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BCE deverá manter taxas e investidores aguardam previsões

O Banco Central Europeu (BCE) deverá manter as taxas de juro de referência para a zona euro, mas os investidores aguardam que a instituição divulgue as suas previsões macroeconómicas, segundo referiram analistas contactados pela agência Lusa.

BCE deverá manter taxas e investidores aguardam previsões
Notícias ao Minuto

14:52 - 13/12/17 por Lusa

Economia Banco

A reunião de política monetária do BCE, na quinta-feira, a última do ano, realiza-se na sede da instituição, em Frankfurt, e é seguida da habitual conferência de imprensa de Mario Draghi.

Para o economista-chefe do Montepio, Rui Bernardes Serra, tendo anunciado na sua última reunião que continuaria o seu programa de compra de ativos a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros por mês de janeiro a setembro de 2018, o BCE não deverá apresentar novas mudanças na política monetária na quinta-feira.

O foco da reunião deverá estar na atualização das previsões do BCE, considera o especialista. "Esperamos ligeiras revisões, em alta, das projeções de crescimento do PIB para 2017 e 2018. E, apesar de alguns dados de inflação um pouco fracos para novembro, esperamos uma revisão, em alta moderada, na previsão da inflação para 2018, sobretudo devido aos atuais preços mais elevados do petróleo nos mercados de futuros, comparativamente com o que se verificava há três meses", refere.

Rui Bernardes Serra diz ainda acreditar que o BCE irá lentamente repensar a sua política monetária nos primeiros meses do próximo ano, preparando o terreno para o fim do programa de compra de dívida em setembro de 2018, continuando-se assim a apontar a primeira subida das taxas de juro diretoras no atual ciclo no primeiro semestre de 2019.

O economista do Banco Carregosa Rui Bárbara também não espera novidades da reunião.

"Creio estar mais ou menos estabilizado o caminho que vai levar ao fim do 'Quantitative Easing' no final de 2018 e, por isso, é ainda muito cedo para começar a falar do que vai acontecer a partir daí. Esperamos que 2019 seja o ano em que os juros comecem a subir, o que seria um sinal de que a economia europeia mantinha a tendência de crescimento e que a economia global se mantinha estabilizada", refere.

Por isso e até lá Rui Bárbara acredita que o BCE "vai andar só a ganhar tempo"

Na mesma linha, o gestor da corretora XTB Eduardo Silva diz que a expectativa em torno da próxima reunião de política monetária é baixa.

"Na última reunião, o anúncio da redução do programa de dívida reuniu amplo consenso no banco central, no entanto alguns membros tiveram dificuldade em aceitar alguma 'flexibilidade' em alguns pontos", disse.

A evolução da inflação, na opinião de Eduardo Silva, não permite para já o anúncio de uma data para o fim do programa, até porque foi mencionado que o programa pode aumentar se os dados não evoluírem de forma favorável e esta prudência do banco central "deixou alguns membros menos satisfeitos".

"O foco da reunião recai sobre as projeções macroeconómicas, enquanto as taxas deverão permanecer inalteradas. As projeções deverão sublinhar o otimismo quanto ao crescimento, fontes oficiais descreveram o crescimento como 'sólido e amplo em todos os países e setores' e também 'mais forte do que o esperado no segundo semestre do ano'", referiu Eduardo Silva.

"O mercado laboral segue forte, foram criados cerca de sete milhões de empregos desde o início da recuperação da zona euro e a taxa está nos 9,1%, o valor mais baixo desde 2009. Apesar dos dados da inflação terem desiludido nos últimos registos, a evolução do petróleo deverá impedir um 'downgrade' [revisão em baixa] na projeção", considerou.

Para o gestor, Draghi deverá mostrar confiança no crescimento, fator que eventualmente irá permitir à inflação voltar a aumentar de forma natural, na linha do discurso do governador que tem realçado o impacto da política monetária, mas avisado que a economia vai continuar a precisar de estímulos por algum tempo.

"A política monetária expansionista do BCE está a ter um impacto forte no crescimento, emprego e a inflação. De uma forma secundária, teve ainda impacto no investimento, nos juros da dívida, no sentimento de mercado e principalmente, está finalmente a servir de catalisador da economia europeia", finalizou.

No passado dia 26 de outubro, o BCE decidiu reduzir os estímulos monetários na zona euro para metade (de 60 mil milhões de euros mensais para 30 mil milhões de euros) e manteve as taxas de juro, com a principal taxa de refinanciamento a permanecer em 0%.

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