Patrões do comércio e serviços saem "desiludidos" de encontro com Centeno
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, revelou ter saído "bastante pessimista" do encontro de hoje com o ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018).
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Economia OE2018
"Saímos desiludidos com a forma como as empresas são tratadas neste Orçamento, que passa ao lado de qualquer vantagem para as empresas ou pela sua dinamização", afirmou aos jornalistas o líder da CCP à saída da reunião dos parceiros sociais com Mário Centeno, no Conselho Económico e Social (CES).
Vieira Lopes especificou que, no entender da CCP, "as empresas precisam de um alívio fiscal, especialmente, as micro e as pequenas e médias empresas", mas também de uma simplificação ao nível do cumprimento das obrigações fiscais, que acarretam custos significativos.
"Portugal tem 400 mil empresas e 98,7% são micro e pequenas empresas", assinalou, admitindo que, apesar de considerar "positivo" o acréscimo de rendimento para as pessoas proporcionado pelas medidas contidas no OE2018 proposto pelo executivo, o documento "não é muito favorável" às empresas "que são quem faz crescer a economia".
Além de achar que o OE2018 é "incipiente" em matérias como a capitalização das empresas, o líder da CCP criticou as alterações ao regime simplificado do IRS que "vai afetar muitos pequenos e médios empresários".
Questionado sobre se um eventual aumento da derrama estadual do IRC foi falado na reunião com Centeno, Vieira Lopes disse que o assunto "não foi abordado pelo Governo", mas revelou que a CCP tem "indicação que o mesmo vai ser discutido no parlamento".
"Estamos bastante pessimistas", rematou o porta-voz dos patrões do comércio e serviços, que foi o primeiro a sair do encontro com o ministro das Finanças.
A reunião plenária da concertação social de hoje, que ainda decorre, tem como ponto único da ordem de trabalhos o OE2018.
O arranque dos trabalhos estava agendado para as 15:00, porém houve um atraso considerável uma vez que o ministro das Finanças foi ao parlamento apresentar a proposta de OE2018, pelo que a reunião só começou um pouco antes das 17:00.
De resto, ainda antes do início do encontro no CES, Vieira Lopes já tinha dito que a CCP estava insatisfeita com a proposta do executivo para o OE2018, considerando que "o Governo se esqueceu das empresas, que têm um papel fundamental na atividade económica e na criação de emprego".
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