Dia corre bem para contactos mas nem tanto para captar investidores
Alguns dos expositores empreendedores contactados pela Lusa na Web Summit, em Lisboa, convergem na ideia de que o dia está a ser bom para contactos e trocas de experiências, mas não para financiamento de novos investidores.
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Economia Web Summit
"O que vale a pena é ir de pessoa em pessoa, o grande foco é a troca de conhecimentos e de experiência, de dificuldades comuns e como as ultrapassar", disse o 'designer' Pedro Grisotti, da MINT Interactive Lab, uma empresa de criação de materiais de comunicação para as empresas.
"Vemos pessoas que podem vir a ser parceiras, que estão interessadas em representar o nosso produto, trocamos experiências, dificuldades comuns, como a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, dicas de empresas de 'outsorcing', é isso que realmente vale a pena aqui", disse o 'designer' brasileiro à Lusa, considerando que há poucos investidores a percorrer os pavilhões.
Na mesma linha, o diretor executivo da ZYGON, Lucas Reis, diz ter conseguido reuniões, contactos e muitos cartões de visita para futuros potenciais negócios.
"Conseguimos exatamente o que queremos, contacto com parceiros, conversas potenciais para geração de negócios, valeu muito a pena o investimento aqui", disse o diretor da empresa de venda automatizada de anúncios focada em 'sites' locais para empresas mundiais.
Numa volta pelos quatro pavilhões, é possível encontrar muitos empreendedores à procura de financiamento, mas também jovens empresários que percorrem esta exposição tecnológica simplesmente a ver o que o mercado anda a fazer.
"Viemos aqui à procura de inspiração e estamos a encontrá-la", disse à Lusa Yara Letarte, sócia da Maison Jeanne, uma empresa de venda de malas e material de viagens específico para mulheres.
"Não estamos na fase de procurar financiamento, mas sim de olhar para o mercado e ver potenciais parceiros e áreas de negócio que possam casar bem com aquilo que fazemos, que é tentar tornar as viagens das mulheres o mais prático e confortável possível", acrescentou.
Mas se há quem venha pela primeira vez à procura de inspiração, também há os veteranos destas exposições tecnológicas, como o diretor tecnológico da Opensoft, a empresa que, entre outras coisas, fornece alguns sistemas informáticos para a Autoridade Tributária.
"No ano passado tínhamos oferta mais dispersa, apresentávamos a empresa fornecedora de soluções informática, mas este ano apresentamos um produto específico e depois exploramos outras hipóteses de negócio", disse Ricardo Caetano à Lusa.
Lembrando a experiência na Web Summit na Irlanda, e também no ano passado, já em Lisboa, o responsável considera que foi atingido "um nível em que já há demasiada coisa a acontecer, uma pessoa não se consegue focar em coisas concretas".
A dispersão, de resto, também é apontada por Gilberto Carvalho, da Soupop, para quem as palestras "são muito rápidas e não permitem aproveitar bem os oradores".
Estes 'speakers', acrescenta, "são muito interessantes, e para contactos é fantástico, mas o conteúdo é pouco absorvido, porque são muito rápidas e superficiais".
A Web Summit termina hoje, no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.
Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.
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