finais do ano.
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Economia Aviação
De acordo com informações enviadas pelo Governo Regional à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), e referentes às contas das empresas do setor público açoriano, ao prejuízo da Sata Internacional junta-se um resultado líquido negativo de 4,54 milhões de euros da Sata Air Açores, responsável pelas ligações aéreas dentro do arquipélago.
A informação enviada pelo executivo regional ao parlamento açoriano - e que não engloba uma comparação com período homólogo - resulta de um pedido do PSD para que fossem divulgados os relatórios trimestrais de contas das empresas do Sector Público Empresarial Regional (SPER).
O Governo Regional dos Açores, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, "continua a considerar que cumpre" as obrigações legais, nomeadamente com a apresentação de números em sede no boletim de execução orçamental, mas apresentou o balanço e demonstração de resultados referentes ao terceiro trimestre de 2017.
Ainda de acordo com o documento entregue na ALRAA, a Atlânticoline, transportadora marítima, fechou o terceiro trimestre de 2017 com um prejuízo de dois milhões de euros.
O executivo açoriano tem neste momento em curso o processo para alienar até 49% da Azores Airlines, precisamente a operação para fora da região autónoma: este é "um processo legitimado pelo parlamento e que decorre com total transparência", vincou já o secretário regional Adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias.
Foi já nomeada pelo executivo uma comissão especial que vai acompanhar a alienação parcial de até 49% da participação social indireta que a região detém na companhia aérea.
A comissão é presidida pelo advogado Luís Paulo Elias Pereira e integra ainda o economista António Gabriel Fraga Martins Maio e o professor universitário da área da gestão de empresas João Carlos Aguiar Teixeira.
Compete à comissão, precisa o executivo açoriano, "elaborar os pareceres e relatórios que o Governo dos Açores entenda necessários sobre as matérias relacionadas com o processo, apreciar e submeter aos órgãos e entidades competentes quaisquer reclamações que lhes sejam submetidas e publicar um relatório final das suas atividades".
No começo do mês, Vasco Cordeiro tinha indicado que o processo público de alienação de 49% da Azores Airlines arrancaria ainda em fevereiro, na procura de um "parceiro estratégico" que garanta "robustez" à transportadora aérea.
A Azores Airlines, que faz voos de e para fora do arquipélago açoriano, "opera, atualmente, numa realidade bastante diferente da do passado recente", vincou na ocasião Vasco Cordeiro, lembrando o governante que "há pouco mais de três anos operavam regularmente nos Açores duas companhias com gestão 100% pública".
"Hoje, este cenário alterou-se profundamente havendo mais companhias a operar nos Açores e apenas uma, a SATA, com gestão pública. Mesmo a nível europeu, em cerca de uma década, grandes companhias aéreas de bandeira foram absorvidas por capitais privados e, mais recentemente, mesmo companhias de baixo-custo, consideradas o modelo de sucesso da aviação civil, estão a enfrentar graves constrangimentos operacionais", sublinhou ainda à época o chefe do executivo dos Açores.
A "nova realidade" do mercado obriga a uma "permanente" avaliação da SATA e, em concreto, da Azores Airlines.
"O grande desafio que a Azores Airlines enfrenta não se resume a uma questão de capital. O grande desafio tem a ver, sobretudo e numa primeira fase, com a aliança a um parceiro estratégico que possa trazer consigo, ou que possa congregar à sua volta, o reforço da capacidade operacional, da capacidade técnica, de frota e de recursos, entre outros, que alavanquem a atividade da empresa", disse também Vasco Cordeiro.
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