Economistas céticos face à valorização da moeda virtual bitcoin
Vários economistas mundiais têm demonstrado, nas últimas semanas, uma atitude cética, face à valorização da moeda virtual bitcoin, classificando-a como uma "bolha especulativa", com probabilidade de "implodir".
© Reuters
Economia Especialista
"É uma bolha que dará a muitas pessoas momentos emocionantes, enquanto está num ciclo ascendente", advertiu, na quarta-feira, o economista estadunidense Joseph Stiglitz, à Bloomgerg TV.
O aviso de Stiglitz surge um dia depois da bitcoin ter valorizado de forma acentuada, aproximando-se do recorde de 10.000 dólares (cerca de 8.389 euros), depois de ver o seu valor multiplicado por 10 em menos de um ano, conforme indicou a agência France Presse.
Em meados de outubro, a criptomoeda estava a ser negociada nos 5.000 dólares (cerca de 4.193 euros, à taxa de câmbio atual), sendo que no início do ano andava à volta dos 1.000 dólares (838 euros). Perante esta subida abrupta nas últimas semanas, os analistas têm a expectativa de que, para já, a moeda virtual vá continuar a tendência de valorização.
O economista e vencedor de um Prémio Nobel, citado pela agência France Presse (AFP), vincou que a criptomoeda "não serve nenhuma função socialmente útil", defendendo, por isso, que a mesma fosse banida.
Numa coluna publicada, na quinta-feira, no Financial Times, o presidente da Escola de Economia de Toulouse, Jean Tirole, pos em causa a viabilidade da moeda a longo prazo.
Outros economistas apontam para os possíveis perigos associados à moeda virtual.
"O entusiasmo pela bitcoin é desproporcional à sua aplicação imediata", sublinhou Robert Shiller.
Por sua vez, Jean Tirole referiu que a bitcoin "é um recurso sem valor intrínseco", equiparado a "uma dor de cabeça para quem entende a política pública como um complemento da economia de mercado".
Esta ideia é também defendida por vários banqueiros. O governador do banco de França, François Villeroy de Galhau, advertiu que aqueles que investem em bitcoin estão "totalmente sob o seu próprio risco".
Já um dos governadores do Banco Central dos Estados Unidos, citado pela AFP, Randall Quarles, disse, esta quinta-feira, que "se as moedas digitais não representam uma grande ameaça aos níveis atuais, problemas gerais de estabilidade financeira podem surgir se o seu uso se tornar generalizado".
Sem existir fisicamente, a bitcoin depende de um sistema de pagamento 'peer-to-peer' [entre pessoas] assente na tecnologia 'blockchain', também designada de protocolo da confiança (inviolável), e é negociado em plataformas específicas na Internet.
Acresce que não está dependente de bancos centrais, mas antes de uma comunidade de utilizadores de Internet e tem vindo a registar um número crescente de transações.
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