Portugal coloca 1.250 milhões a 5 e 10 anos a taxas de juro mais baixas
Portugal colocou hoje 1.250 milhões de euros, montante máximo anunciado, em Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e a dez anos a taxas de juro inferiores às dos anteriores leilões comparáveis.
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Economia Dívidas
Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg, a dez anos foram colocados 750 milhões de euros em Obrigações do Tesouro à taxa de juro de 2,327%, inferior à taxa do anterior leilão comparável, de 2,785%, em 15 de setembro.
A cinco anos, foram colocados 500 milhões de euros em Obrigações do Tesouro à taxa de juro de 0,916%, também inferior à do anterior leilão comparável, de 1,198%, em 14 de junho.
A procura atingiu 1.323 milhões de euros para os OT a cinco anos, 2,65 vezes superior ao montante colocado, e 1.467 milhões de euros para as OT a dez anos, 1,96 vezes o montante colocado.
O IGCP tinha anunciado que ia realizar hoje dois leilões das linhas de OT com maturidade em 17 de outubro de 2022 (cinco anos) e em 14 de abril de 2027 (10 anos) e com um montante indicativo global entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.
No anterior leilão de OT a dez anos, que ocorreu em 13 de setembro, o IGCP colocou 850 milhões de euros à taxa de juro de 2,785%, inferior à verificada no anterior leilão comparável de julho (3,085%), tendo a procura atingido 1.747 milhões de euros, o dobro do montante colocado.
Em relação ao anterior leilão de OT a cinco anos, este ocorreu em 14 de junho quando foram colocados 500 milhões de euros a 1,198%.
Para Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, "é uma excelente notícia para Portugal estar a emitir dívida longa abaixo do custo médio da dívida portuguesa".
"Isso é que faz, verdadeiramente a diferença nos custos da dívida e que permite reduzir esses encargos, criando uma folga maior", referiu Filipe Silva, sublinhando que as taxas nos dois prazos (cinco e 10 anos) "são as taxas mais baixas desde final de 2015".
"Estamos a colher os frutos da subida do 'rating' e da perspetiva positiva dada pela S&P", defendeu o responsável do Banco Carregosa, acrescentando que "o risco país tem descido substancialmente, o que pode ajudar as empresas portuguesas que pretendam financiar-se no mercado de dívida porque os investidores mostram continuar interessados na dívida portuguesa".
Segundo o programa de financiamento do quarto trimestre deste ano divulgado pelo IGCP, o Estado espera arrecadar até 2.750 milhões de euros em dívida de curto prazo no último trimestre deste ano, com a realização, entre outubro e dezembro, de leilões de Bilhetes do Tesouro (BT) num montante que oscila entre os 2.250 e os 2.750 milhões de euros.
Quanto a emissões de longo prazo, a agência liderada por Cristina Casalinho disse prever realizar no último trimestre deste ano emissões de OT num valor entre 1.000 e 1.250 milhões de euros por cada leilão.
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