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Descida do 'rating' de Angola torna mais caro acesso aos mercados

O economista-chefe da consultora Eaglestone considerou hoje que o acesso de Angola aos mercados financeiros não fica mais difícil na sequência da descida de 'rating' da Moody's, mas pode ficar mais caro.

Descida do 'rating' de Angola torna mais caro acesso aos mercados
Notícias ao Minuto

15:48 - 23/10/17 por Lusa

Economia Eaglestone

"Não creio que esta descida da notação do país venha dificultar muito mais o acesso de Angola aos mercados, podendo os investidores pedir apenas um prémio mais elevado em futuras emissões de dívida do país", disse Tiago Dionísio em declarações à Lusa.

"Esta descida é mais um sinal de que existe a necessidade de acelerar o processo de consolidação das contas públicas, diversificação económica e redução da dependência do petróleo", acrescentou o economista, salientando a expectativa com a divulgação da proposta de orçamento para o próximo ano.

Na sexta-feira à noite, a Moody's anunciou que desceu o 'rating' da dívida pública de Angola de B1 para B2, mantendo-a num nível de classificação especulativo, ou seja, 'lixo' ou 'junk', como é normalmente conhecido.

A descida no 'rating' da dívida soberana de Angola, acrescida de uma Perspetiva de Evolução que passa de Negativa para Estável, é acompanhada de uma previsão de elevada inflação, cortes no investimento público e um sistema bancário "fraco".

"Angola ainda enfrenta o difícil desafio da diversificação", escreve a agência de notação, ao justificar a descida de mais um nível no 'rating' da dívida soberana.

Para Tiago Dionísio, esta decisão da Moody´s era esperada por causa da Perspetiva de Evolução Negativa, que já antecipava uma descida da avaliação da qualidade do crédito soberano emitido por Angola.

"A Moody's tinha uma perspetiva 'negativa' para Angola e, por isso, o corte do 'rating' do país de B1 para B2 não constitui uma total surpresa; o cenário macroeconómico do país continua bastante difícil com perspetivas de crescimento para os próximos anos muito abaixo dos níveis verificados antes do início da crise petrolífera", vincou o economista-chefe da Eaglestone.

"Apesar da ligeira recuperação este ano, o preço do petróleo continua ainda relativamente baixo, o que poderá continuar a constituir uma pressão adicional nas contas externas do país e no nível de reservas internacionais", concluiu.

O Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2017 prevê que as receitas fiscais só deverão cobrir 49,6% das necessidades totais, acrescido das receitas patrimoniais, com 6,7%, de acordo com o mesmo documento.

As receitas provenientes do endividamento público deverão atingir um peso de 43,6% do valor global inscrito no Orçamento, chegando a 3,224 biliões de kwanzas (16,5 mil milhões de euros).

Além de contrair nova despesa pública, no mercado interno e externo, o OGE de 2017 prevê 2,338 biliões de kwanzas (11,8 mil milhões de euros) para o serviço da dívida este ano.

Nas contas do Governo, está inscrito um défice orçamental de 5,8% do Produto Interno Bruto em 2017, no valor de 1,139 biliões de kwanzas (5,8 mil milhões de euros).

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