Montepio lamenta que capacidade associativa da Mutualista seja esquecida
O presidente do Montepio, António Tomás Correia, afirmou hoje aos associados que a Associação Mutualista é "o maior exemplo da capacidade associativa" do país, lamentando que esta seja uma "característica tantas vezes esquecida".
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Na mensagem aos associados durante a assembleia geral ordinária, que decorre esta noite em Lisboa para aprovar o programa de ação e orçamento para 2018, o presidente da Associação Mutualista e do Grupo Montepio referiu que "o Montepio é a mais representativa instituição da economia social" e é "o maior exemplo da capacidade associativa da nossa sociedade civil".
"E essa característica tantas vezes esquecida por muitos que falam e escrevem sem procurar esclarecimento - não só nos responsabiliza - mas também nos estimula para dar continuidade a este projeto e fortalecê-lo como pilar do desenvolvimento da economia social e cooperativa", disse António Tomás Correia.
Para o presidente do Montepio, é preciso "continuar o trabalho de afirmação do papel da Associação nas diversas vertentes da sua missão mutualista", bem como "reforçar o papel nuclear e motor dinamizador" do grupo para assim "potenciar o setor mutualista e a economia social".
António Tomás Correia afirmou ainda que a Associação Mutualista "competentemente" estabilizou a principal entidade do grupo, a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), "através do robustecimento da sua base de capital para níveis que a tornaram numa das mais sólidas instituições financeiras" do mercado português.
O responsável defendeu que ter uma instituição financeira da economia social que seja "robusta, sólida, portuguesa, resiliente a crises (...) sem qualquer necessidade de ajuda financeira pública e sem alienar capital a grupos privados ou estrangeiros possibilitará no curto prazo uma progressiva otimização e geração de valor".
Na agenda da reunião de hoje da Associação Mutualista Montepio Geral está a discussão e a aprovação do plano de ação e orçamento de 2018, quando gera polémica a possível entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no banco Montepio.
Segundo o plano de ação e orçamento divulgado aos associados, a Associação Mutualista prevê que este ano consiga lucros de 17,4 milhões de euros e 30,5 milhões de euros em 2018.
Em 2016, a Associação Mutualista conseguiu lucros de 7,4 milhões de euros, numa inversão dos resultados face ao prejuízo de 393,1 milhões de euros de 2015.
Apesar da divulgação destas perspetivas financeiras, à Associação Mutualista Montepio ainda falta dar a conhecer as contas consolidadas referentes a 2016. É nestas contas que a associação faz a consolidação dos resultados de todas as empresas em que tem participações no capital, permitindo uma visão mais abrangente da sua situação.
Quanto a este ponto, o presidente do Montepio disse hoje aos associados que a Associação Mutualista irá apresentar as contas consolidadas de 2016 "nos prazos estatutariamente previstos, ou seja, até 31 de março de 2018", garantido que esta prestação de contas será feita "com rigor e transparência e no quadro legal existente".
De fora da agenda oficial está a eventual entrada da SCML no capital da CEMG, o valor que será injetado e a participação de capital com que ficará, estando a imprensa a adiantar que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza a CEMG em cerca de 2.000 milhões de euros.
Outros temas que também não constam da ordem de trabalhos da assembleia de hoje são a alteração aos estatutos e mesmo à sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar atualmente ocupado por Félix Morgado.
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