Alunos de doutoramento em empresas promovem transferência de conhecimento
O diretor científico de Óptica e Mecânica Experimental do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), Mário Vaz, considerou que a inclusão de alunos de doutoramento nas empresas estimula a transferência de conhecimento da universidade para a indústria.
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Economia Indústria
Esta inclusão "abre espaço ao diálogo entre a indústria e a universidade" e ao desenvolvimento de investigação aplicada às necessidades do tecido industrial, destacando-se "como um fator de competitividade estratégico", assinalou à Lusa o também diretor do programa doutoral em Integridade Estrutural em ambiente empresarial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
"Associar as empresas à formação universitária de pós-graduação representa uma importante mais-valia para a comunidade científica" visto que os formandos "são confrontados com problemas reais e contribuem para uma efetiva transferência de conhecimento da universidade para a indústria", salientou Mário Vaz.
O investigador falava à Lusa a propósito da sessão "Competitividade no tecido industrial - a relevância de desenvolver doutoramentos em ambiente empresarial", que se realiza hoje, às 15:00, no INEGI, e cujo foco será a divulgação do programa doutoral em Integridade Estrutural em ambiente empresarial da FEUP.
Este programa, financiado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), vai permitir a inclusão de três alunos portugueses, um romeno e um iraniano em cinco empresas a nível nacional, nas quais vão desenvolver as suas teses de doutoramento.
"As pequenas e médias empresas, que são aquelas que, normalmente, estão envolvidas neste tipo de programa doutoral, não têm dimensão para ter dentro de portas um gabinete de investigação e desenvolvimento", indicou.
Segundo o investigador, ao incluir um aluno de doutoramento, as empresas vão criar uma diferenciação, injetando conhecimento e estruturando-o de acordo com a atividade produtiva.
Para os alunos, os benefícios em ingressar num programa doutoral como o apresentado na sessão passam pela experiência adquirida, pelo facto de poder desenvolver uma tese ligada à indústria e, eventualmente, pela criação do seu posto de trabalho, explicou Mário Vaz.
Durante o programa doutoral os alunos vão desenvolver a parte teórica na FEUP e a parte de tese nas cinco empresas associadas, sendo o INEGI "uma espécie de instituição de acolhimento, que vai receber os alunos e colocá-los nas empresas", acrescentou.
"A ideia é que os trabalhos criados nas empresas incorporem conhecimento na produção", disse ainda o diretor.
Para além de Mário Vaz, fazem parte da sessão o presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, e representantes das empresas envolvidas no programa doutoral - Caetanobus, S.A., Frezite - Ferramentas de corte, S.A., Quantal, S.A. , Tegopi - Indústria metalomecânica, S.A. e TSF - Metalúrgica de Precisão, Lda.
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