Acionista chinês da TAP quer desfazer-se de parte dos investimentos
O grupo chinês HNA, acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul, quer desfazer-se de parte dos seus ativos, depois de ter investido, nos últimos anos, 33 mil milhões de euros além-fronteiras.
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Economia Diretores
"Farei o meu melhor para sair de investimentos que foram permitidos no passado, mas não o são mais", afirmou o diretor-executivo, Adam Tam, esta semana, durante um fórum organizado pela revista chinesa Caijing.
O grupo HNA é um dos principais visados das advertências das autoridades chinesas para investimentos "irracionais" além-fronteiras, nos setores imobiliário, entretenimento e desporto, onde abundam "riscos e perigos ocultos".
As declarações de Tam surgem numa altura em que a agência de 'rating' Standard & Poor's avisou o grupo de que "estruturas agressivas de financiamento" estão a danificar a sua solidez financeira. A agência colocou a dívida do HNA em nível "lixo".
Segundo a S&P, o grupo soma uma dívida de longo prazo de cerca de 49 mil milhões de euros - equivalente a uma dívida líquida de 6,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações.
O jornal Financial Times escreve que o HNA aceitou pagar recentemente uma taxa de 9% sobre um empréstimo a um ano, "um custo incrivelmente alto para uma dívida de curto prazo".
A empresa detém indirectamente cerca de 20% do capital da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e uma participação de 7% na Atlantic Gateway, e tem ainda importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank.
Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, inaugurou este ano o primeiro voo direto entre a China e Portugal.
Outro grupo com interesses em Portugal afetado pelas medidas de Pequim de controlo ao investimento no exterior é o Fosun, maior acionista do banco Millennium BCP e que detém a seguradora Fidelidade, o grupo Luz Saúde e uma participação de 5,3% na REN - Redes Energéticas Nacionais.
Desde o início do ano, o grupo que nos últimos anos investiu mais de 15 mil milhões de dólares além-fronteiras praticamente parou de investir fora do país.
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