Na comemoração oficial do primeiro aniversário da estratégia pública de apoio ao empreendedorismo, Maria Miguel, da StartUp Portugal, anunciou à Lusa a abertura de dois novos escritórios: um no Porto e outro no Hub Criativo do Beato, em Lisboa.

Até ao final de 2018 a equipa vai aumentar em pelo menos mais 10 pessoas, dado o "plano de trabalho bastante ambicioso".

Entre outras novidades anunciadas hoje está a abertura de candidaturas para startups que querem ser elegíveis para o programa Semente, que dá benefícios fiscais a investidores individuais.

"Tipicamente é a família e os amigos que põem o primeiro dinheiro nas startups que estão a crescer", explica a responsável, indicando que o programa permite, ao longo de três anos, deduzir até 75 mil euros em sede de IRS.

Também decorre a segunda chamada para o vale incubação, no valor de cinco mil euros para garantir as primeiras despesas que as startups têm que enfrentar, como a incubação, contabilidade e marketing.

Planeadas estão ainda 20 missões ao estrangeiro nos próximos 15 meses a mercados onde as empresas nacionais querem marcar presença, com o início já marcado para o próximo dia 18 de outubro em Londres. Outros apoios serão dados para a participação em grandes conferências de tecnologia, como a Web Summit, que decorre em novembro, em Lisboa.

Seguindo o modelo de gestão de startup, a StartUP Portugal está a fazer a primeira ronda de levantamento de capital, contando assim como financiamento privado "de entidades associadas e que apoiaram desde o primeiro momento" e fundos comunitários de apoio a projetos que promovem o empreendedorismo, segundo Maria Miguel.

"A ronda ainda não está fechada, são menos de 10 milhões e mais de dois milhões de euros, mas não posso precisar mais", disse à Lusa.

Esta festa no Hub Criativo do Beato foi encerrada pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que reafirmou a importância de se aproveitar as competências da geração portuguesa mais qualificada de sempre.

Quanto à importância do investimento estrangeiro, o governante notou que não se trata apenas de dinheiro, mas também da chegada de conhecimento sobre como investir e fazer prosperar startups.

"O futuro está aqui para ser construído, por isso vamos fazê-lo", instou à plateia, onde estavam representantes das 150 startups nacionais que beneficiam de um desconto de 50% para participar na próxima edição da Web Summit.

Na lista destas, selecionadas no Road 2 Web Summit, numa colaboração entre a StartUp Portugal e a Web Summit, estão empresas das mais tradicionais áreas de tecnologias de informação até outras que trabalham em aquacultura, com utilizadores de bicicletas e nas múltiplas vertentes do turismo.

O comércio de automóveis, a contratação de chefs, a mobilidade elétrica, o jogo online, a logística e o faseamento de pagamentos são também áreas de trabalho que estarão representadas.

Paddy Griffith, responsável pelo segmento das startups da Web Summit, comentou que de "um modo geral as candidaturas foram extremamente interessantes e foi complicado selecionar as vencedoras".

A lista completa está no site:  http://startupportugal.com/r2ws17/.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente executivo da StartUp Portugal, Simon Schaefer, tinha explicado a opção de fazer pagar as entradas, em vez de serem oferecidas, como em 2016, visa o "melhor de dois mundos".

"Da experiência do ano passado [quando 67 'startups' tiveram entradas gratuitas na Web Summit], percebemos que não mandámos pessoas suficientes e talvez nem todos tivessem preparados como precisavam de estar" explicou o responsável, referindo que com esta 'meia oferta' se quer ter o "melhor dos dois mundos": "mais pessoas expostas" e maior valorização.