Moody's: Risco político e crescimento baixo prejudicam África subsariana
A agência de notação financeira Moody's considerou hoje que a Perspetiva de Evolução para a análise da qualidade do crédito soberano dos países da África subsariana é negativa devido a riscos de instabilidade política e por razões económicas.
© Reuters
Economia Outlook
"A nossa Perspetiva de Evolução da qualidade do crédito na África subsariana em 2018 continua Negativa no geral, refletindo a nossa expectativa sobre as condições fundamentais que vão ditar a qualidade do crédito nos próximos 12 a 18 meses", escrevem os analistas numa nota sobre os 'ratings' nesta região, que inclui os lusófonos Angola, Moçambique e Guiné Equatorial.
Na nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, a Moody's diz que "o 'outlook' negativo é sustentado na recuperação frágil e no crescimento económico abaixo do potencial, que também influencia as perspetivas para a consolidação orçamental e a estabilização da dívida".
O aumento da generalidade das previsões das instituições económicas internacionais para o crescimento em 2018 não deverá, no entanto, traduzir-se num crescimento proporcional na África subsariana, alerta a Moody's.
"O crescimento mundial mais elevado e mais estável vai dar apenas um impulso limitado a esta região, dados os gargalos estruturais internos e a nossa expectativa de que os preços das matérias-primas irão manter-se relativamente baixos", escrevem os analistas.
Os riscos para a África subsariana, dizem os analistas, "emana das balanças de pagamento dos Governos e de perigos de liquidez, bem como da manutenção dos elevados desequilíbrios", concluindo que "as tensões políticas nacionais aumentam a incerteza das políticas e impedem as reformas".
A Moody's atribui a Angola um 'rating' no nível B, abaixo do nível de recomendação de investimento, com uma Perspetiva de Evolução Negativa, e Moçambique está em RD - Default Seletivo (Restricted Default).
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