Construtores consideram "agressivas" imposições para reduzir CO2
A Associação Europeia dos Construtores de Automóveis (ACEA) considerou hoje, em Lisboa, que as imposições da Comissão Europeia para reduzir em 30% até 2030 as emissões de dióxido de carbono (CO2) no setor são "um pouco agressivas".
© Reuters
Economia Automóvel
"Os 30% que são propostos são, em nossa opinião, um pouco agressivos e vamos precisar de mais tempo para o conseguir. Temos algumas dúvidas sobre quão realista [a meta] dos 30% é", declarou o secretário-geral da ACEA, Erik Jonnaert.
O responsável falava aos jornalistas em Lisboa, à margem da conferência "Mobilidade no Século XXI - Visão geral e desafios", promovida pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) e que marcou o arranque do Salão Automóvel deste ano.
"Dizemos que 'sim' à meta de 2030 e à descarbonização, mas tem de ser uma meta [...] realista e que tenha em conta onde estamos hoje na União Europeia", acrescentou Erik Jonnaert.
A Comissão Europeia anunciou no início deste mês um Pacote de Mobilidade Limpa, estratégia que visa impor limites mais rígidos às emissões de C02 nos automóveis, prevendo que a redução atinja os 30% em 2030 face a 2021, tanto para os novos automóveis de passageiros como para os veículos comerciais ligeiros.
"Primeiro que tudo, nós saudamos o Pacote de Mobilidade. E nesse pacote nós valorizamos, especialmente, o plano de ação que a Comissão Europeia criou para encorajar os Estados a investir em infraestruturas para recarregamentos [de carros elétricos], o que é muito importante", apontou o secretário-geral da ACEA.
Pela positiva, o responsável destacou também os "incentivos para que os transportes públicos se tornem mais sustentáveis a nível ambiental".
Ainda assim, Erik Jonnaert realçou que estas alternativas acarretam custos, tanto para a indústria, que tem de investir em tecnologia, como para o consumidor.
O representante daquela associação europeia assinalou que a adoção de certas medidas, como a preferência por veículos elétricos, "está relacionada com o PIB [Produto Interno Bruto] do país".
"Quanto mais avançadas as economias são, mais avançados os países são em termos de mobilidade elétrica", precisou, defendendo que isso deverá ser acautelado, nomeadamente através da criação de "incentivos e apoios aos países que não estão assim tão desenvolvidos nesta área".
Ao mesmo tempo, Erik Jonnaert defendeu que "as medidas na área da mobilidade devem ser acessíveis a todos", desde logo em termos de custos, para que todos os cidadãos possam ter opção de escolha.
Contudo, "isso vai demorar algum tempo", reconheceu.
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