Líder do Barclays considera que clima de satisfação lembra 2006
O presidente-executivo do banco Barclays, Jen Staley, afirmou hoje que o clima no Fórum Económico Mundial em Davos lembra 2006, quando todos pensavam que o problema das crises financeiras estava resolvido.
© Getty Images
Economia Davos
Num debate em Davos em que participaram outros dirigentes de importantes entidades financeiras mundiais e académicos, o líder do Barclays advertiu para os riscos de um clima de "complacência" e indicou que a combinação de mercados acionistas em recordes históricos e volatilidade em mínimos não é "sustentável" a longo prazo.
O mesmo responsável considerou que as empresas estão dependentes de dívida barata com taxas de juro baixas.
"Temos uma política monetária que ainda vem dos tempos da depressão e temos muito pouca capacidade nos mercados de capitais para enfrentar uma mudança efetiva nas taxas de juro", considerou Jen Staley citado pela agência financeira Bloomberg.
No mesmo debate em Davos foram também lançados alertas para a dívida da China, com alguns a considerarem que é a maior ameaça para a economia mundial.
O professor da Universidade de Harvard Kenneth Rogoff advertiu que o elevado grau de endividamento da China pode vir a ser o prelúdio de uma outra crise financeira quando a última "ainda se faz sentir".
O vice-presidente do supervisor bolsista chinês, Fang Xinghai, admitiu que a dívida do seu país é tão grande como um rinoceronte que está perante todos, mas que ninguém quer ver. O mesmo responsável assinalou, no entanto, que a situação estabilizou, afastando a possibilidade de "uma bolha financeira".
Na segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou novas previsões económicas mundiais e mostrou-se mais otimista, esperando agora que a economia mundial cresça 3,9% em 2018 e 2019, mais 0,2 pontos percentuais do que previra anteriormente.
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