Empresas chinesas têm de divulgar acionista maioritário ao investir fora
As firmas chinesas terão que divulgar o acionista maioritário quando investem além-fronteiras, informou hoje a agência oficial Xinhua, após vários investimentos do grupo HNA, acionista indireto da TAP, terem sido bloqueados pela dificuldade em perceber quem controla o grupo.
© Getty Images
Economia NDRC
Segundo a Xinhua, a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC), organismo máximo chinês encarregado da planificação económica, estipulou que as empresas têm a partir de agora de fornecer detalhes sobre a estrutura acionista, que permitam identificar quem controla o respetivo grupo ou diferentes empresas, no caso de se tratar de um consórcio.
A NDRC sublinha que a empresa deve fornecer informação adicional, quando a estrutura não permite perceber quem de facto controla o grupo.
A decisão surge depois de nos últimos meses o grupo HNA ter falhado várias aquisições além-fronteiras, face à dificuldade em entender quem são os seus acionistas, ocultados por detrás de múltiplas empresas fictícias, subsidiárias e afiliados.
No mês passado, as autoridades norte-americanas afirmaram que não vão aprovar mais investimentos do grupo, até que este forneça informação precisa sobre os seus acionistas.
Em dezembro passado, os reguladores da Nova Zelândia encarregues do investimento externo bloquearam a aquisição de uma sociedade financeira pelo HNA, apontando que a informação fornecida sobre a estrutura acionista do grupo "era insuficiente".
Em julho passado, os reguladores suíços disseram também que o grupo forneceu informação "incompleta ou falsa" sobre a sua estrutura acionista, aquando da aquisição da Gategroup, líder no catering para o sector da aviação.
A empresa detém indiretamente cerca de 20% do capital da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e uma participação de 7% na Atlantic Gateway, e tem ainda importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank.
Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, inaugurou este ano o primeiro voo direto entre a China e Portugal.
O HNA, que nos últimos anos investiu um total de 33 mil milhões de euros além-fronteiras, tem dado sinais de escassa liquidez, com alguns bancos chineses a denunciarem as dificuldades de subsidiárias do grupo em saldar as suas dívidas.
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