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Preço do dólar em Luanda dispara com receio de desvalorização do kwanza

O preço para comprar um dólar norte-americano nas ruas de Luanda disparou nos últimos dias, aproximando-se dos 400 kwanzas (acima de dois euros), com receios de uma desvalorização da moeda nacional angolana.

Preço do dólar em Luanda dispara com receio de desvalorização do kwanza
Notícias ao Minuto

11:14 - 18/10/17 por Lusa

Economia Divisas

O custo de cada dólar norte-americano no mercado paralelo chegou a rondar, antes das eleições gerais de 23 de agosto, os 400 kwanzas, acima do dobro da taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA), há um ano e meio fixa nos 166 kwanzas (85 cêntimos de euro).

Em todo o mês de setembro, o câmbio no mercado paralelo foi descendo ligeiramente e há precisamente uma semana o custo de um dólar rondava os 375 kwanzas (1,90 euros), mas que disparou logo após o discurso, anual, sobre o estado da Nação, feito pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço, na segunda-feira.

Numa ronda realizada hoje pela Lusa foi possível encontrar em Luanda cada dólar a ser vendido entre 390 e 395 kwanzas em bairros de referência da capital, casos do Mártires de Kifangondo, Mutamba, Maculusso e São Paulo, num aparente efeito provocado pelo discurso do chefe de Estado.

"O nosso país encontra-se numa situação económica e financeira difícil, resultante da queda dos preços do petróleo no mercado internacional e da consequente liquidez em moeda externa", admitiu João Lourenço, na Assembleia Nacional.

Esta conjuntura, recordou, levou as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) do Estado - que estão a ser vendidas aos bancos comerciais para compensar a falta de divisas - a "uma preocupante contração acumulada de 46,4%" entre 2013 e o segundo trimestre de 2017, "como consequência dos sucessivos défices das balanças de pagamentos, devido à diminuição do valor das exportações petrolíferas".

"Neste contexto, impõe-se a tomada de medidas de política necessárias e inadiáveis, de modo a alcançar-se a estabilidade macroeconómica do país, com a pedra de toque no equilíbrio das variáveis macroeconómicas suscetíveis de garantir os equilíbrios internos e externos do país e as condições necessários para estimular a transformação da economia, o desenvolvimento do setor privado e a competitividade", disse.

Alguns economistas têm apontado, nas últimas semanas, a possibilidade de uma forte desvalorização do kwanza, moeda nacional, face ao dólar norte-americano, mas João Lourenço não adiantou medidas concretas neste discurso.

Angola realizou eleições gerais a 23 de agosto, que culminaram com a vitória (61%) do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que garantiu a maioria qualificada no parlamento e a eleição de João Lourenço como novo Presidente da República.

Atualmente, mantêm-se as limitações no acesso a divisas nos bancos, inclusive nas contas em moeda estrangeira, situação que torna a venda paralela, para muitos nacionais e estrangeiros, a única forma de aceder a dólares ou euros em Angola.

Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo desvalorizado o kwanza, face ao dólar, em 23,4% em 2015 e mais 18,4% ainda no primeiro semestre de 2016.

A atividade das 'kinguilas' - como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas - foi condenada em abril pelo governador do BNA, que advogou o seu fim.

"Não podemos ter, no nosso país, determinadas ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro", justificou Valter Filipe.

As taxas de rua já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em agosto e julho do ano passado, depois de máximos de 630 kwanzas em junho, face à falta de dólares nos bancos.

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