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CGD diz que bancos devem ser ambiciosos na redução de crédito malparado

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse hoje que os bancos devem ser ambiciosos na estratégia de redução de crédito malparado, mas admitiu que é necessário cuidado para não haver destruição de valor para os bancos.

CGD diz que bancos devem ser ambiciosos na redução de crédito malparado
Notícias ao Minuto

14:48 - 29/11/17 por Lusa

Economia Presidentes

"Os bancos têm de ter uma trajetória até mais ambiciosa do que há 12 meses, mas a venda acelerada destrói valor [...] é preciso algum tempo", afirmou Paulo Macedo, no Fórum Banca, em Lisboa, no painel que reuniu os presidentes dos principais bancos a operar em Portugal.

Nuno Amado, presidente do BCP, disse que o banco que dirige tem uma estratégia de redução de ativos problemáticos há anos e que faz todos os trimestres grandes vendas de créditos e que este ano não é exceção.

O BCP reduziu, até setembro, os ativos problemáticos e não produtivos em Portugal (em que se inclui o crédito malparado) para 7.168 milhões de euros, cumprindo o objetivo que tinha de chegar até final do ano com estes ativos abaixo de 7.500 milhões de euros

Nuno Amado falou ainda do impacto das demoras no sistema judicial sobre a criação de malparado, considerando que tem havido melhorias, mas que se tem ainda de fazer mais neste âmbito.

Anteriormente, Licínio Pina, presidente do Crédito Agrícola, tinha criticado a demora das execuções judiciais, referindo que quando os ativos (nomeadamente imóveis) passam para o banco já estão muito desvalorizados.

Do Novo Banco, António Ramalho considerou que o processo de reestruturação que os bancos portugueses levaram a cabo nos últimos anos também contribuiu para aumentar os ativos problemáticos dos bancos.

Sobre as melhores estratégias para lidar com esse problema, que penaliza os resultados dos bancos, Ramalho afirmou que os bancos terão de conseguir provar que o crédito malparado "é um problema de legado" e não um problema atual e que cada banco tem que fazer uma clara separação entre ativos que são viáveis e os que não são viáveis para "assumir os 'haircuts [cortes]" necessários.

O tema do crédito malparado que pesa sobre o balanço dos bancos esteve hoje em destaque no Fórum Banca, organizado hoje em Lisboa pelo Jornal Económico e pela consultora PwC.

Na abertura da conferência, a vice-governadora do Banco de Portugal (BdP) Elisa Ferreira avisou os bancos que "há ainda muito trabalho a fazer" na redução do elevado crédito malparado, apesar das melhorias conseguidas nos últimos anos.

Elisa Ferreira considerou que as instituições financeiras portugueses fizeram progressos nos últimos anos, com financiamento mais sustentado, melhorias na margem financeira e aquilo a que chamou o "potencial aumento da eficiência operacional", devido aos programas de reestruturação que bancos têm em curso (com cortes de custos, desde logo com trabalhadores), e que no futuro deverão levar à melhoria da eficiência operacional.

Contudo, disse, a rendibilidade dos capitais próprios dos bancos portugueses é pior do que a dos outros bancos europeus, o que considerou que "decorre fundamentalmente do facto de os bancos portugueses terem de registar valores significativos de imparidades para cobertura dos seus ativos não produtivos [os chamados NLP]".

A vice-governadora afirmou que, "entre junho de 2016 e junho de 2017, o total de ativos não produtivos (empréstimos em incumprimento mas também outros ativos problemáticos) foi reduzido em 8,2 mil milhões de euros", totalizando em junho passado 43,3 mil milhões de euros.

Contudo, avisou os bancos, "há ainda muito trabalho a fazer", e isto num contexto "regulatório exigente e que ainda não está estabilizado".

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